Dominguinhos
DE VOLTA PRO ACONCHEGO
Elba Ramalho canta Dominguinhos
Estou de volta pro meu aconchego Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero Um abraço para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom poder estar contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.
É duro ficar sem você vez em quando,
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim.
Aos oito anos, Dominguinhos já encantava.
Numa saída de hotel, tocava à porta, quando passava por ali o Gonzagão.
Creio que ele não estava ali à toa, queria sim impressionar, e conseguiu.
Gonzagão o convidou para morar em Nilópolis, no Rio de Janeiro.
O convite foi aceito. O menino levou com ele o pai e o irmão.
O Rei do Baião deu de presente a ele uma sanfona nova, e o pequeno Domingos passou a acompanhar a banda do Luís.
Depois de muita experiência na estrada, viu que era hora de buscar seu caminho solo.
Muito sucesso esperava por ele.
Dominguinhos gravou muitos discos, dividiu o palco com famosos e exibiu ao mundo seu talento.
Esta música, na inconfundível voz de Elba Ramalho, é uma das suas marcas.
DE VOLTA PRO ACONCHEGO
Acho esta música emblemática para fazer minha homenagem a Dominguinhos, principalmente por causa da interpretação belíssima de Elba Ramalho.
Embora a amada ou o lar sejam sempre o melhor aconchego, quero entender também que este querido sanfoneiro nordestino voltou ao colo de Deus – o aconchego que todos querem ter, o descansar eterno.
Voltando à música, o tema foca os braços da mulher.
Quando regressamos de nossas viagens, aventuras e vivências, carregamos conosco um montão de imagens saudosas, não só registradas pela lente da máquina, mas também na mente e transbordante coração.
Neste retorno, nos damos conta que nada lá fora é melhor e mais gostoso do que a companhia querida de quem amamos, aquela que tem alegria, brilho no olhar e um sorriso gostoso de boas-vindas.
É certo que um banho renova nossas energias, mas nada com um abraço apertado para aliviar os muitos momentos de distância, de carência e solidão.
Estar com os corpos colados, roçando, beijando e trocando energias é uma delícia.
A mulher, com sua beleza e luz de estrela, está sempre a nos envolver e a nos fascinar.
Sem ela, somos pura carência, como se faltasse algo no nosso próprio ser: “um pedaço de mim”.
A hora de regressar é a mais prazerosa, pois sabemos o que nos espera: alegria e felicidade – “felicidade sem fim”.
Estar com nossa amada é realmente estar nos braços da alegria e da paz.
Dominguinhos foi uma espécie de “filho musical” de Luiz Gonzaga. Com o Rei do Baião e outros artistas, tais como: Chico Buarque, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Nando Cordel, Anastácia, Fagner, Fausto Nilo e Abel Silva, fez parcerias, colaborando na elaboração de muitos sucessos: “Eu só quero um xodó”, “De volta pro aconchego”, “Gostoso demais”, “Isso aqui tá bom demais”, “Pedras que cantam”, “Quem me levará sou eu”, “Abri a porta”, “Tenho sede”, “Lamento sertanejo”, “Quando chega o verão”, “Tantas palavras” e por aí vai.
Grande perda para a MPB. Dominguinhos era um artista completo.
Essa música e letra é uma parceria com o cantor e compositor pernambucano, Nando Cordel, e bem retrata o início do retorno dos nordestino para sua terra natal. Com a globalização, quem é bom, faz sucesso em qualquer parte. Bem diferente da época em que as coisas só aconteciam no eixo Rio- São Paulo. A poesia enaltece a boa acolhida do povo do Nordeste, “…um sorriso sincero, um abraço…” Seu último trabalho de gravação de voz foi para o CD, Forró de Verdade e Pra Valer, do cantor e compositor potiguar, Galvão Filho, que faz duetos com várias estrelas da MPB, entre elas: Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Nando Cordel, Santana, Chico César, Xangai, Dorgival Dantas. Dominguinhos deu continuidade ao sucesso que Luís Gonzaga promoveu ao forró. Hoje o herdeiro natural é o cantor Alcimar Monteiro, porém nos resta a apreensão de um sucessor. Resta torcer para que nomes como Santana e Dorgival Dantas se mantenham fiéis a genuína música nordestina. Viva Dominguinhos!!!!!
Assim como a música Fanatismo, analisada anteriormente pelo blog, esta música também faz parte do meu repertório de mp3 para curtir no carro.
Esta música belíssima fica mais encantadora na voz suave de Elba Ramalho.
Uma declaração de amor de causar inveja a qualquer um.
Que inspiração e sensibilidade para compor esta letra.
Gostoso lembrar também da música, Eu só quero um xodó, costumava ouvir bastante quando ia para o colégio de Mangaratiba até Itaguaí/RJ.
Acho que esta letra além de expressar o amor para com a mulher amada, pode expressar o amor de uma mãe com seu filho, o reencontro com o seu pequenino também causaria tanto amor.
Belíssima interpretação. Parabéns.
Linda homenagem a essa grande figura, que foi o músico Dominguinhos…Autor de muitas obras fantásticas da MPB, e por isso uma grande expressão de musicalidade, que o nosso país já teve.
Espero que ele tenha encontrado a Paz e o repouso merecido, mas que certamente está alegrando aos céus com sua presença de grande iluminação.
Tive a oportunidade conhecer sua família, mas infelizmente não o conheci. Mas meu coração expressa sua presença sempre, e que seja eterna essa presença….continuo ouvindo-o sempre!!
Parabéns Jose pela deliciosa leitura!
Abçs fraternos!!!
Se o Gonzagão foi o rei da sanfona, certamente que Dominguinhos foi o príncipe.
Tocava como ninguém e muito aprendeu com o velho mestre, que o tomou desde menino para fazer parte do seu grupo.
O forró ficou empobrecido ainda mais com a falta de mais esta grande figura também pernambucana.
Gosto muito da música EU SÓ QUERO UM XODÓ.
Por causa do forró, a sanfona ficou vinculada aos costumes e tradições nordestinas.
Dominguinhos foi fiel a estas origens, elevando mais ainda o prestígio deste instrumento musical entre os grandes destaques do mundo da música.
Foram muitas as homenagens a este grande sanfoneiro, autor e cantador… parabéns por esta do Bollog.
Falar de Dominguinhos com um pouco de precisão nos comentários é necessário saber contemplar o luau de sítio, beber água de cacimba, dançar em chão de terra batida e apreciar o toque da zabumba, do triângulo e do pandeiro. Respeitar a dor e a alegria do povo sertanejo, cheio de fé e esperança num amanhã melhor. Se manter firme na fé e crente no amor de verdade, mas, acima de tudo, defender com unhas e dentes as suas origens. Viva Dominguinhos!!!!
Dominguinho foi e sempre será o melhor sanfoneiro do mundo, era dele o toque da sanfona chorona, zangada, apaixonada.
Ele simplesmente harmonizava quem o acompanhava e assim se beneficiava do talento nato daquele que sempre teve o som das gaitas de seu instrumento como base de seu trabalho.
Viva o saudoso Domingão!
Elis cantou muito ele foi e será um excelente compositor… não é a toa que a danada cantava musicas dele…..tinha bom repertório e bom gosto……
Dez grandes canções de Dominguinhos
Dominguinhos aprendeu com Luiz Gonzaga. E o sanfoneiro honrou o mestre e foi além do baião, colecionando parcerias, sucessos e muitas histórias. Relembre algumas das belas canções de Dominguinhos, que morreu nesta terça, 23 de julho, aos 72 anos. Saiba mais aqui e leia a repercussão aqui .