Cidadãos Conscientes
QUINZE DE NOVEMBRO – HORA DE PENSAR
Enquanto o Brasil se esforça para se livrar dos números negativos das estatísticas mundiais, que ainda aponta um número elevado de analfabetos, outra preocupação surge com respeito aos quantitativos dos analfabetos funcionais. Aqueles que conseguem decodificar os símbolos, mas pouco compreendem daquilo que leem. Isto é percebido nos vestibulares de acesso às universidades e nas provas do ENEM, quando muitos jovens tiram conclusões erradas sobre o tema da redação e escrevem verdadeiras barbaridades, ao fugirem da temática proposta, que se encontra bem diante do nariz.
O bom hábito de ler para compreender melhor permite que o leitor faça raciocínios lógicos e reflita sobre determinado assunto, podendo assim tirar conclusões e se armar de argumentos para interagir em sua área de atuação ou mesmo no debate de temas que o afeta direta ou indiretamente. Só assim é que se pode estar consciente de sua realidade, podendo lutar por seus direitos e não permitir discriminações ou desigualdades sociais.
Em 1889, um grupo de cidadãos conscientes lutaram para tornar o Brasil na hoje República Federativa, destituindo a monarquia portuguesa do poder. Um ano antes, um grande avanço havia sido dado – a libertação dos escravos -, também uma pauta dos republicanos que almejavam ter uma nação de homens livres. Mesmo desagradando as oligarquias formadas pelos grandes fazendeiros do Nordeste e do Sul, que eram aliadas da realeza, nada conseguiu impedir estes grandes avanços.
Um cidadão consciente é a ferramenta essencial de conquistas sociais, políticas e econômicas para uma nação.
Qual a sua opinião sobre o dia 15 de novembro? Faça seu COMENTÁRIO!
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Rolando Boldrin – Desabafo
Cento e vinte e dois anos depois, ainda estamos aprendendo a ser uma República. Ainda na condição de aprendizes, vamos comemorar os avanços que já tivemos.
Viva Brasil!
Ontem, fui visitar um amigo, que estava alheio a data e feliz pelo feriado. Na periferia da cidade, estávamos falando de futuro. Seu filho, com 22 anos, falava na colação de grau do curso de Direito e, com sua namorada, 21 anos, fazia planos de juntos estudarem para as provas da OAB. Objetivavam montar um escritório advocatício. Me vi, na idade deles, trabalhando e pensando em casamento e senti orgulho de minha geração, que está tendo condições de manter os filhos estudando e dando oportunidades de decidirem um futuro profissional. Entre uma conversa e outra, entramos no tema da violência e me posicionei contra a afirmação de que o mundo estava mais violento. Falei de minha época em que criança não tinha querer e que a violência era generalizada dentro das casas. Bastava um aborrecimento e levávamos um surra, seja de pedaço de pau, fio da tomada de ferro elétrico, cabo de vassoura ou exagerados tapas. Disse que não existia diálogos entre pais e filhos e que éramos reprimidos por tudo. Por isso, passávamos a maior parte do tempo na rua, brincando com os nossos amigos que enfrentavam os mesmos problemas. Quando um pai batia em uma mãe, ninguém dizia nada, pois era algo comum nos lares. Nossos pais falavam com os olhos e, a cada olhar, já sabíamos que estávamos fazendo algo que os desgostavam. Uma geração do medo e até hoje temos receio de quebrar algo e não nos aventuramos em prosseguir nos comandos de celular, som e computador se não tivermos a exata certeza de que estamos bem orientados. Falamos do quanto as crianças de hoje não têm limite em avançar no desconhecido e manipulam os eletrônicos com a maior facilidade.
Sou um otimista e acho que sim que o mundo está bem melhor. Se há estatísticas é porque existem números e são eles o espelho do crescimento. Com sucesso ou insucesso, existe um maior número de pessoas objetivando um curso superior e isso é muito bom.
Os brasileiros só terão consciência do poder que tem nas mãos quando se unirem em definitivo! E lutarem pelos seus diretos.
Brasil crescendo, mas ainda existem muitas desigualdades basta ver o resultado do senso deste ano.
Parabéns pelas excelentes matérias
Mario Carlos
Basta ler os textos dos comentários no Twitter, Facebook ou Orkut para enxergarmos o quanto nossos jovens escrevem errado. Mas, encontramos, também, entre erros e acertos, ideias e comentários pertinentes ao assunto exposto. Acredito que estamos indo, lentamente, em frente, aos trancos e barrancos, contudo sem retrocesso. Nunca se vendeu tantos livros, revistas e produtos de informática em nosso país. As nossas livrarias, que antes vendiam basicamente livros didáticos, em períodos escolares, oferecem outros livros, vindos de todas as partes do mundo. É verdade, que trocamos o Sítio do Pica Pau por Harry Potter, Senhor dos Anéis e a trilogia dos livros de lobisomens, mas que também é leitura. Existe no país um calendário de festivais de literatura, que contempla todos os estados, apresentando novos e velhos títulos. Somos ainda muito carentes e aceitamos o novo como sendo o melhor, porém vejo uma geração que fala em saúde, educação, formação escolar, que lê mais, busca uma melhor alimentação, faz exercícios e que aprendeu a escolher, a degustar um bom vinho, azeite e café. Valeu a pena, republicanos!
Meus filhos cresceram lendo gibi e depois passaram a ser ótimos leitores dos livros recomendados pela escola, até que hoje já têm seus próprios gostos literários.
Fico feliz que são cidadão conscientes e são respeitadores, coisa que me dá o maior orgulho.
Ciro