Dorival Caymmi – O sósia
FESTA PRO TONHÃO
Era o dia 18 de janeiro de 2013, aniversário de 65 anos do seu Antônio, o melhor sapateiro de Paraibuna.
Ele tem o bingo como um saudável vício, não maior que a loucura que sente pelo seu time do coração. Acho mesmo que esse é seu único defeito: ser santista roxo.
Canso meu ouvido de tanto escutar suas narrações sobre as peripécias de Diego, Robinho, Ganso, Neymar e outras revelações da Vila Belmiro.
Diz que sua paixão vem desde os tempos do Pelé e dos outros príncipes da bola que acompanhavam o Rei.
Confesso que é duro aguentá-lo, afinal, é tudo verdade.
Com respeito a sua vida, até hoje eu não sei se ele cuidava da mãe ou era a mãe que cuidava dele. Assim foi até o dia em que aprouve a Deus levar a queridíssima dona Maria para junto d’Ele, por causa da idade avançada.
Depois da dura perda, custou um bocado para Tonhão voltar a sorrir.
Ainda bem que tudo já passou, e aquele dia foi especial, visto que iríamos render festa a ele.
Dona Maria José, que é sua irmã, convidou as filhas Márcia e Eliane para juntas fazerem uma surpresa para o irmão. Ele adora as sobrinhas e as considera como filhas.
Já há algum tempo, éramos presenças constantes em todas as comemorações da família Santos.
Marcinha e sua mãe nos receberam de forma sempre muito calorosa. Já Eliane, sempre muito cheirosa e bem vestida, chegou de São José no seu carro, montada num elegante salto.
Depois dos beijos e abraços, Dona Maria José foi se encarregar de assar a leitoa e a linguiça, enquanto as mulheres mais novas corriam com os afazeres do arroz, da farofa e do vinagrete.
Elas cantavam, dançavam e davam risos não sei de quê.
Eu, que havia comprado o pão e as bebidas, queria sossego e assim me acomodei na rede do alpendre, pertinho do Tonhão, que naquele dia estava mais idêntico do que nunca com o Dorival Caymmi.
Sou admirador dele, posto que tem como arte uma profissão que aos pouquinhos está desaparecendo. É uma pena, pois ele faz um sapato perfeito, principalmente para pés muito pequenos ou grandes demais. Também para aqueles que têm o peito do pé muito alto ou alguma deformidade que carece de uma atenção especial.
Com base nessa admiração, comecei a indagar para ele sobre as antigas profissões, afinal ele é de uma geração que viu muita coisa que hoje em dia já saiu de moda. Além disso, dele sempre vem uma boa prosa.
– Meu filho – ele falou com seu vozeirão de locutor de FM -, conheci um grande amigo que era lambe-lambe. Vivia aqui na praça da cidade, coladinho com o coreto. Ele infelizmente já faleceu, mas viu toda sua família crescer, graças aos rendimentos que ele recebia da fotografia.
Tinha um mecanismo especial de cobrança: quem devia tinha suas fotografias colocadas viradas de ponta-cabeça, assim todos tratavam de retirar as pendências para o caso não se espalhar à boca pequena nas rodas de conversas. Ao relembrar isso, não se conteve e deu boas risadas, continuando em seguida.
– Me lembrei também do Zé Amolador – era assim que todos o chamavam. Ele deixava minha navalha com o fio tinindo, além de amolar minhas tesouras e facas. Depois que ele se aposentou, agora todo mundo e eu mesmo temos que nos virar, o que não é nada fácil.
– Sou de uma época que o padeiro e o leiteiro ia de casa em casa, fazendo chuva ou sol.
– Lá em Conceição do Rio Verde, conheci um ferreiro que trabalhava entre Caxambu e São Lourenço. Ganhava muito dinheiro, mas trabalhava muito. Tinha que ter muita força para forjar as peças que serviam de molde para as cavalgaduras dos animais: burros, cavalos e mulas. Difícil era manter a fornalha sempre bem quente, senão, nada feito.
– Tonhão – perguntei de forma provocadora -, é verdade que você já namorou uma modista?
Ele deu uma boa gargalhada e disparou uma resposta curta.
– Quase me casei com uma. Depois de falar isso, deu uma boa parada nas falas e se pôs a viajar com os olhos marejados.
Na família, todos sabiam que o Tonhão arranjava uma namoradinha aqui ou ali, mas que vivera outras paixões avassaladoras.
– Mas isso foi há muito tempo, vamos deixar esta prosa de lado.
– Queria completar uma informação… O Vicente, o ferreiro, também fazia as vezes de tanoeiro.
– Tanoeiro? O que vem a ser isso, Tonhão?
Outra gargalhada ecoou pela laje, que ao fundo se via o piscinão da Marcinha, com a água azulzinha, de tanto que ela se dedicava ao trato.
– Deixa eu te explicar – disse ele. O tanoeiro era o artífice que fazia o fabrico de tonéis, barris, tinas, celhas, pipas e outros objetos que necessitavam de aduelas e aros. Não se esqueça que os barris de carvalho ou de outras madeiras nobres são importantíssimos para o envelhecimento do vinho.
– Puxa, quantas profissões foram se perdendo no tempo, né, Tonhão?
– Vou te contar uma coisa que não me sai da cabeça até hoje. Eu estava em São Paulo em 19 dezembro de 1961, época em que tinha quase dezoito anos. Naquele dia, o jornaleiro ambulante gritava sem parar: “- Extra, extra, incêndio em Niterói mata centenas de pessoas!”. O berreiro do pequeno vendedor chamava a atenção de todos que por ali passavam. Era um tempo em que, para se manter informado, você dependia de um radiozinho de pilha ou de um jornal.
– Corri e comprei do menino um exemplar de O Estado de São Paulo. Assim tomei conhecimento do espetáculo mais triste da terra. Centenas de pessoas foram vitimadas no Gran Circus Norte-Americano no dia 17, data da estreia. Depois de alguns dias, o número de mortes confirmadas subiu para 400 e mais 100 que morreram nos dias subsequentes ao incêndio criminoso.
Depois de contar isto, fez-se um silêncio.
Vendo que havia ficado impactado e que o irmão estava meio entristecido, Dona Maria José tratou de nos animar:
– Vamos parar com estas histórias de trancoso e vamos comer!
Aquela fala altiva quebrou o silêncio, e assim mudamos o rumo da prosa.
– Tonhão, hoje é o seu aniversário. Vamos parar com isto, é hora de comemorar.
Com mais uma gargalhada, Tonhão se levantou e foi logo agarrando seu prato, enquanto eu comia um sanduíche de linguiça com vinagrete.
Depois dos comes e bebes, era chegada a hora do bolo, a especialidade da boleira número um da cidade.
Todos nós cantamos os parabéns e mais uma vez fomos muito felizes no aconchego da casa de Dona Maria José.
Sua história de amizades me fez lembrar outras profissões das antigas.
O homem que calçava as ruas era chamado de calceteiro; o barbeiro já é muito raro encontrar um, pois as lâminas múltiplas estão tornando esta prática muito caseira; as lavadeiras que ficavam na beira do rio são artigo raro; alfarrabistas são poucos, pois os sebos a cada dia diminuem; com as facilidades das cidades grandes, o aguadeiro sumiu mesmo, pois hoje não se faz mais necessário pedir para alguém trazer uma lata ou barril de água; as amas, que cuidavam das crianças, estão em alta, pois as mulheres que trabalham necessitam sempre de uma boa ajudante para cuidar dos menores, enquanto sai para trabalhar (são bem pagas nos países ricos); e o engraxate ainda são vistos, embora em menor número.
Não vamos aqui falar da figura do menestrel, do trovador, carpideira ou do ouvidor, estes quase não são mais mencionados. Creio que estão apenas nos livros.
O certo é que muitas profissões desaparecem para que outras surjam.
A questão é migrar para aquela que mais se encaixa com seu perfil.
Abraços.
Como e difícil hoje em dia alguém ter paciência para trocarmos um bom papo, so os mais antigos mesmo. Como é bom conhecer pessoas que nos agradam e dizem coisas que jamais pensávamos ouvir, ainda bem que existem pessoas desse tipo. Pessoas essas com seu jeito peculiar são agradabilíssimas, um abraço no Tonhão.
Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano.[1] Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos.[2] Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade de Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.
Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.[1]
Caymmi era descendente de italianos pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador Lacerda[3] e cujo nome era grafado Caimmi. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o fonógrafo e depois a vitrola, cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do jornal, em 1929, torna-se vendedor de bebidas.[3] Em 1930 escreveu sua primeira música: ‘No Sertão”, e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em 1935, passou a apresentar o musical Caymmi e Suas Canções Praieiras. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba A Bahia também dá.[3] Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito.[3] Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão em O Jornal, do grupo Diários Associados, ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos Lacerda e Samuel Wainer.[3]
Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou a cantar dois dias por semana, além de participar do programa Dragão da Rua Larga. Neste programa, interpretou O Que é Que a Baiana Tem, composta em 1938. Com a canção, fez com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme Banana da Terra, de 1938. Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e pescadores da Bahia: O Mar, História de Pescadores, É Doce Morrer no Mar, A Jangada Voltou Só, Canoeiro, Pescaria, entre outras.[1] Filho de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem escreveu em 1972 a canção em sua homenagem: “Oração de Mãe Menininha”, gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria Bethânia.
O Dorival é um gênio. Se eu pensar em música brasileira, eu vou sempre pensar em Dorival Caymmi. Ele é uma pessoa incrivelmente sensível, uma criação incrível. Isso sem falar no pintor, porque o Dorival também é um grande pintor.
— Tom Jobim.[4]
Nas composições de Caymmi (Maracangalha, 1956; Saudade de Bahia, 1957), a Bahia surge como um local exótico com um discurso típico que estabelecera-se nas primeiras décadas do século XX, com referências à cultura africana, à comida, às danças, à roupa, e, principalmente à religião.
Com a Primeira Guerra Mundial, um lundu de autoria anônima, com o nome de “A Farofa”,[5] trata não tão somente do conflito como também de dendê e vatapá, na canção “O Vatapá”.[6] O compositor José Luís de Moraes, alcunhado Caninha, utilizou, ainda em 1921, o vocábulo balangandã, no samba “Quem vem atrás fecha a porta”.[7] A culinária baiana foi consagrada no maxixe “Cristo nasceu na Bahia”,[7] lançado em 1926. No final da década de 1920, associa à Bahia a mulher que ginga, rebola, requebra, remexe e mexe as cadeiras quando está sambando, o que surpreende na linguística, visto que o autor não era nativo do Brasil.
O primeiro grande sucesso O que é que a baiana tem? cantada por Carmen Miranda em 1939 não só marca o começo da carreira internacional da Pequena Notável vestida de baiana, mas influenciou também a música popular dentro do Brasil, tornou-se conhecida a ponto de ser imitada e parodiada, como no choro “O que é que tem a baiana” de Pedro Caetano e Joel de Almeida ou na canção “A baiana diz que tem” de Raul Torres. Apesar das produções anteriores, as composições de Caymmi são as mais lembradas sobre a cultura baiana.[8]
É uama pena que nos dias atuais existam tãopoucas raridades como esta pessoa….um gênio
Bom Bia…….
AI QUE TIO MAIS LINDO E CHARMOSO!! AMOOO..! DÓI MEU CORAÇÃO AO PENSAR QUE TENHO POUCA OPORTUNIDADE DE DIVIDIR MEUS FINS DE SEMANA COM MINHA FAMÍLIA.
UMA FAMÍLIA GUERREIRA E QUE ACOLHE COM CARINHO COMO NINGUÉM.
COMO TODO BOM MINEIRO …MESA FARTA, PARA ALEGRAR OS AMIGOS. ASSIM PENSA OS MINEIROS.
MEU TIO VENCENDO MAIS UMA ETAPA EM SUA VIDA, TRABALHADOR, PACATO, ALMA SIMPLES E TEM DUAS SOBRINHAS DURAS NA QUEDA. EU E A MÁRCIA.
SEMPRE APOIANDO MINHA MÃE E MINHA IRMÃ. LINDA HONESTIDADE DE FAMÍLIA UNIDA.
CAVALCANTI E MARTA FORAM PRESENTES EM NOSSAS VIDAS E NUNCA ME CANSAREI DE DIZER.
A CASA SE ENCHE DE ALEGRIA COM A CHEGADA DO CASAL 20.
OBRIGADA POR TUDO, PELO APOIO, PELA PRESENÇA, CARINHO E TANTOS MOMENTOS DE EMOÇÃO PROPORCIONAM A NÓS.
QUANTO AO SALTO ALTO E PERFUMADA…KKK…EU RI SOZINHA AQUI E TAMBÉM QUANDO MINHA MÃE RESOLVE QUERER CORTAR ALGUM ASSUNTO ELA FAZ MESMO ISSO…”AH VAMOS PARAR COM ISSO…VAMOS MUDAR DE ASSUNTO…CORTOU A NOSTALGIA ENTRE VOCÊ E MEU TIO, HEIN CAVALCANTI?
MINHA MÃE É ILARIA…ELA PODE É A MÃE RAINHA. UHUUUU…!
DEUS ABENÇOE E PARABÉNS PELO TEXTO SEMPRE SÁBIO, CHEIO DE RIQUEZAS, CARINHO E UM DICIONÁRIO AMBULANTE.
AQUI É A PÁGINA DA CULTURA.
DOM NATO! SUCESSO NA CERTA!!
BEIJOS
MEU TIO ANTÔNIO AMO MUITO, SOU SOBRINHA FILHA DELE, A ÚNICA FIGURA MASCULINA DE NOSSAS VIDAS E INFÂNCIA.
QUANDO CRIANÇA COM A AUSENCIA DE MEU PAI QUE FALECEU E NEM ME VIU CRESCER, TRANSFERIMOS PARA O MEU TIO TODO AMOR DE PAI, ELE QUE NOS DEU A PRIMEIRA BICICLETA, ELE QUE NOS DAVA A MESADA DE FIM DE SEMANA, TODO CARINHO DE TIO QUE PARA EU E MINHA IRMÃ ELE ERA O NOSSO PAPAI.
NÃO VOU ESQUECER NUNCA DOS SEUS CARINHOS PARA CONOSCO QUE AINDA SE REPETE ATÉ HOJE EM NOSSAS VIDAS. E A VC CAVALCANTI O MEU MUITO OBRIGADO POR FAZER ESSA HOMENAGEM AO MEU TIO E TAMBÉM NÃO ESQUECEU DE SAUDAR MINHA VÓ E MINHA MÃE, OBRIGADA POR VC E MARTA FAZEREM PARTE DE NOSSAS VIDAS, ASSIM COMO MINHA IRMÃ CITOU ACIMA, VC E MARTA FORAM PRESENTE DE DEUS PARA NÓS E SEMPRE ENCHEM NOSSA CASA DE ALEGRIAS.
GRANDE BJ
Bela homenagem que caiu bem nesse novo visual do blog. Lendo esse texto me lembrei de dois amigos que sentiram as mudanças com a chegada da tecnologia. O primeiro foi meu tio Bila, que era mecânico dos carros convencionais e hoje se vê desatualizando com a chegada dos carros computadorizados. O segundo foi meu saudoso amigo Pascoal, que viu sua oficina de máquinas de datilografia ser fechada com a rápida entrada dos micros nas repartições públicas. O mundo tecnológico veio para facilitar a nossa vida, porém devemos nos atualizar nesse novo momento de informação para que não terminemos ficando pra trás. Um exemplo disso é o jornal Diário de Natal que sempre foi o mais vendido em nossa capital e agora só exibe as matérias online, devido a queda violentas nas vendas do jornal impresso.
Bollog, parabéns pela leitura gostosa de se lê.
Esta história de Tonhão me fez lembrar João Fandim,, que viveu seus oitenta e cinco anos
exercendo várias profissões, tais como: confeiteiro, cartomante, fabricante de perfumes, caxeiro viajante, padre, professor, poeta, vendedor, pianista, boleiro e outras mais…
Muy agradable y interesante el relato expuesto, más viendo que Eliane; tiene participación en la misma, como así también la enorme alegría de que a regresado a casa.
Un beso para ella, y sabrá que lo más fácil es encontrarme en mi bosque encantado……
Tem pessoas que estão nesse mundo só para alegrar, Jesus chamava essas pessoas de “sal da terra”. Parabéns pelo belo exemplo de pessoa que o texto bem descreve do Tonhão, e, diante da constatação do sumiço de profissionais antes indispensáveis, lembrei de uma senhora que ficava sentada num banco de uma praça em uma pequena cidade do interior da Paraíba lendo e escrevendo cartas. Ela cobrava um cruzeiro pela leitura e outro cruzeiro por cada página escrita. Certo dia, falando casualmente com ela, soube que arrecadava mais dinheiro do que o valor de seu benefício, e, me confidenciou: – As vezes, escrevo e leio coisas bonitas, só para alegrar os meus clientes.
Meu pai, Eupídio Félix Barbosa, criou sua família numerosa graças aos rendimentos advindos da manipulação farmacêutica, embora para isto não tivesse curso de Farmácia.
Tudo que sabia havia aprendido com um outro prático da área, o que passou a ser sua ocupação.
Olegário Maciel/MG rendeu muita homenagem a meu pai, que sempre soube tão bem socorrer a muitos que o procuravam, mesmo que algumas vezes não recebesse qualquer tostão.
Nas pequeninas cidades do interior, longe dos grandes centros, esta profissão era muito importante, já que não existia um único estabelecimento comercial para a vendas de medicamentos.
Isto já faz muito tempo, quando os filhos ainda eram menores.
Depois aportou com a filharada no Vale do Paraíba, em Jacareí. Assim toda a família passou a estudar, e alguns se destacaram na área de pesquisas, indústria e outros como autônomos.
Todos gozam de saúde e vivem bem, graças ao esforços dele e sua esposa, que também foi uma grande guerreira.
Em Jacareí, continuou trabalhando com Farmácia e hoje a família tem o privilégio de ver o nome do patriarca dos Barbosa como nome de rua.
Esta é uma breve história do meu pai.
Eloísio Barbosa
Conheço o homenageado dessa materia e confesso que fui eu quem leu para ele a história e pude presenciar as lágrimas rolando do seu rosto de tanta emoção.
O Tonhão lembra muito fisicamente o Dorival Caymmi e a foto aqui mostrada fui eu quem tirou.
Aos domingos, o Tonhão está sempre presente no almoço da família, quando tem bingo na cidade ele costuma ir, não perde um e quase sempre retorna com brindes.
Existem várias profissões que estão sumindo e que já foram muito importantes em nossa vida, mas a tecnologia é assim e a modernidade vai tomando conta.
Em cidades pequenas ainda temos o privilégio de encontrar algumas profissões esquecidas nas grandes cidades e usufruir delas.
Parabéns ao Tonhão por manter em Paraibuna essa arte do sapateiro.
Indescritível essa postagem…”O homem sem o seu trabalho não tem honra, e sem a sua honra ….se morre se mata!” Já dizia o ilustre poeta Raimundo Fagner…
Que figura, não deve ser o teu amigo Tonhão!! Daquelas pessoas que a gente, encontra e esquece o que veio fazer na rua, de tanto que foi boa a prosa!!
Conte-nos mais dele, e de suas histórias..isso é um patrimônio histórico e cultural de inegável valor!!
Abçs… E num sei se tbm num vo falar de Tonhão no meu blog….. Uahsuahsuahsu e das profissões que existiam antigamente… Kikiki