80 ANOS
Assim como Fernanda Montenegro, João Gilberto, Cauby Peixoto, Ziraldo e Zagallo, Francisquinha também está sendo abençoada com a comemoração dos seus OITENTA ANOS, considerando-se uma privilegiada e abençoada por Deus. Neste dia especial, todos os filhos e filhas, genros e noras, netos e netas, bisnetos e bisnetas rendem a ela esta linda homenagem e desejam muita saúde e felicidades!
FRANCISQUINHA – FESTA DOS OITENTA!
Para falar de Francisquinha, faz-se necessário trazer à luz o patriarca dos Alves.
Pedro Alves nasceu na cidade de Quebrangulo, em região montanhosa de Alagoas e na terra natal de um dos maiores escritores brasileiros – Graciliano Ramos, no dia 11 de maio de 1889 e faleceu em 25 de abril de 1985, com quase 100 anos de idade.
Aos dez anos, depois de haver perdido sua mãe, viajou para o Acre para trabalhar naquele estado. Estava lá quando, em 1900, Luís Galvez Rodriguez de Arias, um espanhol de coração brasileiro, lutou contra a Bolívia e proclamou a República do Acre, dando início ao processo de anexação daquele território ao Brasil. Em 1914, Pedro Alves retorna de navio até Belém/PA e depois segue para Juazeiro para ser “cabra de Padre Cícero”, lutando com o Governador Franco Rabelo.
Saindo vencedor da peleja, despede-se de Padre Cícero, indo para o alto sertão da Paraíba. Em Cajazeiras, começa a trabalhar para seu futuro sogro, Rufino Coelho Viana, no ano de 1915, durante uma grande seca no Nordeste. Neste mesmo ano, Pedro Alves da Silva conhece a filha do patrão, conhecida como Dona Mocinha, mulher educada e prendada que, dentre suas habilidades, fazia a linha para tecer seus bordados com renda de bilros.
Logo surgiu o interesse mútuo entre o alagoano e a paraibana. Assim Pedro, que estava com trinta anos, e Prudência, de apenas quinze anos, casam-se com a bênção dos sogros, em 1916. Dessa feliz união, resulta uma numerosa prole.
Todos os filhos de Pedro Alves da Silva são cajazeirenses, nascidos em alguns bairros da cidade, tais como Gadelha, Santo Antonio, Barreirinho e Serrote. Dona Mocinha tinha como nome Prudência Maria da Conceição ou Prudência Maria de Jesus – alguns filhos foram registrados com o primeiro nome, coincidentemente aqueles que saiam mais morenos; e outros com o segundo nome, aqueles que puxavam pela cor branca da mãe. Eles tinham como avós maternos os paraibanos Rufino Coelho Viana e Maria Joana Viana e avós paternos os alagoanos Antonio Alves e sua esposa, que faleceu muito nova.
Eles tiveram ao todo dez filhos, a saber: Francisco Pedro da Silva, o primeiro, nascido em 1918. Este fazia previsão de acontecimentos e, aos sete anos, faleceu repentinamente, em 1925; José Pedro da Silva nasceu em setembro de 1921, que se casou com Adelaide Genuíno; Antonio Pedro da Silva nasceu em 1924, no dia de 13 de junho – Festa de Santo Antonio, que se casou com Josefa Rocha; em 1926, nasce Maria Prudência de Jesus, a Mariquinha, que se casou com Geraldo Pereira; em 1929, nasce Jovita Prudêncio da Conceição, a Nenen, que se casou Afonso dos Anjos; Raimunda Prudêncio de Jesus, a Deia, nasceu em 17 de setembro de 1931, casando-se depois com Manoel Agripino Alves; Francisca Prudência de Jesus nasceu em 1933, no dia 13 de janeiro, que se casou com Cleto Gomes Cavalcanti; Teresinha Alves da Silva nasceu em 31 de dezembro de 1935, que se casou com Abel Miranda; em 13 de janeiro de 1937, nasce Francisco Pedro da Silva, o Bila – o segundo Francisco -, que se casou com Maria; e o último filho, João Bosco Alves, após um eclipse solar, nasceu no dia 02 de março de 1940, que viveu maritalmente em Brasília com Cinésia das Neves.
Pedro Alves, juntamente com os filhos mais velhos José Pedro e Antonio Pedro, passaram a trabalhar para Nelson Rolim numa fábrica de beneficiamento de algodão. José Pedro era gerente geral na Fábrica de Beneficiamento e Antonio Pedro era gerente de produção na Fábrica de Sabão. Pedro Alves produzia o pano de coar o óleo a partir de cabelos de animais. Primeiro trançava os fios e depois tecia o pano. Tal tecido tinha uma importância vital na produção, pois sem ele não se podia coar o óleo, que era proveniente da massa cozida e prensada em forma. Nada se perdia, pois até a massa era depois aproveitada para dar para os animais, pois com ela se produzia mais leite. Com um único cuidado: a massa só podia ser comida depois de fria, pois quando engolida ainda quente fermentava e produzia mal-estar na criação.
Em 1950, após sociedade de Nelson Rolim com Juvêncio Rego, de Pau dos Ferros, segue para montar também naquela cidade do Rio Grande do Norte outra fábrica de beneficiamento de algodão, associada também à fabricação de sabão, José Pedro, já casado com Adelaide, e Antonio Pedro se transferem para este estado em 1952. Logo depois, em 1953, Pedro Alves segue com toda a família para se juntar aos demais filhos.
A relação com a família Rolim era antiga. Em 1943, Francisquinha foi morar lá no Bairro do Serrote com sua madrinha, Dona Ana Rolim, mãe do Nelson, dono da fábrica onde passou a trabalhar toda a família. Francisquinha foi criada como uma rainha, tendo sempre tudo de bom e de melhor. Recebeu uma educação diferenciada dos demais filhos. Graças a ela, estudou na Escola Professora Júlia e no Educandário das Irmãs Doroteias, existente até hoje em Cajazeiras. Ficou com sua madrinha até o falecimento dela em 1954. Após a morte de Dona Ana, a cajazeirense Francisquinha segue da Paraíba para o Rio Grande do Norte e se reintegra à família Alves na cidade de Pau dos Ferros.
Após sua chegada na nova cidade, em 1954, Francisquinha já se coloca muito bem na sociedade, em função da sua excelente formação, pela maneira educada e cordial no trato para com as pessoas, além da elegância e bons modos. Logo começa a dar aulas no Patronato, que era dirigido por irmãs de caridade, vinculadas à Igreja Católica. Depois começa também a trabalhar no comércio local numa loja de tecidos, em 1955. Neste contato com a clientela, conhece o pernambucano Cleto Gomes Cavalcanti, que era um reconhecido funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo. Funcionário público concursado, exercendo a função de Telegrafista, Cleto gozava de enorme conceito e prestígio entre os pauferrenses, sendo considerado um grande partido entre jovens donzelas, em idade de casamento.
Quis o destino que Cleto e Francisquinha se conhecessem e a partir daí é dado início a uma nova história de vida, que uniria para sempre duas vidas em um só caminho. Em 24 de maio de 1956, após conhecer a família Alves, caindo nas graças de Dona Mocinha e de Pedro Alves, se casam, passando a residir em uma casa alugada na Rua 13 de maio, no centro de cidade. Para selar mais ainda esta união, surge a que foi considerada a “bonitinha” da família – Maria das Graças Cavalcanti, nascida moreninha jambo, em 23 de fevereiro de 1957. No ano seguinte, em 12 de fevereiro de 1958, nasce a clarinha de cachinhos loiros – Maria Edite Cavalcanti, que recebe como homenagem paterna o privilégio de carregar o nome daquela que seu marido Cleto considera sua segunda mãe – Edite Chacon.
Depois que as duas beldades vêm ao mundo, enchendo a casa dela de alegrias, surge a primeira figura varonil no lar dos Cavalcanti, assim em março de 1959 nasce José Francisco Cavalcanti. Era tanta alegria com o novo rebento que seu esposo nomeou seu primeiro filho com a versão masculina do nome do da esposa Francisquinha e José para homenagear o santo de mesmo nome. O primeiro filho nasceu em 05 de março de 1959 na casa nova, construída no terreno comprado por Cleto no Alto do Açude. Os Cavalcanti viviam muito bem em Pau dos Ferros, com três filhos pequenos e uma babá para paparicá-los, além de uma senhora que realizava os serviços caseiros. Francisquinha estava muito feliz até surgir a transferência do seu marido para a cidade de Mossoró, começando a sua peregrinação por várias cidades potiguares, visto que os cursos que Cleto iria começar a fazer no Rio de Janeiro o obrigariam a multiplicar estes conhecimentos em várias outras localidades, fazendo a família a se trasladar de um lado para outro.
Naquele mesmo ano ocorre também a ida de Pedro Alves da Silva, Dona Mocinha e Terezinha para Brasília para ajudar o Presidente Juscelino Kubitscheck a construir a nova capital do Brasil. Bila já tinha ido em 1957. José Pedro, entre 1959 e início de 1960, seguiu também para a futura Brasília, estando na companhia de sua esposa Adelaide e de seus filhos – José Aécio, Francisco e a pequena Maria das Graças, de apenas 10 meses. Tendo adoecido a pequenina, pararam em Petrolina/PE, e Maria das Graças veio a falecer. Retomaram o caminho para Goiás, pedindo carona em um caminhão, mas chegando próximo a um canavial, José Pedro pediu parada, desceu do carro e sumiu, não dando notícia até hoje. Adelaide seguiu com os filhos para Goiás na esperança de que seu esposo reaparecesse, mas como tal fato não ocorreu, retornou para Cajazeiras para viver ao lado da família. Em Pau dos Ferros, ficou somente Antonio Pedro da Silva, que casou com a “Zefinha” e com ela tiveram cinco filhos. Na década de sessenta, seguem também Nenen, Déia e Mariquinha para o maior canteiro de obras do país – a futura capital do Brasil.
Ainda em junho de 1959, a família Cavalcanti chega a segunda maior cidade do Estado: Mossoró, que já naquela época era uma importante força política. Por sua localização, alavancava o comércio do Rio Grande do Norte com a venda de sal e era o município que mais crescia no RN.
Logo ao chegar, a família passa a residir em uma vila no centro mossoroense, provisoriamente, passando a morar depois na Rua Alberto Maranhão, a partir de 1960, quando vem ao mundo José Maria Cavalcanti, nascido em 23 de abril. Francisquinha recebe todo o apoio necessário no trabalho de parto, nascendo assim o segundo varão da família, formando dois casais de filhos. Após uma grande precipitação de chuvas na cidade, deixando o centro de Mossoró alagado, a empresa transfere Cleto em dezembro de 1960 para a cidade de São José de Mipibu, cidade a 31 quilômetros de Natal, situada às margens do Rio Mipibu. Todos seguem em avião da Força Aérea Brasileira direto para o Aeroporto Augusto Severo, levando apenas a indumentária do casal e dos filhos e roupas de cama, mesa e banho. Após o desembarque, os Correios colocam à disposição carros para fazer o transporte até o novo destino – uma belíssima casa no centro da cidade.
Em 29 de outubro de 1961, nasceu o terceiro varão – José Paulo Cavalcanti, este mipibuense que veio ao mundo adoçado pelo açúcar da melhor cana e de onde saía a melhor rapadura potiguar. Naquele mesmo ano, Cleto é enviado para o Rio de Janeiro para fazer o Curso de Inspetor de Linhas Telegráficas. Ao retornar do curso, Cleto é transferido para a cidade de Goianinha.
Em 26 de dezembro de 1962, nasce Maria José Cavalcanti, a menina mais branca da família. Em 30 de setembro de 1964, nasce aquele que não receberia o nome “José”, sendo nomeado João Maria Cavalcanti, em homenagem ao Padre João Maria, que após sua morte realizava curas miraculosas. Depois de permanecer de janeiro de 1962 a dezembro de 1964 em Goianinha, Cleto é transferido com a família para Parnamirim, cidade que figura nas páginas da história mundial como o trampolim da vitória. Com isso, cada vez toda a família ia se aproximando de Natal.
Em 14 de outubro de 1965, nasce Maria Margarida Cavalcanti, nome escolhido em homenagem a mãe verdadeira de Cleto e que coincidentemente naquele mesmo ano veio a falecer na cidade de Recife. Os Cavalcanti ficaram na cidade sede da Aeronáutica até 1967 e, quando imaginaram que iriam chegar a Natal, foram transferidos para Santa Cruz do Inharé, que fica localizada a 130 quilômetros no sentido oposto à capital.
Em Santa Cruz, no dia 18 de março de 1967, nasce a caçulinha Rita Maria Cavalcanti, em honra da padroeira da cidade – Santa Rita. Após este último nascimento, Francisquinha começa a tomar anticonceptivo, que era distribuído pelo INAMPS, depois realiza tratamento de um mioma e faz uma cirurgia de laqueadura de trompas, pondo término na proliferação dos Cavalcanti. Depois de seu marido chefiar as linhas telegráficas daquela cidade, que fica localizada mais ao centro do estado, durante seis anos, Cleto é transferido para Natal para receber uma incumbência maior que era chefiar todo o setor telegráfico do Rio Grande do Norte.
Com o Brasil vivendo o “milagre econômico”, crescendo acima de 11% ao ano, inaugurando estradas, a grande Rio – Niterói, a Transamazônica e a indústria em crescimento, era necessário aproveitar aquele boom econômico, educando em um grande centro aquela família numerosa e a melhor oportunidade surgiu no final de 1971, quando Cleto foi transferido de Santa Cruz do Inharé para a capital. Pelo reconhecimento de seu excelente trabalho, foi nomeado para ocupar a função mais importante na sua área de atuação.
Depois de uma verdadeira jornada por várias cidades interioranas, tendo 10 anos de trabalhos de parto e com a família já definida, Francisquinha pediu primeiramente a Deus e depois a Cleto para que aquela fosse sua última transferência, posto que lá em Natal pudessem dar aos filhos a oportunidade para cada um se desenvolver, estudando e trabalhando. Os filhos maiores, Gracinha com 14 anos e Edite com 13 anos, logo necessitariam de uma preparação melhor para fazer a faculdade. Logo atrás Francisco e Zé Maria iriam buscar talvez uma carreira técnica e muitas portas se abririam para os demais filhos em Natal.
Com muita esperança no futuro, ela preparou toda a mudança e cada mala e cada móvel colocado sobre o caminhão era seguido de uma reza por bons auspícios no novo destino. Foi feito um planejamento para transportar os filhos em um carro à parte, principalmente as mulheres e os mais novos, deixando que os dois rapazes mais velhos seguissem em cima do caminhão.
Após a triste despedida de amigos queridos deixados nas quatro ruas em que residimos, comprovaram mais uma vez a dificuldade de se afastar daquilo que foi cultivado com tanto amor e carinho. Enfim saíram pela BR 101 para percorrer 130 quilômetros rumo a Natal.
Francisquinha sabia que Cleto já havia providenciado o novo lar. Uma boa casa, segundo ele, em um bairro tranqüilo, não muito distante do seu local de trabalho: a Rua Chile, localizada no Bairro da Ribeira. Ele já havia passado para sua esposa o endereço, e ela já havia reportado aos seus filhos: Rua São Sebastião, Casa Nº 50 – Bairro das Rocas.
Enquanto o caminhão da mudança rodava à frente, os olhos das crianças, perdidos no horizonte, buscavam, a partir do carro de trás, cada um deles seus interesses. Ali ela via, no último banco, Rita com quatro anos, Guida com seis anos, Lena com nove anos e Joca com sete anos.
Todos eles seguiam felizes, quando não estavam brincando, lançavam olhares furtivos para paisagens, cidades e povoados às margens do asfalto. Gracinha e Edite mais adiante, e Zé Paulo com dez anos, sentavam lado a lado no segundo banco. Na frente com o motorista, estava Cleto que já havia anunciado que iriam fazer uma parada em Tangará para que todos pudessem usar o banheiro, fazer um lanche e checar as amarras do caminhão. Depois de breve permanência em um restaurante, onde todos puderam se desapertaram de suas necessidades e apertaram as cordas e tirantes que prendiam os móveis, retornaram rapidamente, pois ainda tinham muita estrada por diante.
Depois de três horas de viagem, com direito a parada e comes e bebes, chegaram enfim a Natal, atravessando sua grandiosidade até chegar à Casa Nº 50, em um bonito fim de tarde.
Neste endereço, a família ficou morando por cinco anos. Permanência marcante na vida de todos, inclusive porque em 1976 Gracinha se casa com Petronilo aos dezenove anos e concede a Francisquinha a primeira neta Paloma (depois da viuvez, casou com Nilton e teve Vinicius). Depois das Rocas, a família parte para a Rua José do Patrocínio 3429, no bairro de Candelária, casa adquirida por Cleto antes de sua aposentadoria. Em 1979 se casa Edite com Jodinaldo, tendo duas filhas: Priscila e Patrícia. Em 1981 Francisco se casa com Miriam e eles têm Aline, Ariane e Alisson (depois em nova união com Sirlene, eles têm mais dois filhos Fernando e Gustavo). Em 1982 se casa Zé Maria com Isabel tendo eles Fiamma, mãe do Gustavo, Gabriel e Ana Laura e Camilla, mãe da Sara. Atualmente está casado com Marta. No ano seguinte, casa-se José Paulo com Anair, tendo três filhos: Pâmela, Jônatas e Barbara, mãe do João Paulo; depois se casa Maria José com Dorian e têm a Cintia e depois de nova união com Denis veio o Artur; de João Maria e Lúcia vieram Adam e Hugo e de Margarida, que se casou com Beto, vieram Natália e Mateus. A única solteira é Rita Maria.
Infelizmente, no dia 05 de setembro ano de 1986, ocorreu o fim de uma união de 30 anos para Francisquinha, seu esposo Cleto, após a aposentadoria, faleceu de infarto aos 59 anos, deixando uma grande saudade na família. Morreu após ver a chegada dos muitos netos e depois de haver realizado sua missão como pai e esposo.
Hoje, exatamente, Francisquinha completa 80 anos e vive feliz cercada pelos filhos e filhas, genros e noras, netos e netas e com os primeiros bisnetos: Gustavo com quase onze anos, João Paulo com oito anos, Sara com cinco anos e Yasmim com quatro anos, Pietro com 3 anos, os gêmeos Ana Laura e Gabriel, com dois anos, Pedro com um ano e está agora com a chegada do mais novo bisneto, o Guilherme.
Francisquinha continua muito ativa não só no lar que edificou com muito carinho como também quando sai para realizar compras ou efetuar pagamentos nos bancos. Gosta de ler jornal diariamente e de assistir a filmes e noticiários televisivos.
Sua casa hoje é um verdadeiro centro de reunião e de festas da família, pois é em Candelária onde todos estão sempre se encontrando em torno daquela que é a mais querida da família Cavalcanti.
Dona Francisca:
“Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade, sem medo, nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança e se vestir com todas as cores e experimentar todos os sabores e se entregar a todos os amores sem preconceito nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que todo o desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente se chama PRESENTE e tem a duração do instante que passa.”
Feliz Aniversário!
Tudo de bom!
Saúde e muita Paz!
Quem é essa mulher?
Sinônimo de carisma, carinho, aconchego, cafuné, sorrisos, abraços, apertos acalorados de mãos, verdadeiras demonstrações de afeto, respeito ao sentimento alheio, solidariedade, palavra amiga e muito amor.
Que viveu um grande amor e que nove filhos bem criou.
Cinco Marias, três Josés e um João.
Que, ao olhar pra trás, pode sentir orgulho da própria história e pra quem a receita da felicidade é o aqui e o agora.
O que tem de sobra é a sabedoria.
Seu nome deveria ser amor, sobrenome alegria.
Sempre a ensinar o que é viver e perdoar.
É o que todos nós recebemos na sua companhia.
Esse anjo bom que sempre agradeço ao bom Deus por caridade ter ao meu lado é minha mãe, é meu presente e é meu passado.
Feliz aniversário Dona Francisquinha. Te amo muito!
Parabéns a essa Grande mulher que muito nos ensina a cada dia.
Sua alegria é contagiante e sua história de vida um exemplo para todos.
Me orgulho de ser sua nora e estou feliz por ter participado dessa belíssima festa
que reuniu filhos, netos, bisnetos, genros e noras em uma alegria sem fim.
Que Deus a abençoe cada vez mais para que possamos juntos comemorar muitos anos de vida.
Estar ao seu lado e fazer parte dessa familia é um presente de Deus e um orgulho muito grande.
Feliz anivesário! Muito saúde e felicidades.
Beijos especiais te quem muito te ama.
Marta
Zeca,
Antes de qualquer comentário sobre o aniversário de mamãe, gostaria de dizer que me deliciei com o seu texto, me fez viajar no tempo, na saga de nossa família, parabéns!
Sinto-me privilegiada pelos deuses por ainda ter uma mãe, pois a maioria de meus amigos já não tem mais, e por ser uma mulher especial, com um senso de humor aguçado, uma alegria contagiante e dona de uma sabedoria invejável!
Outro dia, eu estava fazendo um comentário na sala dos professores sobre uma das atividades corriqueiras que mamãe já faz há alguns anos de forma tão natural, mas diante da reação de alguns colegas é que a gente percebe o quanto é algo especial. Falei que minha mãe, devoradora feroz de revistas e jornais, semanalmente me entregava recortes dos mesmos dizendo que eu lesse, pois tudo que estavam contidos neles eram importantes para mim. Aí, eu pegava aqueles recortes todos, levava para ler em casa, e neles havia questões ligadas à saúde visual, cuidados com dietas, decisões importantes sobre educação, shows ou lançamentos de livros de alguns amigos meus e etc. Meus colegas ficaram pasmos diante deste depoimento e me chamaram de queridinha da mamãe, mas neste momento rebati dizendo que não, pois os recortes eram entregues para cada um dos 9 filhos.
Por isto e muitas outras coisas mais, acredito que ter ao nosso lado uma mulher que, ao completar 80 anos, ainda apresente todos estes atributos é uma dádiva dos céus.
Lena
Tio Zeca,
Que Deus abençoe Vovó para que ela ainda fique ao nosso lado por muitos e muitos anos. Quero continuar usufruindo de seus conselhos sábios, de sua companhia agradável, de seu permanente carinho que significam muito para mim. Sinto-me também uma privilegiada e agradeço a Deus por ter uma avó lúcida, atualizada e acima de tudo uma mulher que sabe dialogar com todas as gerações, pois parece que está sempre além do tempo que estamos vivendo. Tio, quando vou fazer qualquer comentário com ela pensando que ela vai ficar chocada, ela sempre diz que é tudo natural e encerra o assunto com uma boa gargalhada. Isto se chama sabedoria.
Cíntia
Pai que linda homenagem vc fez a sua mãe, com riquezas de detalhes e carinho enorme por toda sua família linda, amei viu pai saber um pouquinho da história de vcs,em especial um feliz aniversário a vovó tb pelos seus 80anos de vida!!!!
Linda história!! Estou aqui recordando da vovó: jeitinho de falar com a gente, toda arrumada nas festas de final de ano… Muitas felicidades e muitos anos de vida!!! Parabéns!! bjusss
Linda história! Emocionante! Parabéns para Tia “Chicola” e muitas felicidades!!!
Felices 80 años para Francisquinha, e parabéns pela histórica, númerosa y hermosa familia que ha gestado. Parabéns e muitas felicidades para todos!
A marca registrada de minha “tia Chicola” sempre foi sua delicadeza e extremo requinte de comportamento…é muito bom ouvi-la falar, tão calma e suave! Tenho grande respeito por sua pessoa. Dias desses ganhei dela um livro de Augusto dos Anjos, sendo agraciado por seu bom gosto. Parabéns tia!!
Prezado Zeca. Faço comentário do seu texto e peço licença para usar o espaço do seu blog para comentar a respeito do que aconteceu no Quintal da Francisquinha.
Dedico esse texto as organizadoras da festa de aniversário de 80 anos de D. Francisquinha.
Situação difícil comentar o texto acima e a noite da apoteose no quintal da Francisquinha. No primeiro caso a dinâmica do texto leva o leitor a trafegar pelos personagens e lugares mais remotos até os personagens e lugares atuais. A leveza como é conduzida essas questões passa pelo sentimento de passageiro dentro de um veículo. Parece que vc está deslizando sobre os trilhos parando em cada estação e desfrutando de cada lugar como se fosse um cartão postal. Essa sensação é resultado de uma temática voltada a uma pessoa rica em passos largos e contundentes.É como se fosse o traçado de uma linha sinuosa bem definida, sem ondulações violentas. No segundo caso destaco a luminosidade lançada na rua José do Patrocínio em especial no quintal da Francisquinha. Lugar que ninguém acreditava que fosse capaz de receber um evento de tamanha envergadura. Eu particularmente disse mais de uma vez que era local inadequado. O terreno fora de nível com relação ao nível da casa, escada imprópria com tubulação exposta a colisão, piso desnivelado, canteiros de jardins divididos por pedras pesadas e mezanino deslocado do restante do ambiente. Além desse cenário tínhamos preocupações, com relação ao tempo, que poderia apagar a luz do encontro, a chuva e o vento. Mas o bom disso tudo é que aconteceu de maneira harmoniosa. O primeiro ocorreu na hora certa veio antes e durante o evento. Parecia que tinha o propósito de anunciar a chegada de alguma coisa. Nem veio para transbordar e nem veio para assustar. O segundo a todo instante promovia um ar de bem estar. As cadeiras viravam, os panos das mesas saiam do lugar, as bolas estouravam, a cortina ao fundo balançava, mas nada que causasse preocupação aos organizadores.Até brincávamos com os inesperados sustos. Nesse lugar percebi, na véspera do encontro, uma energia contagiante e ao olhar para os lados percebi a mesma energia junto as pessoas que estavam ao meu lado. Era um energia que se espalhava em cada abraço. Era um energia em que até o ambiente evocava um chamamento. Olhavámos para o palco armado e víamos tudo arrumado como se estivesse esperando uma estrela. Contagiados corríamos aos cantos dos quartos, dos guardas roupas a procura da melhor roupa. Para onde nos deslocávamos a luz nos acompanhava. Aos poucos movimentávamos em direção ao quintal da Francisquinha. Lá já se encontrava os flashs a disposição para registrar o brilho das retinas dos olhos e exibir a beleza da estrela que se dispunha a parar e iluminar aqueles que vinham ao seu encontro. São eles: Nilton e Gracinha, Rita e namorado(Popó), José Paulo, Nair, Jonatham, Bárbara e Pamela com seus respectivos maridos e filhos, José Maria(Zeca) e Marta com convidada(Dulce), Margarida com Natalia e neto(Pietro), Maria José(Leninha) com Cintia e Artur, Paloma, Edite e Jodinaldo, José Francisco(Dedé)com esposa, Ariane, Aline com seus respectivos maridos e filhos, João Maria(Joca) e Edna, Alysson com esposa e filho, Priscila e Denival, Vinicius e Naiara com Guilherme e por último o convidado da Paraíba Evandro. Todos circulavam pelos ambientes com desenvoltura iluminados pela fonte que em nenhum instante possibilitava algum ofuscamento. Captávamos sua essência, a partir do instante em que éramos direcionados a procurar sua origem.E ao sentí-la constatávamos que era natural e cheio de vida. Não tinha vestígios de raios artificiais. E ali fomos ficando a partir de cada elo que ía se entrelaçando. Essa acomodação proporcionou encontros memóraveis. Encontro de filhos, tios e tias, primos e primas, genros e noras que não se viam a bastante tempo ou não se conheciam. Todos se aconchegavam ao som do teclado, boa comida e ao jogo de luz que se derramava na parede retratando as evidencias de outras luminosidades. Todos se mobilizavam voltados ao mezanino onde seria palco do momento maior, o canto do parabéns e a abertura do champagne. Isso em contagem regressiva. Aos últimos segundos do dia 12 de Janeiro de 2013 e a chegada dos primeiros segundo do dia 13 de Janeiro de 2013 viu-se um feixe de rolhas para o céu, de espumas escorrendo pelas bocas das garrafas e o sorriso de alegria estampado nos rostos. Os cálices se disponibilizavam a receber o espumante ao som dos tins-tins, multiplicando a energia concentrada, transformando aquele instante em um momento apotéotico. Momento que lembrou o arquiteto e pensador Niemayer na projeção de seus momumentos. Como ilustração lembrei do sambódromo do Rio de Janeiro. As escolas de samba terminam seus desfiles em um espaço chamado praça da Apoteose. As linhas sinuosas ou retas vão sempre em direção a um ponto culminante. Era a celebração da estrela que atingiu os 80 anos de vida. Era exaltação a um brilho que se espalhava por todos aqueles que estavam ali dispostos a coroar e ser coroado por um pouco daquela luz. Nesse patamar percebeu-se a importância desse feche de luz . É a proliferação desses raios em cada um de nós junto as nossas famílias. É a necessidade de mantermos acesa essa chama juntos as nossas esposas, companheiras, filhos, netos, amigos, etc. Se agirmos com essa responsabilidade com certeza conseguiremos, também, ter a oportunidade de completar 80 anos com os nossos filhos realizados e felizes. Foi essa a mensagem que captei no quintal da rua José de Patrocínio, que em homenagem a matriarca Francisquinha o batizo como o quintal da Francisquinha. Local que, com certeza, receberá outros eventos.
Parabéns a mama dos Cavalcante(s)… dona Francisquinha
Que trajetória! Inenarrável, e tem que ser lida com leveza e cuidado, para não perdermos os detalhes…
Parabéns aos filhos e filhas, netos e netas, genros e noras, sobrinhos, primos…etc…
Que essa história atravesse os sertões, as ribeiras, os povoados, as metrópoles etc… desse imenso Brasil, e de outras arredores…
Linda história… Ótima descrição…
Abraços fraternos … Baruch Yahweh
E quando adentrei o recinto, me vi cercado de uma grande alegria que contagiava a todos. Encontrei, esperando por mim, um ambiente bem decorado, mesa com banquete, garçons de plantão, música ao vivo e o sorriso da aniversariante. No meio de tantos risos e alegres demonstrações de afeto familiar o seu olhar busca o meu e o encontro se dá de forma sutil, pois sabíamos que aquela noite era toda nossa. No primeiro abraço acalorado, os flashes denunciavam que um profissional registrava tudo. Depois do saboroso jantar, estouro da champanha, discursos, apresentação de vídeos, acalorado parabéns e corte do bolo, sentei ao seu lado e perguntei: – E aí, tá gostando? Ela olhou nos meus olhos e disse: – Tá do jeito que sempre sonhei.
Valeu, Dona Francisquinha, por poder contar com sua prazerosa companhia em cada um de nossos encontros familiares.
Zé Maria, que linda e encantadora história. Uma família abençoada e um escritor sensível capaz de colocar, em palavras, toda uma vida. Desejo a todos muitos momentos felizes como esse e à Dona Francisquinha, em especial, muita saúde e muitos anos de vida para partilhar tanto amor. Um grande e fraterno abraço.