Vídeo de História
A ALMA – (curta animado de Rodrigo Baas e Alfonso Blaas)
A neve cai sobre os telhados como se fora flocos de algodão. Enquanto a cidade está quieta naquele início de manhã, a garotinha corre, saltitante, porque o dia amanheceu iluminado, sem os costumeiros ventos gelados do inverno. Ela se veste lindamente com seu gorro lilás, sapatos e luvas marrom, vestido rosa, com blusa branca por baixo. A alegria expressa em movimentos sobre a calçada, saltos de um lado para outro, aproveitando que há neve apenas nos cantos das paredes da rua. Aproveitando um grande painel de palavras, a garotinha agarra o giz e escreve a palavra alma, dentre as muitas outras escritas a esmo pelos moradores do lugar.
Ao se voltar, percebeu que do outro lado da rua havia uma loja de brinquedos. Ela se vê e é atraída pela figura expressiva que decora a vitrine com um formato de um rádio antigo. Ela poderia jurar que era um ser vivo de tão real que lhe parecia. Ao chegar juntinho ao vidro, passa a luva no vidro e aí vem o susto. Ela percebe que a grande boneca é exatamente igual a ela, inclusive no modo de vestir. Os mesmos cabelos loiros, o rosto rosado e os olhos verdes. A única diferença é que a boneca estava sem cachecol.
– Nossa! Exclamou a menininha impactada com tanta semelhança.
Correndo os olhos pela vitrine, usando as mãos como viseiras para enxergar melhor, ela começou a observar que lá dentro havia outras bonecas, diferente daquela que estava tão pertinho dela.
Ainda tomada de susto e depois, cheia de curiosidade, tentou abrir a porta acionando a maçaneta. Mas percebeu que foi em vão, a porta parecia estar trancada.
Irritada por não conseguir sucesso no seu intento, atira uma bola de neve contra a porta e se vai.
Inesperadamente, um rangido de porta faz com que ela se volte rapidamente.
Inacreditável, a porta se abriu um pouco para a alegria da menininha.
Sem pensar duas vezes, ela corre para a entrada e empurra totalmente a porta.
A luz da rua entra com ela no interior da loja. Ao caminhar por entre tantos bonecos e bonecas, ela fica encantada com tanta beleza. Finalmente caminha para aquela que chamou a atenção dela quando estava sobre a calçada da rua.
Tentou tocar sua sósia que já não estava perto da vitrine e sim no alto da prateleira, mas na tentativa acabou esbarrando num dos brinquedos, que era um boneco sobre velocípede. Ao erguer o brinquedo caído, ele seguia funcionando como um bate e volta a se chocar contra a porta de saída.
Enquanto isso, ela avaliava como chegaria pertinho do seu objetivo. Descartou o banquinho, forrado de camurça vermelha, que era a espécie de pedestal da boneca que antes chamava a atenção dos transeuntes. Ao ver uma cadeira nas proximidades da prateleira na qual estava sua cópia fiel, disparou para executar a escalada.
Subiu e se esticou toda, até que finalmente conseguiu tocar a pontinha do nariz da boneca.
Depois desse toque mágico, a menininha sumiu, e a boneca ganhou vida.
Ao mesmo tempo, começava a se deslocar o mesmo banquinho em direção da vitrine. E sobre essa plataforma de tecido macio, outra linda boneca passou a ser exibida.
Caso você tenha outra versão para o vídeo, deixe seu COMENTÁRIO!
Me surpreendi com o conto que bem retrata o vídeo. Achei um tanto macabro a criação de um local propício ao sequestro de crianças. A armadilha, bem elaborada, seduz as crianças para retirá-las de suas vidas e condena-las a viverem em um mundo inanimado. É a completa inversão dos contos de fadas em que o imaginário se torna real, adquirindo vida própria.
NOSSA! MACABRO MESMO, MAS DE FATO UM VÍDEO MUITO BEM FEITO…ENCANTA A PONTO ESCONDER QUALQUER PERIGO. UIII..!!
Poderíamos ter tais armadilhas para sequestrar pessoas ruins, principalmente aquelas que fazem mal às criancinhas.
A sedução que o brinquedo exerce sobre os pequeninos é demonstrada de forma incrível no vídeo e no conto.
A história seria um Pinóquio às avessas?
Não sei qual a verdadeira intenção, mas fez mexer com nossa imaginação.
Quem sabe aquilo não seria um portal a transportar seres puros para um mundo de magia, como Alice no País das Maravilhas…
O escritor cria a partir do nada. É pura imaginação.
O reporte descreve aquilo que vê, buscando ser fiel aos fatos.
Aqui você usou estas duas destrezas. Não só descreveu o que viu e intuiu, mas também procurou ser preciso ao conteúdo da linda história do vídeo: “Alma”.
A menina, que dará vida (Alma) para a boneca, ao entrar na loja, deveria se dar conta que aquilo se tratava de uma verdadeira armadilha.
Isto porque o menininho, apavorado, tenta em vão escapar dali com sua bicicletinha, mas é impedida sua fuga. Quando se aproxima do vão da porta, ela se fecha completamente.
O cenário com bonecas de várias origens e épocas e também a doce música afasta nossa mente da abordagem apavorante que a história transmite.
Ainda assim, gostei muito!
Sandra
Que delicia ler este conto e me transportar no tempo para lembrar da minha infância, quando brincava com minhas bonecas. Não tenho vergonha de dizer que tive esse prazer e privilégio até os 14 anos de idade.
Essa linda boneca sai de seu conto de fadas e decide conhecer a cidade onde estava e depois se dá conta que tudo foi um sonho.
Ela sempre foi uma boneca e apenas queria retornar ao seu mundo.
Será que estou viajando ou aqueles nomes escritos na lousa são nomes de bonecos e bonecas? Percebi que somente a partir do momento em que a criança põe o nome Alma é que ela sente o desejo de olhar para trás, observando finalmente para a vitrine da Loja de Bonecas.
Acho que talvez este seja um aspecto também a ser considerado.
Além do mais, não entendi como ela foi parar lá no alto da prateleira, quando inicialmente estava na vitrine.
Mistérios…
Abraços.
Magda
O escritor expõe seus pensamentos e cabe ao leitor interpretá-los. O vídeo, de forma angelical, remete o pensamento ao desejo comum de toda criança em querer dar vida a suas bonecas. A indústria de brinquedos trabalha para aproximar-se do real e produz bonecas com falas, gestos, exposição de sentimentos e uma imensa quantidade de apetrechos para imitar as variadas situações que envolvem o dia a dia de uma pessoa. Olhando pelo lado da boneca, fica a sensação de que o autor quis alimentar a fantasia de dar vida a seus brinquedos e, pelo lado da criança, fica a sensação de sequestro da alma. Se fosse contada a história de uma criança preste a morrer e que sua alma fosse dar vida a uma boneca, seria uma sensação de resgate. Como bem diz meu irmão Zeca: escrever é se expor.
Caro Cava…
Intrigante… Você percorre os mundos de cabeça para baixo, e se vê em épocas distantes… uma verdadeira viagem ao tempo.
Parece macabro , mas nos leva a vários questionamentos e opiniões como o bem fazem os leitores e amigos…
Era ela, que tomou a forma de menina, mas ainda por ser uma boneca voltara ao seu lugar… Aquelas bonecas, foram crianças sequestradas, e passaram a ser seres sem vida, exceto por seus olhos…
Fica na mente de quem vê, e de quem interpreta… como na realidade, vemos cada situação de uma forma, enquanto outros o veem de outra maneira… por isso, às vezes precisamos desabafar, e contrapor as opiniões, para ver qual o sentido tem aquilo que nos oprime, e gera-nos dúvidas e questionamentos.
Mas fica a sublime lição do certo e do errado… quem na infância nunca desejou ser dono de uma fábrica de brinquedos, ou de uma loja cheia dos mais variados brinquedos de que tanto sonhavamos?
P.S: Já respondi seu comentário em meu tio Miguel… byeee…
Bom sabadão… a você e todos os seus!!!
Este lindo vídeo, AALMA, enfoca a história de um pequeno ser que, com um toque, recebe vida.
O título da obra nos remete a analisar a origem do termo, que vem do idioma hebraico “NEPHESH”, que significa “vida ou criatura”, e também do latim “ANIMU”, que significa “o que anima”.
Religiosamente falando, o termo possui grande importância, assim como para outras ciências filosóficas.
Segundo a Bíblia, a alma pode se perder, ser salva e existir após à morte do corpo. Ela também é citada como a fonte de todas as sensações e sentimentos humanos, além de ser a responsável pela a comunhão do homem com Deus.
Segundo estudos, o homem é composto de três elementos: Espírito, alma e corpo. Sendo a alma o elo entre o Espírito e o corpo.
Refiro-me a isto, para analisar melhor o conteúdo do vídeo, que é um curta animado.
A história aborda a história de uma menina alegre, que brinca solitária pelas ruas, até que em uma vitrine imagina ter achado alguém para brincar com ela. A outra figura é muito parecida com sua própria imagem, assim ela se dirige às prateleiras da loja e transmite sua alma para a nova amiguinha.
O vídeo não mostra, mas elas saem dali para viver muitas aventuras, além daquelas que tiveram dentro da própria loja de brinquedos.
Crianças são puras, desprovidas das maldades do mundo adulto.