MARCO DE FAMÍLIA
VIDA MINHA – UM MEMORIAL QUE RESGATOU UM PASSADO INESQUECÍVEL
Aprendi que quando queremos muito alguma coisa forças inexplicáveis se associam a nós para que isto seja possível, tornando-se realidade. Talvez esta seja a melhor explicação para um sonho que meu irmão mais novo teve de reunir em um livro a história dos fatos mais significativos que ocorreram em nossa família, durante nossa trajetória por várias cidades do interior do RN e na primeira residência que moramos, após nossa chegada na capital do estado.
No finalzinho de 2010, aproveitando o ensejo do Natal, este livro chegou às mãos de todos da família como um presente muito especial. Foi uma grande surpresa, coroada com muita festa e muitos elogios ao mais novo autor da família. Embora João Cavalcante já tenha escrito mais três livros: Escola Brasil, Pipamar e O Preço do Anjo, este é o primeiro que vem a público, embora que de forma restrita, por se tratar de um tema familiar.
Logo abaixo, transcrevo a apresentação do livro, que julgo contar como foi o processo da construção desta belíssima obra que desde já passou a ser o chamego de todos os nossos familiares, inclusive cunhados, cunhadas, sobrinhos e sobrinhas. Nossa mãe, Dona Francisquinha, muito comovida com a homenagem, fez questão de ser a primeira a ler o livro, que ela disse com muita emoção: ” – Esta é a Vida Minha!”.
Apresentação
Em novembro de 2008, Joca me propôs escrever sobre um projeto que ele tinha em mente: A Casa Nº 50. Imaginava que poderíamos reunir fragmentos das lembranças de cada um para juntos compormos a memória coletiva de todas as experiências que vivemos naquela primeira residência em Natal, depois de sairmos da Santa Cruz do Inharé. Muita coisa havia acontecido ali, e aquela casa foi um marco. Ela é o lugar que sempre retomamos em nossas conversas e que ainda, de vez em quando, voltamos para dar uma passadinha por lá, a inesquecível Rua São Sebastião, no Bairro das Rocas, com o intuito de matar a saudade.
A chegada da mudança, as primeiras amizades, as brincadeiras de rua, as idas à praia, os estudos e as conquistas daquele período, que abrangeu de dezembro de 1971 a setembro de 1976, foram vividos de forma ímpar por cada um e foi isso que pedimos para cada irmão expressar no papel, sem a preocupação da repetição dos fatos, mas focados exclusivamente no ângulo que ele enxergou aqueles momentos vividos. Sabíamos que nem todos tinham a facilidade para escrever e assim nos propusemos a dar uma mão para quem necessitasse.
E a ideia que no início foi recebida com certo desdém e que sofreu resistência, hoje consideramos um verdadeiro sucesso, pois todos, aos pouquinhos, foram cedendo, e cada irmão foi se envolvendo.
Em janeiro de 2009, eu o surpreendi dando o pontapé inicial. Enviei para apreciação de Joca o primeiro texto sobre a A Casa Nº 50. Escrevi mais de vinte laudas, mas como ainda não havia captado direito toda a essência do projeto, extrapolei os limites da casa, indo para Recife, Guaratinguetá, São José dos Campos e outros rincões por onde passei e vivi. Necessitava ainda de ajuste, e Joca me cortou retamente como um bom cirurgião, mostrando-me que somente as experiências da São Sebastião eram válidas para constar no meu relato. Assim reescrevi tudo e saiu o primeiro trabalho do projeto.
Joca, que praticamente já tinha também seu material pronto, enviou para mim suas memórias para minha apreciação. Juntos fomos lapidando as palavras e, antes de junho, já elaboramos os dois primeiros textos escritos. Tínhamos a preocupação de lançar estes dois trabalhos iniciais como estímulo aos demais irmãos, e foi o que sucedeu para alguns.
O terceiro texto foi uma agradável surpresa, pois veio justamente de alguém que estávamos supondo que teria dificuldade para pôr no papel suas enormes lembranças. Guida entregou a Joca, em uma das reuniões na casa de Dona Francisca, o seu texto manuscrito “sem tirar nem pôr” em um pequeno caderno. Aquele gesto foi muito importante, pois ela mostrou solidariedade ao que foi proposto e, de certa forma, provocou uma reação familiar.
Aproveitando mais uma ida até Natal, em novembro de 2009, fui até a casa de Zé Paulo para visitá-lo na Rua do Motor. No íntimo carregava o intuito de fazer uma tentativa de colher por escrito as memórias dele. Fui muito bem recebido por Zé Paulo, Anair, Pâmela e Jônatas (Bárbara estava trabalhando). Como sempre, trataram-me com comidas e bebidas e, aproveitando a ocasião, falei para ele do projeto, e ele de imediato se dispôs a narrar tudo para mim. Joca já havia me dito que ele estava disposto e que tinha muitas histórias para contar. Essas informações me motivaram e tudo se confirmou, pois consegui colher relatos engraçadíssimos. Rimos muito pegando uma fresca no bequinho arejado da casa dele. Sai da casa de Zé Paulo muito feliz. Primeiro por ter revivido muitos momentos da São Sebastião e segundo por ter dado mais um grande passo no projeto idealizado por Joca.
Com tudo escrito a mão, fui direto para o computador de Candelária digitar todo o material.
No dia seguinte, Joca ia passar na casa da minha mãe para me levar para ficar um dia com ele na Redinha. Quando contei para ele, foi uma boa surpresa. Depois que ele leu e deu muitas risadas, comemoramos mais um avanço no projeto.
Na véspera de minha despedida, já no início de dezembro de 2009, meu irmão Dedé chegou cedo para a farra do meu retorno para São Paulo. Depois chegaram Leninha e Joca. Para surpresa de todos, chegaram depois Zé Paulo, Jônatas e João Paulo, neto do meu irmão.
Zé Paulo começou a relembrar suas histórias e começou a cutucar Dedé para narrar as dele. Não deu outra, o homem iniciou a falar, e eu fui escrevendo palavra por palavra. Leninha também foi de grande ajuda, juntamente com Joca. Assim nasceu o quinto texto, ajudado por todos, mas com a cara de Dedé.
Coube a Joca estimular a primogênita a escrever o sexto texto. Ele escreveu o que ela ia lembrando daquela época e, sem informar a entrevistada, digitou o que foi colhido e enviou para seu próprio e-mail.
Em janeiro de 2010, Gracinha, nossa atual mestra, de posse de suas lembranças digitadas, deu sequência na sua narração, fechando aspectos importantíssimos de experiências vividas nas Rocas, transcrevendo preciosos detalhes sobre o namoro, noivado e a festa de seu casamento. Somente ela, que viveu aquela linda história, poderia promover um relato com tantas riquezas.
Rita, não aceitando a ideia de ser a última, digitou, em um fôlego só, bastando apenas duas horas para concluir o sétimo texto. Foi o primeiro texto com foco no sentimento familiar, pois, como ela mesma citou; “…era apenas uma crianças com flashes, nuances e vagas lembranças…”. Falar de fatos é bem mais fácil do que desnudar sentimentos.
O texto de Rita foi um marco, pois deu abertura para que os últimos textos fossem entregues.
O que surpreendeu foi o mecanismo de quebra da resistência em colher o oitavo texto. Coube a nossa sobrinha, Priscila, motivar sua mãe, Edite, a escrever suas lembranças. O texto foi carregado de sentimentos e, como o meu, fugiu no tempo, remetendo a lembranças posteriores à proposta do projeto, porém foi muito bem escrito, pois transcrevia relatos do que foi sentido por Edite naquela época de muitas mudanças.
Como anunciado, desde o recebimento dos escritos de Rita, Lena cumpriu a sua promessa de entregar por último o seu texto. O calhamaço foi um fechamento brilhante de todos os textos, pois ela, apesar de muito atarefada com seus compromissos de trabalho, fez um relato com detalhes ainda não explorados nos outros textos. Chegou até a ser confrontada por tão aguçadas lembranças e teve que comprovar suas palavras escritas através de fotografias. Como bacharela, atualmente com mestrado, e brilhante professora, nos mostrou que não era só coadjuvante naquela história familiar e sim uma verdadeira e participativa personagem de um enredo no qual era também protagonista.
Na capa do livro estão os maiores homenageados, os quais não poderiam faltar: Cleto e Francisca, sem deixar de mencionar cada personagem das partes mais gostosas de nossa história: Graça, Edite, Francisco, Zeca, Zé Paulo, Lena, Joca, Guida e Rita.
Gostaria de dizer que a saudade é um dos maiores sentimentos do ser humano e que ela oportuniza agradecimentos aos familiares e a um passado recheado de boas lembranças.
E digo mais: minha saudade é do tamanho de uma rua, mas pode caber carinhosamente em uma casa: A Casa Nº 50.
Do projeto inicial, A Casa Nº 50, resultou o livro Vida Minha.
Autor: José Maria Cavalcanti.
Gostaria de compartilhar com minha mãe e com todos os meus irmãos minha imensa alegria por esta grande vitória de ter em
nossas mãos o resgate de nossa história, por meio do livro Vida Minha.
Sei que um exemplar especial foi entregue a cada um na festa do Natal, com certeza foi o melhor presente natalino que eu já recebi. Imagino que esta mesma sensação deve ser compartilhada por todos aqueles que são verdadeiros protagonista desta
linda história.
Antes da impressão, recebi um versão virtual do livro, mas nada como tê-lo em mãos. Até agora ainda estou babando nas 180
páginas de nosso livro de família.
Deixo aqui expressa minha eterna gratidão ao nosso irmão mais novo, Joca, por possibilitar este resgate.
Sua boa ideia, iniciada com as memórias da Casa nº 50, foi se ampliando e, graças aos depoimentos de nossa mãe, a queridíssima Francisquinha, pôde ser composta a nossa história de família, desde nosso bisa, Emiliano Cavalcanti, até a última mudança da Rua São Sebastião, no ano de 1976, para a Rua José do Patrocínio, que passou a ser a nossa residência definitiva, no bairro de Candelária.
Fico muito feliz por você ter me escolhido para tomar parte nessa empreitada.
Valeu, meu irmão e amigo, João ou, carinhosamente, Joca.
Muita coisa se perde ao longo de nossa história. Acho que aproveitei o momento certo para colocar no papel os fatos relevantes que aconteceram com nossa família unida. Sou grato a Deus por me inspirar em promover a integração familiar através da escrita. O resgate de nossa história só foi possível graças ao engajamento de todos no projeto Vida Minha. Em minha opinião, esse projeto pode ser copiado por várias famílias, que moraram em um determinado local por um determinado período de tempo. Sou feliz por ser parte integrante de uma família compostas de pessoas diferentes, mas com objetivos iguais: amar e ser amado.
Olá Obrigado pela visita em meu blog http://artistasetv.wordpress.com Desejamos a todos vocês muito sucesso! caso desejem uma troca de link do Blog contate – nos (amigodoradio@hotmail.com) grande abraço a todos.
Por Robson Gomes do Blog AT
Puxa, Cavalcanti, que legal a ideia do seu irmão de escrever a história de sua família.
Você já teve essa mesma inciativa para homenagear a minha mãe, escrevendo uma parte
da história da minha família, a qual você deu o título de “A Guerreira”, deixando a conclusão
para nós, filhas. Agora vendo o resultado do seu irmão, vamos juntos retomar para que no
aniversário deste ano de mamãe nós possamos ter concluído toda a nossa história.
Assim poderemos também ter um exemplar de nossa história.
Com a sua ajuda, tenho certeza que concluiremos mesmo, porque você é um editor muito
exigente.
Um grande abraço e parabéns pela sua linda família, que ainda hei de conhecer.
Maria José, Márcia e Eliana.
Joca, parabéns pela belíssima ideia de escrever Vida Minha.
Uma realidade acessível a todos e uma bela história para ser
passada para filhos, netos e bisnetos.
Marta.
João, fiquei impressionado com sua principal leitora: nossa
mãe, pois já está lendo Vida Minha pela segunda vez. Não
somente por ela ser uma amante da boa leitura, mas
se mostrou maravilhada com sua forma de escrever e até
pela linda apresentação do livro, na qual você se preocupou
com todos os detalhes: a qualidade da capa dura impressionou,
estilo à Francesa; as letras bordadas, no início de cada capítulo
ficaram chique, e o tamanho da letra foi uma preocupação a
mais, apropriada para todos nós, que ultrapassamos a casa
dos quarenta; e até mesmo o marcadar de página – uma
discreta fita -, que facilita toda marcação da leitura, revelou-se um
detalhe bem-vindo.
Ela declarou: “- Nao consigo parar de ler…”
Parabéns mais uma vez!
Que belo presente você concedeu para ela, pois, conforme sua própria
declaração, senti nas palavras dela que seu feito veio ao encontro de sua carência: ” – Pensei que ninguém fosse se
interessar por sua própria história!”.
Mostrar para ela o quanto valeu a pena tantos sacrifícios e
as muitas vitórias que ela conquistou é algo digno de todo
nosso reconhecimento.
Parabéns pelo seu blog. Tô na praia da Redinha curtindo o verão com seu imão, Joao. Flavio Henrique
Flávio Henrique, Natal é tudo de bom, ainda mais na Redinha.
Se nesse paraíso você gastou um tempinho para ver o meu
blog, fico muito feliz.
Procuro torná-lo interessante para agradar a todos, mas tal
caminho passa pela diversidade de preferências e pelo árduo trabalho de divulgação.
Grande abraço e será um prazer conhecê-lo pessoalmente na
minha próxima viagem.
oi tio joca!! comecei a ler o livro… é muito interessante, dá vontade de não parar mais!!! gostei muito!! parabéns pela ideia e pelo resultado final!!
um abraço, Fiamma
Lendo esse texto, vejo o quanto essa boa ideia serve para agregar pontos de vista e fazer uma verdadeira integração familiar. É como dinâmica de grupo, que nos leva a interagir no que está sendo proposto. Quando adolescente, sempre participei de gincanas e, além de achar muito divertido, o que mais me motivava era a mobilização, de toda equipe, em prol de realizar as tarefas. Parabéns, João Cavalcante, pela ideia de promover uma gincana familiar.
Li o livro e quando comecei a conhecer a família Cavalcante foi que compreendi melhor todos os escritos de Vida Minha. Fiquei orgulhosa em saber que vocês conseguiram por no papel a vida da família e que isso servirá de referência para as futuras gerações. Só o fato de que todos participaram diretamente com suas lembranças já é um exemplo de união familiar. Parabéns!