NOITE FELIZ!
CENA DO NATAL
Cheguei à cidadela e procurei os amigos que há muito não via, mas me dei conta, enfim, que não estavam em casa, embora fosse noite alta. Tudo parecia tão vazio, qual povoado fantasma. É a mais estranha sensação ver ruas e casas vazias, embora percebesse que ali tudo fora decorado com bom gosto. E, ao passar pelas calçadas, olhando as grandes janelas iluminadas, podiam ser vistas mesas que já estavam preparadas para um banquete logo mais.
Lembrando da tradição daquela noite, recordei que só haveria um lugar provável para agrupar tanta gente: a igrejinha depois da praça.
Segui rapidamente para pegar o amém, e quem sabe assim não tomariam minha presença tardia como descaso.
A pressa esquentou meu corpo, aquecendo-me daquela noite gelada, e me fez chegar ligeiro. Ao me aproximar, fiquei encantado com aquela cena maravilhosa. Não se distinguia ali diferenças entre as pessoas porque todos pareciam apenas um. Um só canto, uma só alegria, um só aperto, um só abraço e uma só fé. Não pude deixar de descrever com os versos abaixo aquele cenário marcante:
NOITE FELIZ
Cidade pequeninha
Na igreja todos a rezar
À praça, solitária andorinha
Todos à espera, e o galo a cantar
No altar, presépio e o Jesus Menino
Beatos, devotos, e irmãos felizes a orar
Nosso Deus, que é o senhor de nosso destino
Lá no alto, sorridente, feliz escuta o velho sino tocar
Calor humano, fraternidade, que até nem parecia ser frio
Mãos se apertavam, braços se abraçavam, e era tudo bom demais
Energia contagiante. Os fiéis debaixo da nave principal qual ninguém viu
Tudo era tocante naquela noite de Natal que poderiam sempre viver em paz
Autor: José Maria Cavalcanti ( texto e poesia)
Achei superlindo este conto, Cavalca, pude com ele me transportar e sentir como deve ser viver num lugarzinho pititico, onde todos se conhecem e se juntam para a missa
do galo, antes da ceia do Natal.
Belo texto, parabéns!
Ana Cristina.
Muito bonito este conto de Natal.
Parabéns pelo Blog.
Paulo Celso Camargo Sant’Anna
Primeiro passo é aprender a não ter descaso com as tradições e fazer parte de um todo. Parabéns!
Esta poesia vovô me dedicou no dia 06/06/98, um dia antes do meu aniversário de 15 anos, ou seja, já está com 13 anos.
Vocês vão ver como ele era sedutor…rsrs…depois ninguém sabe pq eu sou tão convencida 😛
Como Esquecer
Como esquecer da rosa de cetim,
Correndo como sangue em minhas veias?
– Tu és a mais formosa das sereias,
Uma flor em botão no meu jardim!
Como esquecer de ti, meu querubim,
Se as taças de saudade inda estão cheias?
Ardente coração, tu me incendeias
Como a chama desse amor que não tem fim!
Hoje, surgiu o teu aniversário…
São 15 aninhos, fúlgido cenário,
Alvorada de um lindo amanhecer!
Como esquecer deste brilhante dia?
Aurora boreal que me irradia
– Via-láctea, piscando em meu viver!
João Ribeiro Filho
Priscila, que linda poesia! Seu avô escrevia versos mágicos,
principalmente movido pela bela neta, que ele comparou com a
rosa, com sereias, com um anjo, com a aurora boreal e com a
própria Via-láctea. Demais, não!
Quantas vezes fui visitá-lo em sua casa, e ele estava sempre
trabalhando na sua produção poética. Sempre havia um novo
soneto para me mostrar. Que inspiração!
Depois dos versos, eu seguia para comer as doces mangas que dona
Gercina separava carinhosamente para mim.
Saudades daqueles tempos.