Vídeo de História
VIDA – UMA PEQUENA HISTÓRIA DE AMOR (história baseada no curta animado do vídeo abaixo)
Por cima dos barracos lá do morro do Cantagalo, pássaros sobrevoavam em cantoria, talvez no intuito de anunciar a chegada da noite daquele primeiro dia de trampo. Como a brincar, passam dando rasantes pela janela da escolinha.
Pela vidraça, Joana é vista realizando sua tarefa, ao lado dos amiguinhos, dos quais o Paulinho é muito especial.
Depois que ela pousa seus olhos sobre ele, o garoto, já enlaçado pelo charme da amiguinha, nem se dá conta que já foi selecionado, passando a tomar parte dos sonhos dela.
E os pássaros parecem dar asas ao seu pensamento.
Primeiro ela desenha uma casa de campo, pertinho das montanhas, com um sol amarelo a iluminar os seres alados.
Pelo desenho ela se perde em projetos e devaneios, como se estivera envolta numa viagem no tempo.
Enquanto os pássaros debandam do papel, ela se vê debaixo da caramboleira, depois de pedalar muito para se encontrar com Paulinho, num encontro de namorados.
E, de casa em casa, ela se liga ao seu amado, indo viver no lugarzinho há muito sonhado.
Logo seu desejo de ter um bebê se realiza. A criança cresce linda e saudável, indo a seguir para a escola.
As primeiras festas de aniversário sendo comemoradas para a alegria da família.
E o pequenino segue crescendo, enamora-se de uma linda moça. Não tarda muito e se ligam em matrimônio, indo morar na casinha deles.
Na cena seguinte, Joana e Paulinho, já bem velhinhos, curtem à distância a felicidade do filho casado, segurando nas mãos a fotografia que eles enviaram.
Enquanto os velhinhos sorriem felizes, os pássaros que voam pela janela regressam aos barracos do Cantagalo, como a levar a pequenina Joana de volta para sua realidade.
Novamente vemos Joana a desenhar sua casinha colorida no papel.
Depois de últimos rabiscos, ela dá como pronta sua arte final, desenhando um casal, representado pelos traços de um menino e de uma menina, de mãos dadas.
Caso você tenha outra versão para contar, deixe seu COMENTÁRIO!
Muito bem descrito o ciclo da vida que bem retrata o vídeo. É na escola que acontecem os primeiros namoros e de lá surgem muitas uniões duradouras. Recordei de uma época em que estudávamos em dupla, um menino e uma menina, em uma só mesa, as carteiras. A ideia era que em pares, unissex, inibissem as algazarras dos estudantes, para mim dava muito certo, pois eu só tinha olhos e ouvidos para Ana, a menina do meu lado, com a qual dividia a borracha, a lapiseira, o lápis grafite e a régua. E como diz Belchior: apesar de termos feito tudo que fizemos, ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais.
Un presente precioso, de una bella historia; y acompañado de ese perfecto video, con la bellísima música de la melodiosa e increíble banda Sigur Ros. Ningún sueño puede ser más bello que el amor………..
Erasmo Carlos diz na sua música: “dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda”.
Isto é a pura verdade, as mulheres são o sexo forte e são mais inteligentes.
São elas que selecionam e determinam o futuro da humanidade.
Quando ela nos escolhe, na verdade está determinando o que virá depois, captou? (cor da pele, dos olhos, altura, posição social, etc).
Depois de escolher o reprodutor, ela lança “seu charme” para atrai-lo, e ele, “já enlaçado pelo charme”, apaixona-se e deposita sua semente nela, gerando a geração seguinte.
Michel Teló diz no seu sucesso internacional: “Nossa, assim você me mata”.
Estas feras, com carinhas de sereias, estão por aí na sociedade, nas festinhas, dando seus botes. Nesse momento agem como caçadoras, da forma mais sutil e inteligente.
O homem nem percebe que é caça e cai nos seus braços, docilmente.
Elas são a poderosa máquina da seleção da espécie. Será que o Darwin tocou nesse ponto? Creio que sim.
A história do vídeo mostra exatamente isso. Como a coisa funciona.
Ela observa o garotinho (está selecionando) e já começa a projetar o futuro.
Ao final da aula, certamente ela mostrou para ele o desenho, e ele caiu nos braços dela.
Final perfeito.
Linda história de amor, contada com o carinho de sempre.
A mulher, com a energia dos seus sonhos, constrói e reconstrói a realidade.
Desde pequenina, ela vai desenvolvendo a capacidade de observar e interagir melhor com seu mundo.
Quando se diz que atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher, estamos apenas confirmando algumas verdades.
Belo conto.
É bem assim, a vida é um sopro. Tudo passa rapidinho, como um breve filme a rodar nas nossas cabeças.
27 linhas narram esta pequena história de amor.
É fácil se perder entre o sonho e a realidade.
UMA PEQUENA HISTÓRIA DE AMOR
Ao entardecer daquela pequena cidade serrana, a menina Joaninha
observa a chegada dos pombos-correios que saiam pela manhã e
retornavam à tardinha para casa. Ficava imaginando que eles teriam
muitas histórias para contar e pensava: – Ah, que bom se eu pudesse
entender a linguagem deles!
Joaninha cursava a sétima séria numa escola pública daquele lugarejo
no município de Bananeiras – PB, situada a 650 metros de altitude na
serra de Borborema. Por ser muito recatada, gostava de aproveitar os
intervalos das aulas para fazer desenhos e, através deles, vê o seu
futuro. Ao seu lado, sempre estava seu coleguinha de turma, que morava
na fazenda vizinha, praticando exercícios de matemática, sua matéria
preferida.
Aquela atração de infância por Paulinho até então não tinha sido
anunciada, pois ambos eram muito tímidos. Porém conseguia transportar
seus sentimentos para seu desenho que era composto de uma casinha branca,
lá no cume da montanha, e um casal de pombinho. Num momento de
imaginação, pedia para que aquelas aves a levassem para viver sua
pequena história de amor.
A menina sonhadora sai envolta em um tubo de papel, amarrado em um dos pés do
pombinho macho. Depois de se encantar com o visual
panorâmico da cidadezinha, chega a sua primeira parada técnica, feita
por aqueles experientes voadores. Agora, debaixo da caramboleira, se
encontra com Paulinho, como eternos namorados. Daí, eles voam para o
matrimônio e vão viver para sempre naquela casinha sonhada no topo da
montanha e logo vem o desejo de ter um bebê, que cresce e se
transforma num belo menino. Após vários aniversários, Junhinho se faz um lindo rapaz que se enamora de Aninha e logo se casam para completar a felicidade dos felizes velhinhos.
Num passo mágico, Joaninha se envolve novamente no tubo de papel, e em
um dos pés do pombinho correio retorna para sua realidade.
Novamente, vemos Joaninha a desenhar sua casinha colorida no papel.
Depois dos últimos rabiscos, ela dá como pronta sua arte final,
desenhando um casal representado pelos traços de um menino e de uma
menina, de mãos dadas.
Naquele momento, toca a sirene da escola, anunciando o final do recreio.
“(…) Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam? (…)”
Fernando Pessoa (Odes de Ricardo Reis)
E, com certeza, ambos sairão “nem vencedores, nem vencidos”… E a história sempre continuará, por todas as gerações que se seguirem.
Lindo vídeo e lindo texto!
Parabéns!
Quando a máquina dos sonhos foi posta em movimento, tudo ganhou cor e brilho.
O cenário começou com o preto e branco (pássaros alvos e telhados escuros), depois a imaginação se encarregou de dar vida nova a tudo.
Você disse a coisa certa, nosso imaginar necessita de asas, como os pássaros.
Homens e mulheres, dois mundos, sonhos diferentes que se complementam, formando o amanhã.
Curti o “curta” animado e escrito.
Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo, me absorvendo e, de repente, eu me vi assim, completamente seu. – Sonhos – Peninha.
Sonhos que sonhamos juntos, tornam-se realidade. – Raul Seixas.
De repente, o amor, de esperar começou. – Tim Maia
A vida é assim, não importa o que você faça, passamos naturalmente a fazer parte do ciclo dela. Nascemos, crescemos, reproduzimos e, infelizmente, morremos. Nesse ínterim, nos apaixonamos. Viva a vida!
Amei o vídeo e a história.
Assim como eu, qual menina não sonhou muito e desenhava ou desenhava e sonhava, durante os melhores anos de sua infância.
Não sei as crianças de hoje, mas ainda sou de uma geração que sonhava com o príncipe encantado, com a sua casa e filhos.
Janete
Com amor, lápis de cor,
Desenhei uma casinha pra gente ir morar,
Com fumaça na chaminé
E o sol a brilhar
No canto da página.
Com amor e lápis de cera
Desenhei uma mangueira com uns passarinhos.
É difícil traçar bichinhos
Sem saber desenhar
Mas eu tentei.
Plantei um jardim caprichado,
Um pouco estilizado, diferente.
Pus uma cerca branquinha embora
Cerca nada tenha a ver com a gente
E foi tanto o meu empenho
Que o tal do desenho estava lindo
Com os pássaros cantando e o sol saindo
Do canto da página.
Esse lindo conto me fez lembrar esta linda música que nos faz voltar a infância e reviver tantos sonhos.
Contar histórias exige muito do contador: experiência, observação e domínio do ferramental da escrita.
Cavalcanti, esta é sua praia, o seu ofício, sua oficina.
Eu sigo com meus “robozitos” e outras invenções do meu imaginário.
Cada árvore com seu fruto.
É isso aí, amigo.
Eloísio