Tentação da Gula
TORTA DE MAÇÃ
Aquilo que uma mãe faz especialmente pra gente, com todo carinho, não se pode esquecer jamais.
O nhoque lá de casa era o mais delicioso que já comi, pois, além de caprichar no trigo, o molho era caseiro, sem o sabor amargo do enlatado. Para elaborá-lo, ela acordava cedinho para picar os tomates maduros, bem avermelhados, para depois cozinhá-los com os temperos. Após isso, passava manualmente tudo na peneira e deixava curtir para apurar mais o sabor.
A sobremesa era a minha preferida sempre. Já no caminho entre as duas cidades, ficava imaginando aquele inesquecível sabor que a torta dela tinha. Quando eu chegava, ela estava com meu pai ao portão, e quando lhe perguntava se havia feito minha torta, sempre ria e às vezes mentia, dizendo que não havia dado tempo. Mas, após o almoço, sabia que logo viria a surpresa. Era sempre assim, depois de saborear o suculento nhoque, que era degustado com o acompanhamento de fatias generosas do pão italiano, ela desaparecia por um breve intervalo de tempo e reaparecia a seguir com o inesquecível doce caseiro.
E a mesa era posta de forma a não faltar nada. A ideia era não fazer interrupções durante aquela hora quase sagrada. Hercília, a secretária de muitos anos, coordenava tudo, trazendo os pratos quentes para a mesa.
Tudo era previsto para que aquele momento fosse único, não havendo esquecimento de nada, como o queijo ralado, que na massa italiana não pode faltar. Essa era uma atividade para meu pai, que sempre comprava um pouco demais. Exigia do João, lá da vendinha do bairro, um parmesão fresquinho, ralado na hora. Aquele queijo de saquinho, cheirando a chulé, ele dizia: “- Isto não se recomenda nem pro pior inimigo!”.
Finalmente, depois de repetir o saborosíssimo prato italiano, minha mente já se voltava para o doce. Mas não era uma sobremesa qualquer, e sim a mais preciosa das tortas. Confesso que eu comia desesperadamente, como se o mundo fosse se acabar, que até perdia a noção de limite.
Não sei se é por fidelidade, mas jamais voltei a comer uma delícia igual a da minha mãe, porque aquela torta de maça era feita de uma maneira única. E já não está comigo aquela que me fazia com tanto carinho aquelas tentações da gula. Sinto dela uma saudade imensa, pois hoje já não desfruto mais o prazer imenso de sua presença.
Autor José Maria Cavalcanti
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A melhor comida é aquela que vem com o maior dos temperos: o amor.
Já sei…SAZON!!!! kkk…!
Discupinha, vai!
Perco o amigo mais não perco a piada. Uiii…!
Frito um frango à passarinha seguindo, à risca, todo modo de preparo feito por minha saudosa mãe. Apesar de gostoso, fica sempre muito aquém do que era preparado por ela. Acho que é o tempero da saudade que invade meu paladar.
Lembro sempre dessa torta de maçã que minha mãe fazia sempre com muito amor e carinho para mim.
Às vezes, quando chegava na casa dela, ela dizia que não tinha feito, e quando eu entrava na cozinha e olhava em cima da geladeira, lá estava a linda torta, deliciosa como sempre.
Embora seja uma receita simples e que eu guardo em meu caderninho de receitas, nunca consegui fazer igual e até hoje sinto o sabor especial que somente aquela tinha.
O molho de tomate também era muito especial, enlatado, nem pensar, somente molho fresquinho feito com deliciosos tomates para acompanhar o nhoque caseiro,que também nunca mais provei igual. Meu pai não comia massa em restaurante, pois gostava somente do molho de tomate de minha mãe, alíás, ele amava a comida dela. Por sorte, esse molho eu faço sempre em minha casa e posso relembrar aqueles dias em que juntos saboreavamos deliciosos pratos feito com muito Amor. Claro que a comida feita pela mamãe é insubstituível, não tem igual no mundo, pois como disse João no comentário acima, ela é feita com o tempero mais valioso do mundo, o Amor.
Mais uma vez, obrigada pela homenagem relatada nessa história linda que me faz voltar no tempo e sentir o quanto fui amada por aqueles que abriram mão de tudo para fazer muito por mim. Saudades!
Hummm…Lembrei de tantos sabores que mamãe faz com primor.
Algumas coisas aprendi outras ainda não acertei.
Mais vou contar um segredo aqui.
Minha especialidade é com as rabanadas.
Sempre foi um sucesso.
Lembro que sempre fazia a um casal de amigos que tenho muito carinho.
Foi sucesso logo de cara.
Aquelas fatias douradas, polvilhadas no açúcar e canela…leve, sequinha, sequinha…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…
Modestias a parte. Foi momento único naquela ocasião…kkk…
Falou em rabanada já sabem. ..Lili faz melhor que ninguémmmmm…!
Sucesso garantido. Não é Casal 20?! Uii..!
Bjs!
Excelente a torta e a foto no contexto geral, deu água na boca.
Parabéns pelas belas fotos do blog assim como as matérias muito boas…
Frase do dia: só existem dois dias no ano que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.
Muitas são as saudades das tortas da minha mãe, também do arroz e feijão com aquela gostosa farofa temperada e aquele café inesquecível. Um especial abraço a meu primo Mario Carlos
Realmente o tempero de mãe é insubstituível, elas colocam amor em tudo o que fazem para seus filhos, e o faz sem limites, vejo por minha mãe que nos criou sem o meu papai, sim, pois ele viveu conosco apenas 4 anos e resolveu ir morar com Deus, mas nossa mãe sempre foi pai e mãe, as saudades de papai nunca passam, mas temos uma mãe que é como já disse nosso amigo Cavalcanti: “uma guerreira”, pois tivemos o privilégio de ter uma mãe ao quadrado, digo ao cubo, pois passamos a morar com nossa vovó, então imagine, duas mulheres fazendo tudo com muito carinho, hoje a terceira foi visitar meu pai, e as mãe ao quadrado ainda tenho o privilégio de curtir e saborear os seus quitutes, um dos pratos preferidos para mim que ela faz não tenho, pois tudo é muiiiiiito bom, os salgadinhos, bolo de brigadeiro, a feijoada, a maionese e a farofa, etc, sabores de puro amor, .
Quando somos atraídos por algo bom, basta fechar os olhos para sentir o sabor. Seja de comida, de bebida ou do beijo da mulher amada. Podem passar meses, anos ou décadas, porém, basta alguma coisa nos remeter o pensamento para enchermos a boca d’água. São registros que não se apagam facilmente.
Meu Deus! Essa memória me fez lembrar a torta de Fígado que meu pai ensinou a minha mãe fazer. Depois que meu pai faleceu ela nunca mais fez para nós. Ativo todos os meus sentidos só em pensar nessa delícia gastronômica.