Árabe – Influência Idiomática
INFLUÊNCIA ÁRABE NA LÍNGUA PORTUGUESA
Os Árabes constituíam a classe dominadora e militar. Daí o grande número de termos relativos a instituições jurídicas e sociais, bem como à arte da guerra. Além disso, há muitos termos relativos à cozinha e aos alimentos, às indústrias e ao comércio, à agricultura, às ciências e às técnicas, às artes, aos ofícios (domínios em que brilharam), ao vestuário, animais, plantas e topônimos. Deles também vieram alguns adjetivos, um pronome indefinido (fulano), uma preposição (até) e uma interjeição muito significativa da influência árabe (oxalá), quase todos anteriores ao século XIII. Eles não deixaram um único termo concernente aos sentimentos, se não considerarmos a palavra mesquinho.
Quase todos os arabismos começam por al– (artigo definido invariável em árabe), por vezes com o l assimilado à consoante inicial do substantivo árabe (arrabalde, Arrábida, arrais), havendo, frequentemente, alguns termos sofrido uma posterior simplificação (açorda, açúcar, ataúde, azougue).
Também são arabismos os nomes dos rios e de terras começados por Guad– (ou Od-), que em árabe quer dizer precisamente “rio”, tais como Guadiana (ou Odiana, antigo), Odemira, Odiáxere, Odeceixe, Odeleite, Guadalete, Guadalaxara, Guadalquivir, etc. Vários outros topônimos sofreram alterações fonéticas ao passar pela influência árabe, tais como Lisboa (Olisipone), Tejo (Tagus), Beja (Pax Julia), Sevilha (Hispalis, através de Isbilia), o mesmo sucedendo com nomes comuns de diversas origens: latina (alcácer – castrum), helênica (arroz – órÿza), sânscrita (xadrez), persa (laranja). Os antropônimos de origem árabe só tomaram conta no século X, sendo depois destronados em proveito das tradições do calendário cristão.
Exemplos de inúmeras palavras que foram introduzidas na Língua Portuguesa, somente começadas com a letra “a”, dentre outras:
Açafate (cesta), Açafrão (amarelo), Achaque (enfermidade), Acicate (espinho), Açoite, Açorda (sopa de pão), Açougue, Açude, Açúcar, Adarga (escudo), Aduana, Alá (divindide), Alambique, Alazão (cavalo), Albatroz (mergulhador), Alcachofra, Alcaide (chefe), Alcateia, (rebanho), Álcool (coisa sutil), Alcorão (a leitura), Alcova (quarto lateral), Alecrim, Alface, Alfafa, Alfaiate, Alfândega, Alfarrábio, Alfarroba, Alfazema, Alferes (cavaleiro), Alforge , (sacola), Algarismo, Álgebra, Algema (pulseira), Algibeira (bolso), Algodão, Algorítmo, Algoz (carrasco), Alicate (tenaz), Almanaque, Almirante, Almofada, Almofariz, Almôndega, Almoxarifado, Alquimia, Alvará, Arroba, Arroz, Arsenal, Atalaia, Auge, Azar, Azeite, Azeitona, Azimute, Azul, Azulejo.
Fonte: Fernando V. Peixoto da Fonseca.
A influência árabe está presente em várias áreas do conhecimento, tais como Arquitetura, Artes, Matemática. Geometria e na Escrita.
No Brasil, por exemplo, o azulejo é uma constante na arquitetura árabe, que chegou ao Brasil por meio dos portugueses. A prática da esmaltação da argila cozida já existia na antiga Mesopatâmia, e, sobretudo, na Pérsia. A palavra deriva de azzalujo ou al-zallaja, que siginifica unido e liso.
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Poxa, fiquei admirado com tanta influência árabe. São lições como essas que nos enriquecem e nos levam a respeitar a origem das palavras. Parabéns!
Falar das construções das pirâmides e de cidades como Petra, dentre outras, das contribuições na agricultura, na música, na dança e em outros campos, gastaríamos muitas linhas transcorrendo sobre o legado deixado pelos árabes, o qual contribuiu no desenvolvimento de outras civilizações.
O árabe é uma língua semítica, muito semelhante ao aramaico e ao hebraico. Em muitos países árabes modernos, permanecem vários dialetos, no entanto todos utilizam o Modern Standard Arabic na comunicação em geral, falados em países como Egipto, Líbano e Marrocos. O árabe, tal como o hebraico e o aramaico, é escrito da direita para a esquerda
Quantas contribuições um povo leva ao outro… Quantas experiências podem ser compartilhadas…
Se não fossemos seres tão “cercados” por todos os lados, criando tantos limites, tantas barreiras, quantas coisas mais poderíamos aprender e ensinar uns aos outros? A amizade fala o idioma universal e nos torna poliglotas, graças a Deus!
Como é bom podermos ter influências boas e influenciar para o bem!
Obrigada, sempre, por compartilhar coisas tão boas conosco! Tenho aprendido muito com o Blog!
Eu só fui procurar essa frase, muito bonita e que me lembrou esse interessante assunto:
“A cada momento vão aparecer palavras novas e quanto mais palavras eu ficar conhecendo, mais perguntas vou ter para fazer, maior vai ser o meu mundo…”
– Ziraldo
Como é bom aprender! Obrigada!
Zeca, Muito bom saber sobre a importância de outras culturas na formação do nosso linguajar. Isto mostra como é rica a nossa língua portuguesa.
Influência árabe, francesa, latina, inglesa, africana, indígena e até a linguagem virtual, que cresce a cada dia, enriquecendo nosso vocabulário.
Desde 1880, guerras e perseguições religiosas levaram centenas de milhares de libaneses a desembarcarem em massa no Brasil, onde se tornaram a maior colônia de origem árabe, com milhões de pessoas, somando imigrantes e descendentes. Ao lado deles, a comunidade árabe-brasileira é reforçada por sírios, palestinos e, em menor número, egípcios, marroquinos, jordanianos, iraquianos e outros grupos. Então, se torna muito grande a contribuição árabe na formação do léxico da língua portuguesa. É claro que os chamados “vocábulos de civilização” constituem um grande número desses termos. Mas não pára aí a contribuição árabe. Os arabismos estão profundamente infiltrados na linguagem popular de todos os recantos de Portugal e do Brasil.E, para mexer com o autor, sigo com alguns exemplos com palavras que possuem X- inicial, como é o caso de: xá, xadrez, xairel, xaque, xaque-mate, xará, xareta, xarifa, xaroco, xarofa, xarope, xarque, xáuter, xaveco, xávega, xeique, xeque, xequemate, xerife, xiíta, etc.
O português, assim como o espanhol, catalão, italiano, francês e romeno são línguas neolatinas, sem esquecer do galego, o vêneto, o occitano (de Provença, França), o sardo e o romanche, uma das línguas oficiais da Suíça. Também têm a mesma origem, mas falado por um menor número de falantes, os dialectos aragonês, asturiano, valenciano e muitos outros espalhados pela Europa Central e pela América Latina.
Nosso idioma já chegou ao Brasil, com a vinda dos portugueses, com toda uma influência árabe, grega, francesa e, por último, inglesa.
Ele não perdeu pureza (como alguns diriam), mas ganhou enormes contribuições, fazendo dele um idioma muito rico e versátil.
Octavio
Vindo de um poliglota, só tenho que assinar em baixo. Seu vasto cabedal somente enriquece o Blog do Bollog.
Fazia o curso de Ciências Contábeis, na UNP, e lá estudava, na nossa classe, um rapaz que era descendente de Árabe. Ele falava normalmente o português e como era moreno, tinha cabelos lisos e pretos e um tanto gordinho, o pessoal achava que éramos irmãos. Por isso, logo fizemos amizade e o que eu achava estranho é que ele não bebia álcool, por opção. Teve uma vez que ele trouxe um monte de petiscos, que havia sobrado de uma festa, para servir de tira gosto. Nesse dia ele pediu uma cerveja preta e nos fez companhia na farra. Os petiscos eram saborosos, porém muito condimentados. Para ser franco gostei mesmo foi dos quibes. Marcelo nominava cada petisco e fazia o maior elogio aos pratos da culinária Árabe, que foram preparados por sua mãe. Lendo esse texto, que nos faz refletir sobre a importância do povo Árabe em nosso linguajar, foi o que me veio a memória.
Antes de o Brasil ser descoberto, os mouros invadiam a Península Ibérica (hoje Europa) no século oito. Isso vai representar uma grande influência na cultura brasileira, pois os árabes, na sua ocupação das terras portuguesas (e região sul da Espanha), deixaram grandes influências na língua, literatura, arquitetura e até na culinária.
O samba está associado ao Brasil, mas poucos sabem que, entre os muitos instrumentos árabes, um contribuiu muito com a batida rítmica do samba. Este instrumento é o adufe, que é semelhante ao pandeiro, mas com um formato hexagonal, sem as platinelas.
Esta influência é confirmada por estudiosos e até mesmo pela velha guarda da Portela. O próprio Paulinho da Viola disse lembrar de uns pandeiros quadrados, que eram responsável pelos desenhos melódicos do som da Velha Guarda da Portela.
Cultura Árabe?! Temos muitas. Amo!!
Gosto dos dialetos, dança e a maravilhosa percussão da batida do derback.( O famoso Dum, dum, ta ca ta convidando o quadril a dançar) Uhuuuuuu…! Amoooooooooo…!
Isso sim contagia-me. Rs… Por isso hoje meu nome na dança do ventre “Musherrah” (Conselheira e acolhedora – significado muçulmano)
A culinária claro, maravilhosa!!. Nossos condimentos tem forte influência árabe. No passado não havia tecnologia e precisava manter os alimentos e sabores, usavam-se em abundância os condimentos…especiarias.
São muito utilizadas na culinária árabe para dar sabor ou perfume aos alimentos. As mais utilizadas por mim são: cravo-da-índia, gengibre, noz-moscada, semente de gergelim, alho, cebola, pimenta-do-reino preta e branca. e pimenta-da-jamaica. É comum cada país possuir seu próprio mix de especiarias, Mas minha paixão fica no mix de cravo e canela com muita hortelã na Sfiha fechada-carne. Experimente! O sabor e aroma é de seduzir.
Agora uma dança árabe para contagiar ainda mais o prazer desta possibilidade de conhecimento que nosso amigo Cavalcanti aguça-nos sabiamente.
Saudades do blog.
Bauces! (Em árabe que dizer Beijos – O Beijo na face que Jesus dava). Rs…
Já assisti muitas produções cinematográfica em que o cenário era o deserto, com seus camelos, dromedários, cavalos brancos e tendas. O enredo era sempre de guerra entre tribos e sempre havia o entendimento através do amor do chefe de uma tribo pela filha do chefe da outra tribo. Ali acompanhávamos a forma em que eles viviam com seus costumes. As danças, as comidas e a poligamia eram amplamente difundidas. Através do blog, vejo a importância do povo Árabe não só no linguajar, mas também na dança alegre, nas comidas, nos esportes e na criação de cavalos. A influência daqueles filmes era tão grande que no carnaval nos fantasiávamos de califas com as vestes árabes, as caftas. Tinha até uma música que falava do tema:” Alá lá ô! Mas que calor! Atravessando o deserto do Saara, o sol estava quente e queimou a nossa cara… Parabéns!
Com um produto árabe, um francês está mudando a paisagem natalense, desde o início do ano 2000, quando resolveu fazer algo que ninguém havia pensado antes: colocar camelos sobre as dunas da Praia de Jenipabu.
De lá pra cá, sete novos camelos nasceram na paradisíaca praia, cartão postal do litoral de Natal.
Seus proprietários, Cleide Gomes e Philippe Landry, estão felicíssimos com o investimento feito para transportar os animais em navios cargueiros.
“Aqui eles são bem alimentados e tratados com veterinários, periodicamente, sendo submetidos a pequenas cargas de trabalho.”
O passeio de camelo é uma das atrações turísticas, e os animais já se fizeram presentes em programas como o da Ana Maria Braga, fizeram parte do O Clone e estiveram nos setes do Casseta e Planeta.
Gostei muito e adorei a aula. E no fim da leitura fica uma pergunta: o que seria do nosso idioma sem a influência árabe?