Ataulfo Alves
MEUS TEMPOS DE CRIANÇA
Ataulfo Alves
Eu daria tudo que tivesse
Pra voltar aos tempos de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança
Aos domingos missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí
Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor onde andará?
Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia
A pequenina cidade mineira de Miraí ainda não desconfiava que aquele garotinho, Ataulfo Alves, que fora menino de recados, carregador de malas e engraxate viria a ser o cidadão mais ilustre do até hoje pequeno município. Embora tivesse que trabalhar, desde cedo, ainda arranjava tempo para se divertir com seus amigos. Tanto é que as imagens mais marcantes de sua infância foram retratadas na letra deste famoso samba – Meus Tempos de Infância -, na qual descreve cenas emocionantes, falando das travessuras, de jogo de botões e da primeira professorinha, que é sempre o primeiro amor de todo menino.
Dificilmente vamos encontrar alguém que não tenha aprontado mil e uma aventuras, vivido verdadeiras travessuras quando criança. Jogo de botões, na terra do futebol, é quase uma constante na vida da garotada.
A infância é o período mais doce de nossas vidas. Tudo que vivemos nela nos servirá na vida futura. Todas as imagens gostosas deste estágio primeiro ficam impressas permanentemente em nossas mentes.
E, quando rola uma namoradinha, tudo fica mais marcante ainda, faz valer a pena ter vivido.
Milton Nascimento, na música BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE diz: “Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração, toda vez que o adulto balança, ele vem me dar a mão…”.
Já o poeta Cassemiro de Abreu nos diz na poesia MEUS OITO ANOS que a infância é “aurora da minha vida… despontar da existência… na qual respira a alma inocência”.
Sem dúvida, as memórias da infância nos faz prisioneiros de um tempo mágico, do qual não queremos nos livrar jamais.
Brinquei e me diverti demais quando fui moleque.
Tive a felicidade de crescer na mesma cidade, no mesmo bairro, na mesma cidadezinha. Até hoje é comum encontrar os velhos companheiros para relembrar nossas velhas histórias.
Quantas vezes rimos das mesmas aventuras.
Recordo do senhor Inácio, o homem mais ranzinza que já vi… ele vivia num velho casarão rodeado por goiabeiras. Quantas vezes fomos pegos roubando as goiabas. Era uma verdadeira correria. Ele vinha com uma velha espingarda, prometendo que iria atirar. Na verdade ele nunca deu um único disparo na gente, a não ser tiros pro alto só pra nos assustar.
Bola de gude e jogo de botão também fazia parte das diversões.
No Rio Bonito, demos os primeiros mergulhos e até hoje é a nossa maior diversão.
Fico com dó de quem não aproveitou bem esta melhor fase da vida.
Abraços a todos.
Cavalcanti, esta música era uma das preferidas do meu pai.
Vivi minha infância em São Paulo, guardo muitas lembranças e fotos desse período marcante da minha vida.
No Facebook postei algumas fotos de menino, aproveitando o Dia das Crianças.
É pena que muitas crianças no Brasil não tiveram as mesmas oportunidades que nós, por isso hoje trabalho para mudar um pouco esta realidade.
Abraços.
Reunidos em família recepcionamos o nosso tio, Bila, que há muito não aparecia para nos presentear com seu carisma e exemplo de gente do bem. Bastou alguns risos largos para logo nos pegar cantando. A alegria tomava conta dos nossos encontros e regados a uma boa cachaça fazíamos coros com reminiscências da MPB. Relembrei algumas canções que meu pai gostava de cantar com sua voz marcante e tive a felicidade de pedir a nossa mãe que cantasse essa bela canção, no qual lembrava de quanto ela interpretava com primor. Foi um momento lindo, pois em coro cantávamos as partes mais marcantes e quando minha mãe se calou, houve uma sinergia tamanha que o nosso tio não deixou por menos, repetindo novamente esse hino a saudade de uma infância de outrora. Em capela a melodia mostrava sua força e a letra expunha toda a sensibilidade do compositor. Com lágrimas de emoção rolando seguimos na cantoria por toda uma tarde-noite, cheios de sentimentos a flor da pele e tendo a sensação de que ainda somos felizes… e sabemos.
Algumas coisas são encadeadas.
O frio me faz lembrar chocolate quente. O chocolate me leva pra casa da minha avó, que fazia o melhor chocolate do mundo.
Na casa da minha avó, estou na infância.
E na fazenda, brincava o dia inteirinho com meus irmãos.
A comida dela era a mais gostosa.
Como era bom aquele tempo… subir em árvores, mergulhar no rio, brincar de jogar bola e escutar as histórias de minha avó.
Quando trovejava, corríamos todos pra cama dela.
Logo cedinho o despertar era com o canto do galo.
“Por que que a gente cresce, se não sai da mente esta lembrança?”
Grande Ataulfo!
Que delicia lembrar da infância onde tantas coisas foram vividas.
Pescar com meus amigos, andar de trem pelas praias de Mangaratiba, andar de bicicleta na pracinha do coreto, brincar de bonecas.
Lembro do dia em que ganhei minha bicicleta, andei tanto com ela que no final do dia estava com uma dor de cabeça super forte, mas valeu a pena.
Acordei cedo e fiquei esperando muito ansiosa a chegada do meu pai com a minha bicicleta e do meu irmão, a minha era azul e a do meu irmão marrom da marca pimoneta.
Lembro da linda boneca que meu pai trouxe de presente quando foi a Buenos Aires, ela cantava e falava e até hoje lembro da musiquinha…”un marinerito me tiro un papel haber si quería casarme con él”….. e assim volto à minha infância que tanto guardo com muitas saudades.
Brinquei de boneca por muito tempo e como foi gostoso.
Gostava muito de bolinha de gude e soltar pipa, que delicia.
Aquela brincadeira com o elástico também era uma das minhas preferidas.
Belíssima música de Ataulfo Alves que retrata a infância, momento mágico, e que o blog analisa como homenagem ao dia das crianças.
Essa música me lembrou de outra que gosto muito, Teco-teco, cantada por Gal Costa.
É triste ver que hoje em dia as crianças não curtem aquelas brincadeiras de nosso tempo, estão voltadas somente para a tecnologia e deixam de desfrutar a natureza e o contato com amiguinhos.
Saudades da infância querida.
Tenho muitas saudades da minha infancia… acho que as crianças hoje tem muita tecnologia a disposição, mas isso acaba que tirando toda a criatividade, como na nossa época, o que também contribui para viverem fechadas, estimulando a obesidade e também a solidão, sem contar que hoje as crianças vivem com medo de ir para as ruas.
Foi o tempo de brincar com os amigos por toda parte, sem medo de violência.
A única vantagem que vejo é que as crianças de hoje aprendem desde cedo a lidar com computadores portáteis, o que será útil na faculdade e para o desempenho de suas profissões.
Infância em colégio interno , mas aprendi muita coisa.
Hoje em dia é tudo diferente.
Vai visitar um recém nascido na maternidade? Leve de presente, computador, celular, mp3, TV de plasma.
Assim é hoje em dia, tudo mudou muito.
É a tecnologia a frente do sentimento, infelizmente.
No DVD de Benito de Paula há várias homenagens a esse grande compositor da MPB. Tem uma música, no vasto repertório de Ataulfo Alves, que traduz toda a essência do poeta: Calado Venci. Confirmando o que diz Jobim e Vinícius: …assim como o poeta só é grande se sofrer… Há quinze anos um amigo deixou o bom emprego na capital e montou um pequeno comércio no interior, e quando perguntavam a ele o motivo, logo dizia orgulhoso: dei uma chance de meus meninos serem crianças de verdade. Hoje na capital, responde o motivo da volta: não posso roubar dos meus filhos o direito a uma boa educação. Mantém planos de retorno, pois se diz viciado nos bate papos nos fins de tarde, sentados em cadeiras de balanço, bem posicionadas na calçada e fazendo parte do cenário da vida do povo do interior. Completa, com entusiasmo, dizendo que não tem preço ao acordar com o canto do galo, sentir a casa invadida pelo cheiro do pão fresco e receber o leite ainda morno, recém ordenhado. Andar pela feira livre e curtir seus cheiros, sons e cores. Ir ao açude pescar e de poder encontrar todo mundo na missa de domingo. Como diz o poeta Jussier Quirino: isso é cagado e cuspido coisa do interior.
Toda criança deveria ser muito desejada e muito amada.
Toda criança deveria ter uma casa cheia de felicidade a lhe esperar, depois de suas jornadas.
Toda criança deveria ter ao seu lado adultos cúmplices em suas aventuras e responsáveis em suas atitudes.
Toda criança deveria ser tida como preciosidade, pois é isso mesmo o que são…
Linda homenagem!
Parabéns!
(E apesar do atraso: Parabéns pelo Dia dos Professores: Professor Cavalcanti!)
E eu ia já me esquecendo:
Que foto linda! Quem não gostaria de estar tomando um banho com essas crianças?
Gisele, obrigado pela homenagem ao Dia dos Professores.
Parabéns pra você também, que já enveredou por uma sala de aula.
Sonho com o dia em que nossa sociedade descobrirá o verdadeiro valor daqueles que iluminam e dão asas à imaginação do educando.
Acho que algum dia este serviço será pago com moedas de ouro.
Quanto à escolha da foto, acho que peguei esta preciosidade no “Aqui Dentro”.
Reconheço que é linda mesmo e é muito inspiradora. Somos levado pela mão para nossos primeiros anos de vida.
“Nem sei pra que a gente cresce se não sai da mente esta lembrança…”
Este verso já diz tudo, não?
Obrigado!