Você Sabia …
O NASCER DA PÉROLA
Caso você não saiba, há dois modos de se obter a pérola, o natural e o artificial.
O modo natural se dá da seguinte maneira. Primeiramente, um corpo estranho, por exemplo – um grão de areia, invade o interior da ostra. No instinto de se proteger contra aquele invasor, o corpo do molusco produz uma substância, o nácar, que recobre toda a superfície do objeto pontiagudo que passou a incomodá-la. Como o sofrimento é constante, ela não para de produzir, camadas e mais camadas da madrepérola. Depois de longo e doloroso processo, o corpo estranho ganha o formato de uma pérola, como a conhecemos.
Após estudos e muita observação, o homem começou a provocar artificialmente a produção em larga escala dessa pedra preciosa.
Hoje muitos países criam as ostras com o propósito específico da comercialização do produto.
A cor da pérola irá depender da saúde da ostra, mas sabemos que as pérolas de água doce têm um brilho mais intenso e costumam ter uma tonalidade mais escura que as de água salgada, além de o preço ser menor.
Dentre os maiores produtores mundiais, a China lidera e comercializa toneladas do produto, tanto de qualidade alta, média e inferior.
O mercado mundial do setor gira em torno de U$3 a U$4 bilhões ao ano.
Muito interessante a produção, se é que se pode chamar assim a das perolas, gostei.
O artesão e a tecnologia moderna podem fazer coisas incríveis, mas nada tão perfeito como o que a natureza produz.
Andando, certa manhã, pela orla marítima, encontrei um colar de pérolas. Como era início de um novo ano e é costume fazer oferendas a Iemanjá, na virada de ano, resolvi devolver a joia ao mar. Segui no meu passeio, e, na volta, depois de uma hora de caminhada, encontrei novamente o colar. Coloquei-o no bolso do short e seguia na caminhada até que me deparei com uma senhora aflita a procura da joia perdida. Quando a entreguei o colar, ela me disse: – Não são verdadeiras, mas guardo como recordação de meu marido falecido. Falei então que as pedras eram verdadeiras e ensinei como identificar a pérola falsa, passando nos dentes, pois a verdadeira era como finas lixas. A mulher se emocionou e disse: – Passei a vida toda andando, pra cima e pra baixo, com esse colar no pescoço, pois achava que não passava de uma bijuteria, agora vou ter medo de usá-la. E concluiu: – Bem que o safado do meu marido afirmava que eram verdadeiras e eu que nunca acreditei. Ele mentia tanto que não dava pra acreditar em nada que ele me dizia.
Passei vários dias rindo, toda vez quando me lembrava daquele episódio e percebi que uma gota de mentira compromete todo oceano de confiança.
SÁBIA NATUREZA
Na minha experiência de vida, sempre procurei seguir as determinações da natureza. Vejo que o ser humano, em tudo deve copiá-la e que nela se encontram todas as respostas. Portanto, se seguirmos suas leis, com certeza, teremos bons resultados no que fazemos.
Entre os ilimitados exemplos sobre a sábia resposta da natureza, observamos que as pérolas são produtos da dor; resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia.
Na parte Interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada Nácar. Quando um grão de areia a penetra, as células do Nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. E como resultado surge uma linda Pérola.
Diante de palavras rudes, traição, golpes, indiferença, injustiça, ou enganação causada por alguém, devemos dar como resposta, o amor, produto criado no nosso coração, assim como a pérola, criada no interior da concha. Infelizmente são poucas as pessoas que pensam assim. A maioria aprende apenas a cultivar ressentimentos, deixando feridas abertas, alimentando-as com vários tipos de sentimentos pequenos e, portanto, não permitindo que cicatrizem. Na prática, o que vemos, são muitas conchas vazias. Não porque não tenham sido feridas, mas, porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.
Amo as pérolas, como também o mar e toda sua natureza colorida e mágica. Gostei também do comentário do Jodinaldo Lucena Ribeiro………..http://www.youtube.com/watch?v=freJ5R0j8_g
Acho a pérola uma pedra linda e especial.
É triste saber a maneira como essa pedra preciosa é gerada e mais ainda que o homem provoca artificialmente esse sofrimento.
Como é dolorido este processo único, que torna algo tão precioso e valioso, e como leva tempo para se formare poucos poderão ver o resultado.
Ser impar é tambem ser exclusivo, e isso não é para todos, nem poderia.
Ser de todos, sem ser ímpar, é o que todos nós deveríamos ser.
Pai, como sempre vc nos traz informações e cultura neste blog que é show, gostei de saber sobre esse processo da pérola bjs
“Era uma segunda-feira: nada estava correndo direito. Agarrado no sedimento arenoso, onde o rio desembocava no oceano, Marvin, o molusco, abriu gentilmente a sua concha, a fim de sugar água do mar, exatamente como vinha fazendo durante toda a sua vida. Dessa vez, entretanto, a água que corria pelo seu sistema de filtragem deixou um incômodo grão de areia em seu corpo. Ele não o conseguia deslocar. Nada que ele fizesse seria capaz de eliminar aquela partícula de sílica posta em seu corpo. Apesar de o grão de areia não lhe ameaçar a vida, era deveras irritante. O dia do molusco ficou absolutamente arruinado.
Dois dias depois, ficou óbvio que aquele grão de areia tinha-se alojado ali, para ficar. Ficara encravado entre a carne mole da ostra e sua concha. O menor movimento de Marvin era suficiente para acentuar a irritação: mais ou menos como uma pedrinha, dentro do sapato, cria uma dor crescente, à medida que se anda.
Todavia, ostras e seres humanos enfrentam irritações, reagindo de maneira bastante diferente. Podemos tirar o sapato e retirar a pedrinha; a ostra não pode desfazer-se de sua concha, a fim de extrair o grão de areia. Por isso mesmo, Deus proveu a ostra de uma secreção especial cujo nome é nacre. Mais ou menos, como uma aranha pode expelir material, para armar a sua teia, a ostra pode secretar o nacre, em redor do fator de irritação, a fim de abrandar o incômodo.
Dotado de um instinto, dado por Deus, Marvin formou um cisto protetor, em redor da substância estranha, e foi revestindo sistematicamente o grão de areia, com sua secreção. Isso embotou as arestas cortantes do grão. Mesmo assim, o fragmento de sílica continuava exercendo pressão contra a carne da ostra. Marvin, então, liberou maior quantidade de secreção, envolvendo o grão de areia com uma segunda camada de nacre. Os meses arrastavam-se e se tornaram anos, mas a irritação não se ia. Embora agora o nacre tivesse formado uma proteção arredondada e lisa, e não lhe cortasse mais a carne, formara-se uma excrescência interna, de tal volume, que o molusco sentia como se alguém estivesse pressionando um dedo em seu lado.
Marvin sentia-se derrotado. Apesar de todo o seu duro trabalho, o fator de irritação havia aumentado de volume.
Ele estava certo de que aquela imensa excrescência o havia tornado um fenômeno anormal. “Ninguém, jamais, haverá de me querer”, lamuriava-se ele. Quando o apanhador de ostras lançou a sua caçapa e retirou Marvin de sua incrustação, no sedimento do fundo do mar, não ofereceu resistência. O senso de depressão havia substituído o deleite da vida. E ele costumava pensar: “Haverá algo pior do que esses últimos sete anos de sofrimento?”
Na manhã seguinte, o preparador das ostras cortou o músculo, que mantinha juntas as duas metades da concha, e deixou a ostra escorregar para dentro de uma tigela. A cozinha explodiu com um grito de excitação: “Vejam só o que eu encontrei! É a maior pérola que já vi. Vale uma fortuna!” A maneira como aquela ostra havia trabalhado a causa de sua dor tornara-se fonte de prazer e alegria para outrem.”
……..
“Nas ostras, a substância estranha algumas vezes aloja-se no tecido muscular. Embora uma saca ou cisto de tecido venha a formar-se em torno da substância irritante, a ação muscular que abre e fecha a concha deforma continuamente o formato do cisto, tal como quando apertamos um balão de borracha: esse ato deforma o balão. E embora o nacre vá sendo derramado, a fim de formar uma saca protetora, por necessidade as camadas de nacre assumem o formato do cisto. Algumas vezes, o resultado dessas pressões são formas extremamente irregulares, formando o que chamamos de pérolas barrocas. A diferença em seu formato faz com que essas pérolas se tornem sem igual, embora de valor inferior às pérolas perfeitas, porquanto não se ajustam bem a um cordão de pérolas…”
Os trechos acima citados são fragmentos do Livro:
O cultivador de pérolas, de Jim e Judson Cornwall
Fonte eterna de mistérios… e encantos……..
A natureza nos presenteia diariamente com poesia e valores inestimáveis e belos…
Ótimo post amigo José!!! Abçs…
Que chuvas de bençãos recaiam sobre ti e toda sua família!
Lendo o texto e me deliciando com os belos comentário, entre eles o de Alice Baruch, me vi dentro da poesia de Caetano Veloso quando ele diz: “…cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é…” Aprendemos a viver tirando pedras de nossos sapatos, consolidando a solidez de nossos passos, e, com o tempo, não é qualquer pedrinha que atrapalha o nosso caminhar. Como ostras, vamos camuflando os empecilhos e nos lapidando para nos transformar na pérola que somos. Como diz o cancioneiro popular: “Quem muito tem, muito dá, quem nada tem, nada dá”.