Mazzaropi
Selo Comemorativo dos Correios
MAZZAROPI – RISOS E ALEGRIA
TAPETE VERMELHO PARA ELE
Filme Tapete Vermelho, direção de Luiz Alberto Pereira
100 ANOS – HOMENAGEM
O filme Tapete Vermelho tem exatamente 100 minutos de muita sensibilidade, graça, encanto e magia, ainda mais com as atuações brilhantes de Matheus Nachtergaele e Gorete Milagres, que formam par, dando vida aos personagens principais da trama.
O filme é terno e envolvente, uma pintura que reluz como um Oscar póstumo para homenagear o trabalho ímpar deste grande artista e cineasta brasileiro.
Nachtergaele, com seu costumeiro talento, reproduz à perfeição o andar, a fala e os trejeitos caipiras do Jeca Tatu (criação de Monteiro Lobato), aquela mesma figura emblemática que Mazzaropi interpretou tão bem em seus trinta e dois filmes, nos quais expressavam o viver, os mitos e as crendices da cultura popular.
Milagres opera também seu personagem com brilhantismo.
Uma produção ímpar, repleta de grandes atores, tais como: Paulo Goulart, Cássia Kiss, Ailton Graça, Débora Duboc, Rosi Campos, Paulo Betti e Jackson Antunes, enfim, uma verdadeira obra-prima.
O título soa como uma exigência pelo tapete vermelho, um sonoro reclame ao não reconhecimento de tudo o que representa a obra de Mazzaropi para a história do cinema brasileiro.
Seu legado merece sim ser reconhecido e recebido pela intelectualidade com a mais linda passarela escarlate.
Obrigado, Amácio Mazzaropi, por engrandecer a cultura de nosso país. Saiba que você sempre será “nosso adorável caipira”!
Verdade, grande gênio e caipira brasileiro, Mazzaropi é um ícone nacional, que nunca jamais deveria ser esquecido, mas infelizmente a memória do povo brasileiro em termos culturais ainda e muito pequena.
Visite o Museu Mazzaropi na cidade de Taubaté/SP. Lá o visitante poderá ter uma visão geral da história e obra de Amácio Mazzaropi e fatos antigos e recentes relacionados a esse inesquecível personagem da cultura popular brasileira.
Todo o patrimônio do museu é mantido pelo Instituto Mazzaropi, não tendo fins lucrativos.
Vale a pena fazer esse tour pela vida do Jeca, eternizado por esse grande talento do nosso cinema.
Na época em que vivi em Mangaratiba eu costuma ir ao cinema todos os domingos e confesso que adorava assistir aos filmes do Mazzaropi.
Lembro de uma ocasião em que eu me arrumei toda e fui pegar com o meu pai o dinheiro para ir assistir mais um filme do Mazzaropi, me lembro do nome do filme: Um caipira em Bariloche, mas qual não foi minha surpresa, meu pai me disse, hoje você não irá ao cinema pois está de castigo.
Lembro que fiquei muito triste, pedi a ele para me deixar ir, mas não teve jeito.
Moro tão perto da cidade onde tem o museu e ainda não fui visitar, vou aproveitar esta pubicação do blog para ir visitá-lo.
Embora tenha representado o matuto tão bem, ele era paulistano, filho de estrangeiros. Mazzaropi não só atuava, mas também dirigia, escrevia roteiros e administrava de perto toda a produção de seus filmes, até que criou sua própria indústria e assim conquistou o Brasil inteiro.
Taubaté se orgulho de tê-lo como um filho adotado, pois foi ali que ele resolveu fincar raízes e onde agora se encontra todo seu acervo.
Parabéns ao genial Amácio Mazzaropi.
É difícil lembrar de um caipira e esquecer Jeca Tatu (Mazzaropi), ele simplesmente interpretou este personagem de forma brilhante.
Cenário principal dos seus filmes: A vida na roça.
Pacificação entre os homens, ele fugia de confusão e não incentivava a violência.
Mencionava a religião de uma forma engraçada, mas não com deboche.
O amor do caipira com o campo e os animais.
Eu e minha família gostamos de todos os filmes dele, mas nosso preferido é:
Jeca contra o capeta
Assista um trecho
Existe uma reportagem dele com a Hebe muito legal confira:
Cavalcanti, muito bonito este artigo que você escreveu.
Acho que o maior patrimônio deixado por Mazzaropi foi o de ter acreditado que era possível realizar filmes em nosso país. O artista não só produzia, interpretava, cantava e distribuía seus filmes. O humor brasileiro deve muito a esse gênio que com muito talento descreveu o cenário brejeiro do povo caipira. Parabéns pela homenagem.
Un filme muy bueno y engraçado. Los brasileiros son maestros en el humor y en novelas, sin olvidarme de los escritores y músicos, por supuesto.
Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão geralmente surte bons resultados, mas Amácio foi mais longe e colocou sonhos, política, amores,
simplicidade, torcedor fanático, e sua própria maneira de ser.
Sendo assim, a câmera comum vira a de raio x, mostrando o interior de seus caipiras.
Taubateano todo é caipira, com orgulho, depois de Mazzaropi.
Vou me inteirar mais sobre o filme, assisti-lo e mostrá-lo aos meus filhos. Valeu o comentário muito bem feito. É preciso trabalhar por preservar a memória das coisas que o país produziu e produz.
“Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento – mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. aprendi a teoria das ideias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo – o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: “A imaginação é mais importante do que o saber!”.
Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem imaginar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi”. – Manoel de Barros (Memórias inventadas).
E eu tenho uma “teoria”: quanto mais intelectualizamos nosso riso, mais endurecemos o nosso coração!
(E quanta poesia há no riso fácil, vindo de nossas memórias de infância,, com filmes descomplicados e doces de Mazzaropi…).
Obrigada por relembrá-las!
Parabéns!
Esse personagem preencheu o cenário de grande parte do povo brasileiro, com sua engenhosidade pueril, e seu modo de ser e representar o caipira nacional!
Meu tio, era artista nessa época, e chegou a fazer inúmeros papéis com ele…mas por causa da sua nacionalidade, ainda vivia na represão do regime , e não podia com seu nome original, usando pseudonimo…mas nós ficavamos ansiosos quando era estreia de Mazaroppi, primeiro pelo ser hilário, e maravilhosos que ele era, segundo por poder ver meu tio nas cenas… Era sem dúvida muito divertido!!
Parabéns pela terna memória… Adorei!!!
E a modernidade chega em todos os lugares substituindo as tradições. Some com os candeeiros, pinicos, fumo de rolo, banhos de bica, a música tocada sem plugs, as grandes feiras livres, os arraiais juninos, as fogueiras, os balões, as danças matutas, as vassouras de palha, as bonecas de pano, o pião, os carros de lata, as bodegas, a caderneta de compras, o papel de embrulho, a casa de pau a pique, os vestidos de chita, o bate papo do fim de tarde nas calçadas, a banda de música, o coreto, a televisão compartilhada na praça, o cortejo fúnebre, os encontros dominicais na missa, as quermesses, banhos no rio das lavadeiras …. e o mundo de Mazaroppi.