Fla-Flu
FLA-FLU – CLÁSSICO DAS MULTIDÕES
Se a excelência das novelas brasileiras nos eleva aos mais altos patamares do mundo, o futebol continua sendo parte constituinte da nossa própria essência, chegando às vias do fanatismo. Não é à toa que o saudoso Nelson Rodrigues dizia que, quando a seleção canarinho entra em campo, ali está a nossa pátria em chuteiras.
Esta frase do jornalista, escritor e dramaturgo pernambucano ficou famosa. Ele não só conhecia muito bem a arte de escrever, mas também sabia tudo de futebol e era pó de arroz doente.
A paixão de Nelson pelo futebol começou quando a família dele se transferiu para o Rio de Janeiro e, aos quatro anos, ele já se fazia torcedor do Fluminense.
No mesmo ano do centenário de nascimento do “anjo pornográfico”, completa hoje também 100 anos o clássico das multidões : o Fla-Flu.
Não posso nem imaginar as numerosas partidas que permanecem no imaginário coletivo de todos os fervorosos torcedores dos dois clubes.
Partidas memoráveis e ídolos que ficaram no passado. Craques de bola que concederam muitas alegrias e glórias para cada uma das agremiações esportivas.
Este exíguo espaço é pouco para citar as muitas vitórias dos dois eternos rivais em campeonatos estaduais, nacionais e internacionais.
Recordo-me da minha infância, quando ia ao Panorama, em Natal, assistir aos filmes do Jerry Lewis, Mazzaropi ou algum faroeste. Antes de começar a rolar os créditos das produções cinematográficas, era comum passar no Canal 100 partidas incríveis, envolvendo Flamengo e Fluminense no Estádio do Maracanã.
Às vezes no cine-jornal do futebol passava o fantástico elástico que Rivelino usava para fintar os zagueiros contrários ao Fluminense; de outra feita, exibiam-se os mágicos dribles do inesquecível Galinho de Quintino, que marcou uma era no Flamengo.
Deixando a rixa de lado, o certo é que novela e futebol são dois clássicos brasileiros.
Para as mulheres, os mocinhos das novelas são inesquecíveis; já para os homens, seus ídolos do futebol são imortais.
A propósito disso, Nelson, que nunca teve muita habilidade com a bola, dizia que todo peladeiro vivia à sombra das chuteiras imortais.
Autor José Maria Cavalcanti
Tudo é Fla-Flu, o resto é paisagem – Nélson Rodrigues
Poderia passar horas falando sobre futebol, pois desde garoto o fascínio por esse esporte me contagia. Bola feita com meia, de papel, bola canarinho e dente de leite eram as mais disponíveis, visto que a pelota não podia faltar. Jogar um partida mirim, com traves feitas com sandálias ou pedras, era algo esperado diariamente. Por ser vascaíno, pouco posso falar sobre esse clássico do futebol carioca, que hoje completa um século, mas lembro dos gols de Zico, que disputava a artilharia com o nosso Roberto Dinamite. Hoje acompanho o futebol como um todo e vejo que começa a haver o nivelamento do futebol em todas as regiões do nosso país. Acredito que concentrar times fortes nas Regiões Sul e Sudeste é de grande prejuízo para a realização de um grande campeonato nacional de clubes de futebol. Continuamos a ser uma nação de chuteiras, pois o futebol ainda é a maior paixão nacional. Viva o futebol brasileiro!
Durante a infância , aprendi a jogar futebol com bolas feitas de meia
de sapato e, aos 13 anos de idade, com o primeiro dinheiro que ganhei
como cobrador de livros vendidos a crediário, comprei minha primeira
bola de futebol, conhecida por nome de canarinho. Não foi aprovada,
pois, no primeiro chute, ela subiu muito alto e perdeu a trajetória,
era de plástico e leve. A partir daí entendi que não era adequada
para se usar em futebol de praia. Em seguida adquiri a segunda bola,
chamada de dente de leite, que foi pra mim a companheira em várias
peladas de praia.
Talvez muito carioca não saiba qual foi o maior público dos Fla-Flu.
Este fato ocorreu na decisão do Carioca de 1963, que ficou marcada não só na história dos encontros históricos entre Flamengo e Fluminense, mas também na do futebol mundial.
O duelo de 15 de dezembro de 63 é considerado o clássico entre clubes com maior público de todos os tempos. Incríveis 177.020 pagantes e 194.603 presentes superlotaram o Maracanã.
No duelo, ninguém viu gol, mas o lado rubro-negro vibrou com o 0 a 0, que assegurou o título carioca daquele ano para o clube da Gávea.
Este dado ficou marcado e talvez não possa ser batido.
Como torcedor do ABC, o mais querido do RN, fico orgulhoso quando vou ao estádio “Frasqueirão” e me deparo com a nossa torcida organizada. Esse ano, estamos lutando para permanecer na série B do campeonato brasileiro, porém o torcedor ABCdista apóia o time em todas as ocasiões. Assistindo os jogos desse campeonato pela TV é que vemos o quanto bons times tem dificuldades de levar seus torcedores aos estádios. Com advento da TV por assinatura, podemos assistir todos os jogos confortavelmente em nossa casa ou no bar de nossa preferência e esse é um dos fatores que contribuem para o afastamento do torcedor, coisas da modernidade. Contudo, lembro que uma partida de futebol é um espetáculo e como em toda apresentação a presença do público é fundamental. Somados a isso, há uma questão de audiência, sendo assim, os jogos televisados, na TV aberta, são os que dão maior ibope. Com isso, só passa os jogos dos times das Regiões Sul e Sudeste, culminando com a natural apreciação, da nova geração, por esses times. Hoje existe mais torcedores do Corinthians, São Paulo, Flamengo, Vasco e Fluminense espalhados pelo Brasil do que do próprio time que representa a sua cidade ou seu estado. Por isso, muitos times fazem verdadeiras turnês pelo Norte/Nordeste, se beneficiando, cada vez mais, de público e renda. Como disse Milton Nascimento: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
Você me fez recordar da obra do carioca Carlos Niemeyer – o cinejornal Canal 100, que atualmente está na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
O trabalho de Niemeyer começou no ano de 1959 e terminou em 1986.
Posso imaginar quantos Fla-Flus estão registrados ali dentro daquelas velhas latas enferrujadas dos filmes.
Vamos torcer para que o governo libere recursos para a restauração do material, já que recursos técnicos temos de sobra para isso.
Como disse um amigo meu, você pode mudar de mulher, de amigos, de rua, de cidade, de emprego, menos mudar de time. Uma vez Flamengo, Mengão até morrer.
Dito
Fernanda Pontes – “Comecei a torcer pelo Fluminense por causa de um tio meu, tio Luís, que era tricolor fanático e contaminou todas as mulheres da família. Para mim, o jogo mais inesquecível foi o campeonato estadual de 1995, aquele em que Renato Gaúcho marcou o famoso gol de barriga, e deu o estadual para o Flu. Torci muito. Só não sei como vai ser domingo aqui em casa, já que eu sou tricolor, e o Diogo, meu marido, é flamenguista fanático. Acho que vou vestir a Malu com um shortinho do Fla e a camisa do Flu.”
Dudu Nobre – “Virei flamenguista por causa do meu padrinho. Meu pai não era muito de futebol, não. Mas eu virei fanático. A ponto de virar dirigente de torcida organizada, a ‘Jovem’, e viajar e tudo para ver jogo do time em outros países. Já vi muitos Fla X Flus inesquecíveis. Teve o da despedida do Zico, com um 5 a 0, teve um outro, em que o Zico foi chamado de ‘bichado’ pela torcida tricolor e respondeu em campo com três gols. Mas Fla x Flu não tem favorito. É um clássico, e clássico tem que respeitar. Dessa vez, terei a honra de cantar o hino do Flamengo na abertura da partida. Vai ser lindo.”
Bruno De Luca – “A minha família toda torce para o Fluminense, e meu pai é tricolor roxo. Herdei dele o amor pelo Flu. Fla X Flu então é emocionante. Por isso meu jogo inesquecível foi a final do Campeonato Estadual de 1995, que ganhamos. Só não vou ao clássico no domingo porque sábado tem casamento do meu irmão. Senão estaria lá com certeza.”
A restauração do acervo do Canal 100 é uma questão de cultura nacional.
O futebol é a nossa mania coletiva, o nosso circo e uma válvula de escape para muitos.
Os ídolos do povo serão revistos.
Este vídeo mostra um exemplo disso: Pelé e Zico juntos.
Zico – o maior jogador do Flamengo de todos os tempos; e
Pelé – o Rei do Futebol.
Inesquecíveis!
Olá José Maria,
Mto boa a matéria..Peguei até a foto do N.Rodrigues emprestada… kikiki, Parabéns!!!
Nunca me liguei a times de futebol e para mim só existia a Seleção Canarinho. Sempre fiz questão de torcer por nossa seleção brasileira e gostava de montar a nossa torcida organizada. Em nossa família, nos reuníamos em torno da televisão com camisetas padronizadas, copos cheios de bebidas e baldes com pipocas. Os fogos de artifícios e os apitos ficavam esperando a hora do gol para incrementar a nossa comemoração. Hoje, adotei os times de meu marido e torço junto com ele quando estamos assistindo algum jogo pela televisão. No Rio de Janeiro, somos Vasco da Gama e aqui em nossa terrinha torcemos pelo mais querido do Rio Grande do Norte, o ABC FC, com muito orgulho.
No primeiro Fla-Flu, os pós de arroz ficaram com a vitória, com um placar de 3 x2 para a equipe das Laranjeiras. 100 anos depois, o Fluzão repetiu a façanha, ganhando novamente do Flamengo, no último domingo.
De lá para cá, muita coisa aconteceu. Eles se enfrentaram 389 vezes ao longo dos 100 anos, que foi comemorado neste sábado (7).
Foram 139 vitórias do Flamengo e 123 do Fluminense, número inferior ao dos empates: 127.
No transcorrer destas quase quatro centenas de jogos, o Flamengo fez 568 gols e os tricolores 50 a menos – 518.
Dentre outros números deste grande clássico, tem o de maior público no Maracanã.
E é claro que o Flamengo conquistou a maior número de torcedores no Brasil, fato comprovado por fontes de pesquisas oficiais.
Os dois clubes estão de parabéns, e o Bollog também!
Como apaixonado por esportes, em especial o futebol, assisti com muita satisfação a vitória do Fluminense sobre o Flamengo. Fiquei mais feliz ainda quando soube que o Flu havia ganhado o primeiro clássico. No centenário do clássico carioca deu o tricolor das Laranjeiras. Viva ao Fluminense e parabéns ao futebol brasileiro!
J.M
Muito pelo contrário, é que amo tanto meu Flu – que fico tensa antes de cada FlaxFlu … por isso omito opiniões, pois sei, que o outro, é um time que exige respeito!!!
Mas como ganhamos o confronto relaxei depois!Tirei até foto no painel que tinha na praia de Copacabana!!! e postei no face: Eu sabia…rsss…
Estamos liderando o Campeonato … e isso vale muito a pena torcer pelo Fluminenese , desde pequena!!…
Abços – Obrigada pelo comentário no lendasdecaissa – Sara , Rebecca e Abrão agradecem fraternalmente …e, quem sabe nos tornemos também milionários com nossas humildes postagens!! Uahsuahusha…….byeeee…
Quando adolescente comecei a torcer pelo time do meu primeiro namorado que me ensinou até a cantar o hino do FLAMENGO, que sei até hoje. Hoje torço junto com meu marido pela estrela solitária, Botafogo. Os dias em que nosso time joga são sagrados. Nos vestimos de preto e branco e saímos à procura de um bar que faça a transmissão do jogo. Mas, não somos fanáticos.