Chega de Saudade
PITTY
Já estava bem frio. Era o primeiro terço do mês de maio de 1995, quando fui retirado do calor e aconchego dos meus pais, no Jardim Paulista. Não sabia que aquilo era uma despedida, muito menos desconfiaram meus dois irmãozinhos, que me olhavam sem entender coisa alguma.
Formávamos uma ninhada bonita, de pelagem curta e de pequeníssimo porte. Minha mãe era uma Chiuaua negra, número zero e meu pai, de mesma raça e de cor marrom, era número um. Desse intercâmbio genético, nascemos com distintas mesclas e com tamanhos variados.
O marrom do meu corpo não era a mesma cor do restante da família. Uns eram pretos e outros misturados, com uma manchinha aqui ou acolá. O mais importante é que éramos muito unidos, sempre bem coladinhos uns aos outros, assim ficávamos também para tornar nossos corpos mais quentinhos.
Com meus pais, vivi trinta dias de alegria e peraltices. Junto a meus irmãos, passávamos o tempo dormindo, mamando ou choramingando, mas tudo era muito gostoso e divertido.
Tinha um mês de vida e ainda não tinha nome, quando fui sacado da companhia da Dondoca e do Chamego, meus pais.
Fiquei sabendo depois que Dora era obrigada a vender sempre a ninhada, pois sua casa era pequena e não podia sustentar tantos animais. Assim ganhava também um troco, assegurando-se que os novos proprietários iriam cuidar muito bem de cada um de nós. Minha Dondoca era forte e sempre ganhava cinco filhotes em cada barrigada. Éramos grandes em número, mas diminutos em tamanho. Sorte da Dora, pois isso garantia boas vendas.
Lembro-me da chegado do Cal. Muito educado, não conversou muito, e logo me pegou feliz, escolhendo-me entre os três irmãos que restavam. Duas irmãs já haviam sido vendidas, restando os três machos. Assim coube a mim a sorte grande de ser selecionado pelo simpático comprador.
Desconfiei que eu seria levado como presente, por isso resguardei meu coração para doá-lo para a pessoa que o destino havia reservado para mim, que até aquele momento ainda não conhecia.
Após o ato da compra, fui levado carinhosamente para o carro, que estava estacionamento no mesmo lado da nossa casa. Pelos primeiros cuidados recebidos, imaginava que seria muito bem tratado.
Fui colocado no assoalho do Fiat Uno e ali me acomodei, encolhendo meu corpo para aliviar aquela exposição ao frio que fazia naquele dia de inverno. Meu focinho detectava novos cheiros, como o da gasolina e da borracha dos tapetes novos. Mesmo que minhas orelhas ainda não estivessem de pé, podia escutar outros motores no agito do trânsito e as inúmeras e ensurdecedoras buzinadas dos mais apressados.
Pela primeira vez, entrei em um carro. Ali fiquei quietinho durante um certo tempo, até que o carro parou num ponto de comércio da Rua Helena David Neme, uma vídeo locadora chamada de CIA do Vídeo.
Saindo dali, fiquei ansioso para conhecer a cara do meu dono ou dona. A surpresa se deu poucos minutos depois, após eu dar uma carimbada no tapete novinho do veículo.
De repente vi surgir diante de mim um sorriso lindo. Pela reação, aquela com certeza seria minha nova dona. E eu nem imaginava o grande presente que estava ganhando em minha vida. A mãe que todo cachorrinho sonha um dia ter, mas isso iria se revelar durante minha longa existência: quase 16 anos de vida. Uma eternidade para uma vida canina.
E aquela amizade que estava apenas começando iria perdurar por muitos anos, mais de uma década e meia. Eu ainda nem desconfiava que iria merecer toda uma carinhosa dedicação de um ser humano.
Ela me pegou com um jeitinho tão meigo que já pude medir a grandeza daquele coração. Recebi carinhos por todo o caminho, indo direto à Loja Pet Hungária para abrir minha fichinha e para ganhar minhas primeiras roupinhas. Ali fui também vacinado e vermifugado.
Minha dona foi tomada de surpresa, quando o veterinário perguntou para ela:
– E como é o nome dele?
Depois de alguns minutos de espera, veio aquele nome que eu iria carregá-lo com muito prazer por toda a vida.
– Pitico, mas vou chamá-lo apenas de Pitty.
Confesso que Pitty era mais carinhoso e doce. Com esse apelido, fui acostumando meu superouvido a correr pros braços da minha nova dona.
Dali saí com caminha e com a definição de uma ração especial para bebês, algo mais mole e saboroso.
Minha fina listrinha preta nas costas se destacava na pelagem marrom. Minha cauda, cortada pela metade, deixava-me um sinalizador maior para demonstrar minha alegria sempre quando ela chegava do trabalho.
Nos meses seguintes, ainda tomei bastante leite de vaca, até estar com a dentição forte o suficiente para passar a uma ração de um animal jovem.
Minha dona não tirava os olhos de mim e me enchia de dengos e mimos. Sempre ganhava dela brinquedinhos, acho que ela sabia da minha necessidade de diversão. Muitas vezes corri pelo apartamento com um chinelo na boca ou com as meias que encontrava na sapateira. Fazia com ela um espécie de esconde-esconde ou de pega-pega. Assim eu me divertia, e ela se enchia de risos.
Ela estava tão apaixonada que me exibia para todos os amigos e vizinhos. Logo na primeira oportunidade de viajar, lá estava eu indo para Campos do Jordão. Aquela foi minha primeira viagem fora de São José dos Campos.
Ainda hoje recordo que estava muito frio, mas eu estava tão abrigado no colo da minha dona que apenas tremia um pouco, uma das características da minha raça.
Ali, na “Suíça brasileira” a quase 2.000 mil metros de altura, tirei minhas primeiras fotos, que até hoje fazem parte do meu albinho de fotografias.
Minha segunda viagem foi aquela em que meus donos passaram férias em Ouro Preto. Antes de chegarmos naquela belíssima cidade histórica, pernoitamos em Araxá/MG e depois seguimos direto para o local mais lindo de Minas Gerais, sem diminuir o valor de Belo Horizonte, São João del Rey, Diamantina, Tiradentes, Mariana, Sabará, São Lourenço, Caxambu e outros recantos inesquecíveis das Gerais.
Depois de Minas, passeei também pelo Rio de Janeiro. Ficamos em uma pousada bem pertinho do mar, na Praia de Búzios. Depois conheci também Floripa e Paraty e outras praias do Litoral Norte de São Paulo.
O primeira pergunta da minha dona para a hotelaria era se me aceitavam, este era o requisito principal para a escolha da pousada ou hotel. Quando não havia jeito, eu dormia no carro, na área do estacionamento, com todo o conforto e constantes cuidados.
A Pousada Lua e Sol, da Gisele, recebeu-me com tanto carinho muitas vezes que perdi a conta. As noites ali são sempre lindas e muito estreladas, afinal, estamos pertinho de Campos do Jordão, na cidade de Santo Antônio do Pinhal, também localizada no maciço da Serra da Mantiqueira. Recordo que na cesta do café da manhã sempre vinha um ossinho de presente para mim. Este gesto era um diferencial que garantia sempre nosso retorno ali.
Relembrando meus primeiros dias no novo lar, recordo que fui sendo condicionado a fazer minhas necessidades em folhas de jornal que ficavam debaixo do tanque da área de serviço. Mas meu aconchego era mesmo no sofá ou na cama com minha dona. Depois do primeiro ano, passei a querer ficar aninhado somente na minha caminha, no local mais quente da cozinha.
Cresci na Vila Ema, sempre desfilando pelas ruas e praças adjacentes com minhas várias roupinhas. Meu guarda-roupa estava sempre cheio de novidades. Uma que não esqueço foi a que ganhei por ocasião da copa do mundo de futebol. A roupinha colorida em verde, amarelo, azul e branco chamava por demais a atenção de todos.
Tirei uma foto linda vestido com a amarelinha que serviu de descanso de tela do computador da minha dona por muito tempo.
Vivi toda minha vida como um verdadeiro príncipe, pois, além de ter de tudo, minha carteirinha de vacinação estava sempre atualizadíssima, demonstrando todo o cuidado que me era dedicado.
Ela estava sempre pronta a me fazer os maiores elogios para meu olfato e audição, além de sempre alardear para as amigas a minha lealdade e inteligência, fazendo jus a máxima de que o cão é o melhor amigo de sua dona.
Quando minha dona ia visitar seus tios, era comum eu dar uma escapada pra rua. Isto provocava um verdadeiro rebuliço na casa, pois minha dona ficava nervosa e xingava: “Tio, você deixou o Pitty fugir de novo!”. “Perdón, pero me pasó como una bala!”.
Minha dona era tão apegada a mim que em viagens internacionais somente confiava minha guarda a alguma amiga chegada, a tia Dulcineia.
Em um dos passeios para outro país, as amigas estavam indisponíveis, e tive que ficar em um hotelzinho. Ao ligar de longe para saber como eu estava, o dono do canil foi sincero e reportou que eu estava triste e pouco comia, assim trouxe para ela uma preocupação. Não passei muito tempo ali, e ela pediu para que a Elza, sua secretária, levasse-me de volta para o apartamento. A Elza recebeu naquele mês um salário a mais somente para ficar comigo. Essa foi a única maneira de minha dona seguir viajando tranquilamente.
Assim o tempo passou de forma prazerosa, entre afagos e carinhos.
Posso dizer hoje que tive a mãe mais carinhosa que um cachorrinho pode ganhar em sua vida.
Quando mais jovem, pulava sobre a cama e os sofás, mas, com o passar do tempo, só o fazia com ajuda. Choramingava para avisar que estava apertado e que queria passear. Esperava à porta a chegada da minha dona todos os dias, patinhas frontais cruzados e prestando uma atenção em direção da entrada do apartamento.
Com a velhice, vieram todos os problemas que bichos e homens não conseguem se livrar. Ao chegar no décimo quinto ano, começaram meus problemas de saúde. Recebi todos os tratamentos disponíveis para aliviar a fase final, mas tive enfim de seguir para o céu dos cachorrinhos, partindo em pedacinhos o coração da minha querida dona.
Dia 31 fez um ano, recheado de saudades gostosas de um tempo que não volta mais. Ficaram as alegrias que não saem das nossas memórias. O mais importante que eu quero que minha dona saiba é que fui muito amado e se mil vidas tivesse gostaria de voltar sempre para os braços daquela que me deu todos os carinhos e mimos do mundo.
Autor José Maria Cavalcanti
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Recordo que muitas vezes brincava de rosnar com o Pitty, e ele respondia muito feroz, quando eu fingia atacá-lo. Logo que eu me cansava da brincadeira, ele vinha com a patinha para raspar minha perna ou meu braço, pedindo para não parar.
Outras vezes ele enfiava o focinho por baixo do meu braço, exigindo carinho. Creio que isso é comum, mas marca muito a relação de amizade.
Saudade de você, Pitico!
A palavra saudade é pequena para expressar a falta que sinto de você. Foram 15 anos e meio de muito carinho, companheirismo e um amor incondicional que jamais teremos de um ser humano. Lembro como se fosse hoje, o dia em que ele chegou em minha vida e de todo o amor que pude dar. Desde pequena amo os animais de uma maneira especial, vê-los sofrer me deixa com o coração muito apertado e sofro com isso. Pitty foi o cãozinho que mais tempo ficou no meu convivio e que marcará para sempre essa relação tão sincera e leal.
Esta linda homenagem, me fez chorar muito, mas muito mesmo, porque a falta dele em nosso lar e vida é muito grande, chegar do trabalho e não vê-lo mais é muito difiícil, não poder levá-lo para passear todos os dias como eu fazia, não ter sua companhia no sofá para ver a tv. Quando o Pitty era mais novinho, lembro que ele dormia na sua caminha e quando o Cal acordava mais cedo, ele tirava a tábua que o separava dos quartos e ele vinha correndo e pulava na minha cama para me acordar e ganhar carinho, que saudades….
Ele sabia a hora de passear, sabia quando nós iamos viajar, sabia a hora que eu chegava do trabalho, sabia quando eu estava triste, era uma relação tão profunda, que somente quem ama de verdade o seu animal sabe descrever.
Quando meus pais eram vivos, sempre que eu ia na casa deles eu levava o Pitty e era uma festa, quando eles ganharam o Fredy, os dois ficaram amigos e se davam muito bem, meu pai assim como eu, adorava os dois e parecia uma criança brincando com eles. Sei que tudo tem uma razão na vida, mas seria tão bom se esses seres tão especiais pudesem ficar mais tempo conosco.
Ele gostava muito de brincar com a bolinha, mesmo já com mais idade, ele corria atrás dela quando eu jogava ela longe e vinha com ela na boca para que eu a pegasse.
Pitty foi o presente mais lindo que ganhei em minha vida e que jamais esquecerei, somente quem presenciou o nosso convivio sabe do amor que tenho e de tudo que fiz por ele.
Agradeço, com muito carinho, a minha grande amiga Dulcinéia, que inúmeras vezes cuidou dele e o recebeu em sua casa para que eu pudesse viajar tranquila, somente ela sabia de minhas preocupações e “neuras”, obrigada minha amiga por esse carinho impagável.
Pitty, te amo muito, e daria tudo para te ter ao meu lado novamente.
Obrigada Cal por este lindo texto, mesmo chorando muito, ele também me deixa feliz e me faz viajar no tempo.
Marta, sabíamos do seu carinho por Pitty, mas desconhecíamos sua história e da importância em suas vidas. Achei importante essa bela homenagem de Zeca, que é como se fechasse com chave de ouro essa bela história e que ficará registrada na memória dos que a conheceram. Na nossa casa tivemos três cachorrinhos, mesmo eu não aprovando muito, sempre acabava em minhas mãos ter que cuidar de todos, até os últimos momentos e arcar com todas as despesas. Ironia do destino. Maltratá-los, jamais. Cuidei de todos até o fim. Hoje, optei por não tê-los. Causa muito sofrimento na família quando os perdemos.
Na minha família nunca dava para ter um cachorro, visto que eram muitas bocas para alimentar e minha mãe não era favorável a ter mais serviços com os cuidados necessários ao animal. Quando casei, adquiri logo dois filhotes de fox paulistinha e os batizei de Sapeca e Peralta. Peralta morreu com doze anos e Sapeca com dezoito. Hoje, continuo com outro Peralta e outra Sapeca da raça poodle. Sapeca está em sua segunda ninhada e faço questão de doá-los a quem realmente gosta e cuida de animais. Por mais distante que queiramos nos manter longe do animal, sentimos sua falta quando ele simplesmente foge. A morte gera uma sensação de vazio. Só quem respeita e gosta de um cachorro é que sabe da importância dele em sua vida. Por um pouco de água e ração, diariamente, um animal enche de alegria o ambiente e, além de nos fazer companhia, nos protege.
Pitty, sua vida foi linda…..sua dona daria qualquer coisa para você estar ao seu lado novamente….acompanhei sua vida desde quando você chegou…sei o amor eterno de sua dona….ela lhe deu uma vida de príncipe e muito mais…. o mais importante: o amor…..pois não adianta ter vida boa se falta o amor…mas nesse lar o amor foi o primordial….Obrigado por você ter existido na vida da Marta, pois você a fez muito feliz….e esteja onde estiver tenha certeza que você jamais será esquecido….
Tem coisas na vida que passam e se vão, o Pitty vai ficar eternamente marcado na vida dos que o conheceram.
Foi e será para sempre uma excelente lembrança!
Parabéns pela matéria!
MCF
“A vida é assim: só quando perdemos algo que amamos é que percebemos o tamanho do espaço que ele ocupava em nossa vida”. – Padre Fábio de Melo.
Gosto de chegar em casa e ver meus cachorros me “sorri latindo”. Aquela demonstração de alegria ocupa todos os meus pensamentos, logo me dedico a afagá-los, preparar sua ração e trocar sua água. Mesmo depois de saciados em sede e fome, continuam a me observar preparando o jantar. Seus olhos me acompanham por onde ando e se me afasto um pouquinho logo estão me seguindo. Após a refeição, me sento, e eles pulam no meu colo para o cafuné. São meus guardiões e grandes companheiros carinhosos.
Sempre que eu chegava para trabalhar, eu era recebida pela alegria do Pitty. Ele era um companheirão, sempre me acompanhando pelo apartamento. Às vezes o levava pra passear, quando havia mais tempo, e era aquela festa pelo bairro.
Recordo de muitas coisas da nossa convivência de anos, mas algo que ficou na lembrança foram seus pulos na cozinha querendo mais tomate picado.
Elza Diogo
Certa vez, o meu cachorrinho fugiu. Procurei por todas as ruas do bairro e nada. À noite, senti um vazio por toda casa, apesar de ele ocupar só o quintal. Na manhã seguinte, ao abrir o portão de madeira, me deparei com ele todo serelepe com sua travessura. Apesar de todo sujo, não me contive em pegá-lo nos braços. Naquele dia, cancelei a agenda de trabalho e fiquei o dia todo a cuidar do fujão. Depois de um bom banho, alimentá-lo com ração e água, fiquei brincando com ele. Acho que foi a forma de dizer que senti a sua falta. Ele morreu por causa de um vírus, contraído numa campanha de vacinação, mas o veterinário me dissee que se ele sobrevivesse ficaria com muitas sequelas. Já tive vários outros cachorros, porém guardo comigo essa passagem que ampliou o valor que sempre dei aos animais.
Olá!
Falar do nosso cãozinho é como falar de um anjo de 4 patas.
Nem todos os remédios vem dentro de potinhos ou vidros.
Ele podem vir tb em 4 patas.
Ele é capaz de mudar nossa vida.
O companheirismo, mesmo no silêncio é de uma intensidade absurda.
Amo muito cachorro e tive a oportunidade de ter alguns enquanto morava com minha mãe.
Tive aqui a “Zaira” uma bassê caramelo linda. Como preencheu meu espaço.
Hoje não está mais comigo.
Sinto mesmo profundamente que fará um bem enorme quando meu anjinho de quatro patas chegar. Ele vai chegar.
Sei o que é perder um amigo anjo como este.
Um amor incondicional de fato.
“Zaira, Tobi, Laika, passaram por nossas vidas e hoje nossa amada Suzi que mora com mamãe. Linda e carente que só ela.
Amoooooooooooooooooooooooooo….cachorro!! Eu vou ter o meu.
Amor incondicional é tudo que desejamos. Que nossos cães nos ensinem isso. sempreeee….! Uhuuu…!
Vc, Pitty, a meu ver, foi uma pessoa muito má em vidas passadas e teve que voltar pra esta, em forma de cachorro e pagar dívidas de outrora.
Certo de que a vida que levaria agora seria de um vira-latas sarnento. Já nascera s/ pretenção de galgar um lar que fosse.
o dia-dia na rua fuçando lixo já lhe bastaria.
Mas como que num conto de fadas, surge na sua nova vida uma pessoa que não seria madrinha e sim uma mãe carinhosa e ferrenha no cuidado do rebentinho canino.
Dando-lhe de tudo e mais um pouco de que ele esperava ou merecia. Deu-lhe também o que muitas pessoas desejam, o amor.
Que cara de sorte esse Pitty, passou a vida inteira no bem bom, viajando e fazendo coisas que poucos “humanos” irão fazer em toda vida.
“É, ALGUNS NASCEM PARA SOFRER ENQUANTO OUTROS PARA BRLHAR”
Vai com Deus, a dívida esta paga seu sortudo.
Também tive tempo de conhecer o Pitty, ele era realmente muito fofo, mesmo já com muitos aninhos, ainda era simpático, e eu consegui fazer um carinho nele, e sei da importância dele na vida da Marta. Sentimos também a ida dele para outro lugar, quem sabe até para fazer outra pessoa feliz, assim como fez vc Marta, e acredito que deverá contar na nova morada a seus novos amigos o quanto sente a falta dela. Uma coisa é verdade, ele esteve com vc nos momentos mais importantes de sua vida. Doeu em nós saber que ele se foi, pois sabíamos o quanto ele era importante na sua vida e toda sua história, e que vc sofreria com isto. O que pudemos fazer foi rezar e pedir a Deus que lhe desse o conforto, pois ele foi certamente fazer alguém feliz também.
Agora a Suzi pode te dar um carinho quando vc vem nos visitar, e ela é mesmo linda como disse minha irmã no comentário acima. Dentre os cachorros que já passaram aqui em casa, ela se esqueceu de citar o Vladmir Polanski, aquele era sapeca demais!
Cavalcanti, li e me emocionei com o texto sobre o Pitty, só quem tem esses filhos de quatro patas entende. Meus filhotes são minha companhia quando o Celso viaja e nossa alegria do dia a dia.
Karine
O cão é considerado pela maioria dos seus donos como o seu melhor amigo. Talvez seja porque é uma relação recíproca, tanto da parte deles como do cãozinho.
Se bem tratado, tanto na alimentação, cuidados com a higiene, saúde e, principalmente o carinho, você terá com certeza um aliado.
É muito gratificante você ver a alegria do seu cãozinho, seja lá a raça ou tamanho, quando você chega em casa, ele pula, roda em sua volta, late, demonstrando que está feliz. Para quem gosta de vê-los assim, também é uma alegria, pena que algumas pessoas não têm essa consciência e, muitas vezes, descuidam de seus animais, abandonam e por vezes até judiam.
Roberto Carlos demonstra isto muito bem em uma de suas canções, quando ele retorna para casa depois de uma separação e diz : “Ao chegar ao portão, meu cachorro me sorriu latindo”. O compositor sabiamente demonstra o instinto daquele animal, comprovando ser verdadeiramente o melhor amigo do homem.
Hoje em dia, graças a pessoas que se envolvem em alguns projetos, pensando na melhoria de vida desses animais, muito são resgatados das mãos daquelas pessoas que não estão nem aí com eles.
Cães que choram ou latem quando estão sozinhos em casa fazem isto por puro sofrimento, isto acontece com aqueles que passam muito tempo sozinhos. Para que eles possam aliviar o estresse e a tensão que sentem, então procuram correr, latir, roer, cavar, pois, são animais que precisam de convívio social, ou seja, precisam da companhia de outros cães e pessoas.
Zeca, parabéns pela escrita. Só não gostei de você ter feito Marta chorar.
Saudades da Negrita, Dingo, Dob, Pinco, Rambo, Pintchy e do nosso gatinho, que de loirinho ganhou o nome de Fritz. Assim como o Pitty, que deixou a sua estória na vida da Marta e do Calvalcanti, os meus amiguinhos, cada um com sua característica, também fizeram e fazem parte da estória da minha família. Com seu companheirismo, seu carinho e lealdade, esses nossos bichinhos estão e estarão sempre nas lembranças dos momentos onde havia uma troca de sentimentos puros e incondicionais.
Querida Marta:
Sei o quanto sentimos quando perdemos um amor de quatro patas… Aqui em casa temos 21 gatinhos e 3 cachorros (todos que pegamos da rua, abandonados) e infelizmente, acabamos, pelo fato da família ser tão grande (+ 3 humanos…), não tendo condições de darmos mais do que MUITO amor, raçãozinha de qualidade, abrigo e vacinas mais necessárias. E ficamos com o coração partido quando vemos que teríamos muitos animais mais, se tivessemos condições (como as pessoas abandonam animais. É algo terrível…). Todos tem nomes bíblicos (ainda bem que a Bíblia é riquíssima em genealogias…) e eles sabem como se chamam e tem personalidades diferentes e eu amo cada um, com suas próprias características. Já perdemos 3 cachorrinhos (um chegou em casa completamente desnutrido e sua dentição comprometida. Viveu conosco 1 ano e 2 meses, tornando-se forte e, mesmo com um sorriso não tão atraente, era para nós, motivo de orgulho. Mas foi emagrecendo de repente e seus dois amiguinhos (da rua também, mas em melhor estado e igualmente amados), também adoeceram, ao mesmo tempo. Meu marido, nessas ocasiões, “consulta” oralmente a veterinária da cidade (que castra gratuitamente as fêmeas) e eu à Internet = não temos condições de levá-los às consultas individuais… e, descrevendo os sintomas e o quadro geral dos animaizinhos descobrimos que não havia cura = enfermidade causada por carrapatos (moramos em uma área rural). Também perdemos 5 gatinhos (uma que chegou com o intestino perfurado e precisou ser sacrificada. Ela tinha os olhos azuis mais lindos que eu já vi e quando eu a pegava no colo para dar banho = era uma média de 06 por dia = ela me olhava tão profundamente que era como se estivesse conversando com o olhar. Tentamos, mesmo sabendo que não havia jeito, por 5 meses. Mas ela já sofria muito, pois arrastava só as duas patinhas da frente e a parte de trás, por causa dos banhos frequentes, já estava machucada, além de ser paralisada. Foi muito, muito triste. Uma morreu de tuberculose na pele (Uma doçura de gatinha. Pelas dores que sentia quando eu ia passar os medicamentos na ferida, acabou me mordendo e unhando para se livrar, mas relutou muito para fazer isso. Por isso fiquei 17 dias no hospital, internada, pois fui contaminada com a bactéria que a acometeu). Outra teve parada cardíaca com a anestesia para castração. Um gatinho bebê (+/- 2 meses de vida) que fugiu da mamãe dele e o nosso cachorro o pegou da casa dos gatos (construída no quintal); nós o socorremos na hora, mas ele não resistiu a bocada. E um gatinho que apareceu aqui em casa com o corpinho todo tomado por sarna e eu dei banho nele com shampoo específico e passei o medicamento, mas ele amanheceu morto, com o rostinho no potinho de água. Enfim, muito triste. Cada caso, uma dor.
Mas temos as alegrias do dia-a-dia, da grande família, que faz peraltices, dengos, encantos e torna a nossa vida doce, muito, muito doce. Não sei quem é o autor dessa frase, mas ela resume o que nós, que temos e tivemos bichinhos, sabemos muito, muito bem:
“Quem nunca teve um animalzinho, não sabe o que é ser amado de verdade…”
Desculpe escrever tanto… Compartilho o mesmo amor que você por eles e também sei o quanto dói perdê-los. Enfim, vale a pena continuar a dividir nossas vidas com essas criaturinhas tão amorosas, mesmo correndo o risco de sofrer de novo. Afinal, o tempo que passamos juntos se eterniza (como é maravilhosa a alegria do amor!) e se vier a dor, ela nos torna mais fortes e mais humanos… E quem é que não precisa disso?
Beijos!
Hoje terminei de ler a história da vida do Pitty. Desculpe Cal e Marta; parece desleixo, comecei a ler, fui interrompida e só acabei de ler hoje. Conheci o Pitty também. Ele passou uma tarde com a Marta lá em casa. Já tive 2 caozinhos na minha infância. Hoje curto meu papagaio que me chama:
“Oi Dê”. E isto já me alegra muito.
Beijos.
Denise
Hoje reli o lindo texto do meu inesquecível e saudoso Pitty e vi que algumas coisas foram agregadas e que novamente me fizeram chorar.
Lembrei com muitas saudades também do lindo Fredy, Kelly e Igor. Fredy que foi amigão do Pitty e que se conheceram desde pequeno. Ele teve uma história linda também junto ao meu pai que muito o amava.
Lembro que no dia da morte do meu pai, Fredy estava sentado ao seu lado do corpo do meu pai, que foi encontrado morto, que amor puro e verdadeiro.
Pitty…que saudades sinto de todos vocês.
Que legal saber do seu cachorrinho Pitty e saber o amor que você teve por ele e que era bem cuidadosa!
Minha primeira cachorrinha foi uma Cocker Spaniel que ganhei de aniversário em 93, na casa em que eu morava na Vila Ema.
Ficamos lá até 99 com ela e com a Meg, filhotinha dela que nasceu em 98.
E quando eu estava viajando com minha mãe e meu irmão para Floripa, elas fugiram e nunca mais voltaram.
No mesmo ano, ganhamos o Bill, que também era Cocker.
Ele tinha os pelos Marrons e tinha o focinho branco.
Ele era um amor de cachorro e foi com ele que peguei mais amor!
É, infelizmente, ele foi para o céu dos cachorrinhos em Junho/2000.
Ficou 1 ano e 6 meses com a gente.
E hoje, desde Agosto/2002, temos a Layla, uma labradora que fará 12 anos em Julho.
Muito boazinha e querida!
Mais teimosinha também!