Finge a Dor
FINGE A DOR
O poeta sua dor não sente.
Seu amor não é como fonte de mel.
Ao tecer seus versos, da saudade mente.
E sua lágrima é falsa tinta que escorre no papel.
Inventivo, joga com palavras, atira sentimentos ao léu.
Constrói sonhos, vive a brincar na terra com o que Deus uniu no céu.
Autor da poesia “Finge a Dor” – José Maria Cavalcanti – que é um poeta “fingidor”, escritor, professor de Língua Portuguesa (consulte o meu Tira-Dúvidas). Fez versos sem se preocupar com a forma e tem um livro pronto para lançar: Dança dos Cavalos; atualmente está escrevendo Linda para Sempre. No seu registro de nascimento, consta que ele tem 50 anos, mas os amigos garantem que não aparenta. Talvez esta foto abaixo fale um pouco mais do autor do Bollog – um boletim de notícias, com dicas e curiosidades e as preferências deste autor sobre cultura e entretenimento.
Além de gostar de viajar para conhecer as belezas encantadoras do Brasil, ele também é um apaixonado por xadrez e damas, além de ter jogado bola por toda infância e na vida adulta. O que hoje não é mais possível, pois os joelhos requisitaram uma parada técnica, mas a paixão continua agora pela telinha.
Clique aqui: https://bollog.wordpress.com/2010/10/30/finge-a-dor/#comments
Cavalca, achei lindo tudo. Você está ficando um blogueiro
muito metido.
Beijos e saúde longa para seu blog.
Ana Cristina.
Adorei a poesia! Você para prá pensar e vê que muitos dos grandes poetas e compositores, que falam de amor, vivem sozinhos.
Ufa! Consegui chegar até o início do blog. Achei tudo muito proveitoso. Me surpreendi em saber que só faltam 60 dias para as festas de um ano de postagem, pois, para mim, pensava que esse blog fosse bem antigo, devido a boa qualidade do conteúdo. Parabéns!
Como o espaço é poético, agrego esta preciosidade sobre o modernista poeta recifense Manuel Bandeira.
Este vídeo é uma raridade, pois se trata de um documentário feito por Joaquim Pedro de Andrade, em 1959, quando o poeta Manuel Bandeira estava com 73 anos.
Manuel Bandeira nasceu em Recife em 19 de abril de 1886 e morreu nove anos depois da gravação deste curta.
No vídeo ele atua e narra seus próprio versos, enquanto o documentarista acompanha os gestos banais de sua rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio de Janeiro.
Percebe-se a modéstia do seu lar, a solidão, o encontro provocado por um telefonema, o passeio matinal pelas ruas de seu bairro.
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
– Entra, Irene, você não precisa pedir licença.
Pessoa, nos últimos ano de vida, inventa uma nova personagem – Jorge Madeira – e renega os heterônimos, em busca, uma última vez, da realidade da vida comum. É esta a história de “O Fingidor”, uma extraordinária (e simples) representação “teleteatral” brasileira, escrita e dirigida pelo dramaturgo Samir Yazbek, com um magnífico Hélio Cícero no papel de Fernando Pessoa.
http://blog.umfernandopessoa.com/2009/03/fernando-pessoa-o-fingidor.html