Rock – Rita Lee
Rita Lee, cantora brasileira poliglota, vinda de uma mescla de pai americano com mãe italiana, já foi imitada, aclamada e copiada 60 milhões de vezes em cinco décadas de sucesso.
No palco, a camaleoa é sempre uma festa de arromba, e o seu público enlouquece, contagiado por seu agito e suas letras irreverentes.
Sua música frenética transita por vários gêneros, num hibridismo envolvente, oriunda de fontes como o tropicalismo, o pop rock e a música Latina.
Seu segredo é uma loucura gostosa, com sabor tuttifrutti. No fundo ela é uma mutante, pioneira do lado de cá, vive vibrante como um solo de guitarra, a reinar não como corista, mas como a rainha do rock brasileiro.
Em 1976, a ovelha negra, lançou perfume ou quiçá um feitiço sobre o bom moço, Roberto de Carvalho. E esse pega-rapaz fez perdurar uma parceria musical/amorosa que se configura pra toda vida.
A coisa virou caso sério, movida pelo vírus do amor. Logo essa mania por Rita fez Roberto chamá-la para um baila comigo, numa banheira de espuma.
Ela o enlaçou e, tocando o maior auê no balacobaco, a Leeoa fez com Roberto o fruto nada proibido: Betinho, numa festinha particular. Pena que não teve flagra!
Viveu uma vida exibida e agora é moda, sentindo-se feliz ao lado do seu gato como uma miss Brasil nos jardins de Sampa ou quem sabe da Babilônia, adornada de bem-me-quer.
Hoje, deixou o corre-corre e está mais tranquila. Como doce vampiro, já sem seus domingos no parque da Vila Mariana, ela só quer curtir os futuros netinhos, ao lado do seu amado, que sempre diz:
– Rita, você é minha “favoRITA”!
Análise da Letra da Música Flagra, de Rita Lee e Roberto de Carvalho
“FLAGRA”
No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz…
Se a Déborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho, não!
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino..
Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que Flagra! Que Flagra! Que Flagra!
Uauauauauá! Larará! Larará…
Sei que o maior sucesso da Rita são as músicas Doce Vampiro e Ovelha Negra, mas Flagra não fica muito atrás. Ela começou a falar de vampiros antes que a mistura de lobo e homem, aquelas criaturas monstruosas e peludas, se tornassem uma febre entre os jovens. Talvez tenha sido por isso e outros gostos exóticos que seus pais a considereravam uma “ovelha negra”.
Com a música Flagra, Rita e Roberto fazem uma homenagem às nossas tardes de domingo no cinema, quando íamos curtir os sucessos das películas americanas na década de 1960.
As salas de cinema eram um ambiente de fuga. Escape do mundo lá fora, da vigilância dos pais e das regras sociais. Ali parecia que tudo era possível, acabando sempre com final feliz.
Entre uma guloseima e outra, normalmente drops de anis, mal começavam a correr os créditos na telona, já se iniciava a sessão das carícias e beijos entre os jovens enamorados.
As produções eram muitas vezes estreadas pelo inesquecível símbolo sexual ítalo-americano Rodolfo Valentino ou da linda Mary Jane West ou Mae West. E quem não se recorda dos romances entre o galã Gregory Peck e Déborah Kerr, a qual esbanjava uma beleza inebriante.
Os dois acabavam sempre juntos, e os casaizinhos, agarradinhos na proteção do véu escuro, só se desgrudavam quando o lanterninha pedia um tempo ou havia o rompimento da fita do rolo do filme.
As luzes se acendiam, e aí tudo se revelava: QUE FLAGRA!
Isto remete ao clássico filme Cinema Paradiso, que foi considerado uma declaração de amor feita ao cinema pelo diretor Giuseppe Tornatore. A cena final do filme, musicada magistralmente por Ennio Morricone, exibe a edição de todos os beijos que foram cortados pela censura. Uma espécie de flagra daquilo que todos foram impossibilitados de ver no tempo oportuno.
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As lindas letras e melodias da Rita vão estar conosco por muito tempo, mesmo depois que ela se afastar dos palcos, o que ela já prometeu no início do ano. Isso porque crescemos escutando essa brasileira com cara e nome de gringa, vendo-a aprontar mil e uma em seus discos e shows.
Se o Raul é o rei do rock, ela também será sempre nossa rainha.
Rita Lee é para mim um ícone da música. Escutando o sucesso musical de Marisa Monte com “Ainda Bem” lembro do estrondoso sucesso da rainha do rock com a música “Mania de Você”, também tema de novela. Considero que com a música de letras fortes, modo de vestir despojado e falando o que pensava Rita Lee serviu como referência para toda uma geração de amantes da MPB. Viva a rainha do rock brasileiro!
“Amor é bossa nova, sexo é carnaval”. Como uma mutante ela se renova após os 50 anos de carreira. Com a música Amor E sexo, ela se mostrou cada vez mais viva. Sou fã e curto suas músicas desde que me entendo por gente. “Se me der na telha sou capaz de enlouquecer e mandar tudo para aquele lugar e fugir com você…” Essas frases me acompanharam numa fase adolescente de acampamento e rodas de violão. Cresci curtindo seus grandes sucessos: fulgás, banho de espuma, baila comigo, lança perfume, caso sério, nem luxo, nem lixo, desculpe o auê…. Parabenizo ao blog pela grande homenagem a Rita Lee, um vinho, bebida de luxo para quem sabe apreciar uma boa degustação musical.
Hoje tem a rainha do rock no Fantástico.
Aos 19 anos, Rita Lee ingressa nos Mutantes, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Aos 21, ela se casa com o Arnaldo, ficando casada com ele até 1972, quando se afasta do grupo. Aos 27 ela cria com sua amiga Lúcia Turnbull a banda Tutti Frutti. Na nova formação, compõem o álbum Fruto Proibido, uma obra prima do rock nacional.
Em 1976, casa-se com Roberto de Carvalho, começando aí uma grande parceria.
Em 1979 e 1980, com os álbuns Rita Lee, ela vende mais de um milhão e meio de discos cada um.
Com o álbum Rita Lee e Roberto de Carvalho, vende mais de dois milhões de cópias.
Cada ano ela emplacava um novo álbum com muitos sucessos: Baila Comigo, Saúde, Bombom, Flerte Fatal, Balacobaco, 3001, A Marca da Zorra, Santa Rita de Sampa e muitos outros acústicos.
Esta homenagem é do tamanho da importância desta genial artista.
O Bollog acertou mais uma.
Que gostoso recordar alguns sucessos da Rita Lee…
“Como mutante, no fundo sempre sozinho…” / “o tal bicho papão virou meu namorado”…
E os Amigos secretos de final de ano que sempre tinham alguém com o pseudônimo de “punk da periferia”?…
Que gracinha e criativo o texto que você fez para ela! Quanta imaginação!
Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Engenheiros do Hawai, Titãs… MPB: estilos variados e muito bons!
Cinema e flagras: Lembro que as meninas iam ao cinema e sentavam em uma fila e os meninos sentavam atrás. Durante o filme, eles ficavam puxando nossos cabelos ou dando sustos homéricos nas cenas de suspense… As mais corajosas “davam um piti” e os colocavam para correr! Eu, para variar, ficava tremendo no banco, morrendo de medo das histórias em que os cabelos eram “decorados com chiclete” e ficava torcendo para o “lanterninha” aparecer e terminar com aquilo! Hoje damos gargalhadas com as lembranças…
Cinema Paradiso… Que filme lindo e cheio de encantamento! Gostei muito desse filme. Muito mesmo!
Obrigada pelas lembranças! Sai cada coisa “remexendo o baú da vovó”…
“Mania de Você” é a minha preferida, embora goste muito de “Flagra”, “Doce Vampiro” e de “Ovelha Negra”.
Com a música Flagra, Rita Lee leva de volta toda uma geração que iniciou seu primeiro romance no escurinho do cinema.
Hoje o beijo já não tem o mesmo valor para meninos e meninas. Eles disputam para ver quem beija mais numa só noite de balada ou de festa rave.
Não sei se a mensagem da nossa roqueira produz hoje a mesma curtição, pois o beijo perdeu aquele valor que tinha antes, quando pegar na mão provocava verdadeiros arrepios.
Será que o beijo hoje não se transformou numa mesmice?
Morava numa rua do Bairro do Alecrim, a sete, em Natal, e ali sempre havia quem colocasse o som nas maiores alturas. A miscelânea de som era tocada e havia cantor para todos os gostos. O que me marcou foi de quando do sucesso de Rita Lee com a música Mania de Você, pois só se ouvia essa música em toda a sua extensão. Poucos cantores conseguiram essa façanha lá na “minha rua”. Aprendemos coletivamente a gostar da rainha do rock. Havia um garoto, o Ivan, que colecionava discos, sempre comprava os LP’s dela e passávamos os finais de semana curtindo os novos e velhos sucessos. Rita Lee é uma unanimidade nacional. Bela homenagem.
Zeca,
Gosto de Rita Lee porque em suas músicas ela expõe a vida cotidiana sem nenhum pudor e cheia de irreverência. Percebemos que as suas letras têm muita riqueza temática, estilística e principalmente poética. Consegue discorrer sobre temas considerados tabus, para a maioria da população brasileira, tais como: sexo, gozo, prazer e menstruação, de forma bem natural.
Gosto quando ela declara: Sexo frágil /Não foge à luta/ E nem só de cama/ Vive a mulher; Mulher é bicho esquisito /Todo mês sangra/ Um sexto sentido/ Maior que a razão (Cor de rosa choque); Meu bem você me dá/Água na boca/Hum! Rum!/ Vestindo fantasias/Tirando a roupa/Molhada de suor/ De tanto a gente se beijar/De tanto imaginar/Imaginar!/ Loucuras…/Nada melhor/ Do que não fazer nada/ Só prá deitar/ E rolar com você (Mania de você); ou Se me der na telha sou capaz/De enlouquecer/E mandar tudo pr´aquele lugar/E fugir com você pra Shangrilá/E me deixar levar/Por um beijo eterno/ Por seu corpo envolvente / Mais quente que o inferno ( Shangrilá), lindo e poético!!!
Lembro que, na casa de minha irmã Gracinha, gostava muito de cantar, acompanhando o disco na radiola, “Alô, alô marciano” que ficou imortalizada na voz e no deboche da interpretação de Elis. Essa música apresenta uma letra mais política, baseada principalmente na ironia em apresentar o comportamento do ser humano, falando ao telefone com um marciano: “aqui quem fala é da Terra”. Lembrei agora da Virada Cultural, em São Paulo, que homenageou Elis com o título: “30 Anos Sem Elis”. 30 anos, foi um dia desses, infelizmente.
Voltando para Rita, acho genial a letra de “Amor e sexo” que ela fez em parceria com o marido e o jornalista Arnaldo Jabor. Gosto muito de usá-la em sala de aula, trabalho sinônimo, antônimo, jogo de palavras, além de fazer reflexões sobre interpretações históricas que separam sexo de amor. Trabalho com estes opostos que na realidade se complementam: Sexo é escolha /Amor é sorte /Amor é novela/ Sexo é cinema/ Amor é prosa/ Sexo é poesia /Amor é cristão/ Sexo é pagão/Amor é latifúndio/ Sexo é invasão/ Amor é bossa nova/ Sexo é carnaval/ Amor sem sexo/ É amizade/Sexo sem amor, É vontade/ Amor é um/ Sexo é dois /Amor é isso,/ Sexo é aquilo.
Na realidade, a letra tenta desconstruir essa imagem de que entre casais deve existe apenas amor ou somente sexo. Reforça a idéia que tem, pode e devem existir os dois, pois apesar de distintos, como diz a letra, são complementares, e cotidianamente, o casamento precisa ser construído por ambos. Bem, é assim que eu interpreto esta letra. Até porque a letra foi inspirada no livro de crônica “Amor é Prosa, Sexo é Poesia” do polêmico Arnaldo Jabor que soltou a seguinte frase quando indagado sobre o assunto: “Sexo e amor tentam mesmo é nos afastar da morte. Ou não; sei lá…”.
Finalizando este imenso comentário sobre o texto de Zeca, que se supera a cada publicação, gostaria de dizer que Rita Lee está muito longe de se aposentar, pois a nova música dela “Reza” está na trilha sonora da novela Avenida Brasil. Um beijo,
Lena
A Vovó do rock Nacional!!
Rita Lee Jones é nome americano pra uma brasileira de renome internacional.
Brasileiríssima que sabe dos problemas internos e dificuldades que passam os que vivem por aqui.
Inteligente, linda, bagunceira e sem papas na língua, como todo brasileiro gostaria de ser.
Ela é minha doce bandida.
A Vovó do Rock Nacional !!!
Vibrante, decidida, autoritária, bagunceira, revolucionária, iluminada, bandida.
Rita Lee Jones um nome americano pra uma brasileira e tanto.
Sabedora de todos defeitos e defensora dos nossos direitos, reúne dentro de si tudo que é mais brasileiro.
Rainha e musa, me delicio com seu veneno, sou viciado na sua voz.
Minha doce vampira, sou seu eterno fã.
Sempre muito bem escolhidos os temas. Falar de música e cinema: É uma paixão nacional…
Continue – amamos muito tudo isso!!
Depois nos conte curiosidades sobre Charles Chaplim .. OK ?
Boa noite: Leia o blog da alicinha: http://lendasdecaissa.blogspot.com.br/
Tem postagem nova:
Besos… `
e recomendações minhas às mães que há na sua casa…
Rita Lee.
Elis Regina foi várias vezes visitar a amiga Rita Lee quando ela foi presa e, quando Elis não podia ir, mandava bilhetes.
Na saída da prisão, Rita Lee passou por uma fase muito difícil. Como Elis estava pronta para gravar um especial na Rede Globo, ela a convidou para dar uma força para a Rita e, a partir daí, tornaram-se grandes amigas, passando a ser vizinhas em casas na Serra da Cantareira em São Paulo.
Excelente cantora Rita Lee, compositora, instrumentista não se apresenta mais nos dias atuais, seu último show de despedida foi em Aracaju, causando grande polêmica… como sempre, pois sempre teve um comportamento irreverente, o que fez a diferença também….
Está muito bem para seus atuais 67 anos. Ela lançou recentemente a música Reza, que é grande sucesso na TV, no rádio e na internet, atualmente.
Letra da Música
REZA – Rita Lee
Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim
Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim
Deus me acompanhe
Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força
Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você
Deus me acompanhe
Deus me ampare
Deus me levante
Deus me dê força
Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você
Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você
Deus me livre e guarde de você
Deus me livre e guarde de você
Saudaçoes
Bom Dia
Mario Carlos Fernandez.
Oi, Zeca!
Gostaria de compartilhar uma história interessante no seu blog! Quando eu me casei, percebi que a maioria dos meus discos e dos livros se repetia com os discos e livros trazidos pelo meu companheiro. O que fazer? Resolvemos trocar e/ou vender nos sebos da cidade os duplicatas!Quando a gente casa sempre pensa no PRA SEMPRE!!! Conclusão: quando me separei, houve a partilha de tudo e aí aconteceu o pior, fiquei sem o disco Lóki, o primeiro álbum solo de Arnaldo Baptista, depois do término da banda, considerado um dos melhores álbuns dos anos 70. A gente adorava escutar este disco, principalmente quando chegavam amigos em casa.
Nesse álbum, Arnaldo Baptista inconformado pelo divórcio com Rita Lee, expõe de forma inspiradora e até mesmo ressentida, sobre sua infelicidade, decepção e arrependimento ao som de um piano e de uma voz embargada. É considerado como o seu último lampejo criador, pois logo depois vem todo o envolvimento com psiquiatras, tratamento que até hoje é o que sustenta Arnaldo entre a loucura e a genialidade.
Enfim, não tinha como recuperar, nem como comprar o disco de volta, pois era raríssimo e ninguém queria vender. Tentei trocar em outros que tinha e tenho até hoje, como o primeiro disco de João Gilberto “Chega de Saudade” (1959), o “Tropicália” (1968) ou até por um dos Mutantes (1969) e nada! Depois de muita espera, descobri em 2008 que o disco estava sendo relançado em CD. Vibrei com a notícia, procurei nas lojas de CDS e nenhuma sabia do fato e muitos vendedores não sabiam de quem eu estava falando, às vezes, traziam CDs de Arnaldo Antunes (Que também adoro) ou pior, do Amado Batista.
O tempo foi passando e nada!Resolvi apelar para minha cunhada Marta, pedi pra ela procurar em São Paulo. Depois de muita procura, ela me envia o CD Lóki por SEDEX. Foi uma alegria tremenda ao abrir a caixa na casa de mamãe, as pessoas em volta pegavam o CD, olhavam e não entendiam a minha alegria.Marta, você não sabia mas agora percebe o porquê da minha alegria e gratidão na época.Obrigada, mais uma vez! Beijos,
Lena