Xadrez – Ajedrez – Chess
CRITÉRIO DE JOGO
Chegávamos sempre animados ao Turco Gordo, a sanduicharia mais corintiana de São José dos Campos.
Em dias de jogos do timão, ele recebia os mais fanáticos dos torcedores, todos vestidos com as cores do clube.
Na entrada do local, tínhamos a recepção sempre cordial do James, o proprietário da aprazível casa, que nos deixava praticar regularmente nosso xadrez, às terças-feiras noturnas.
Depois do juntar de mesas, tratávamos de arrumar o palco de batalhas, dispondo as peças em suas devidas posições, não esquecendo o preceito de manter a casa branca à direita do tabuleiro.
Os amigos, profissionais de várias áreas, iam chegando para a calorosa disputa, regulada pelo tempo, na cadência de 5 minutos para cada parceiro.
As peças bem trabalhadas, o relógio digital e o ritmo frenético dos lances eram uma atração à parte para clientes curiosos, principalmente aqueles que ficavam mais próximos.
Nossas mulheres já sabiam que ali nos esquecíamos do tempo, e os celulares pareciam estar sempre fora de área pelo não atendimento. Ali o trebelho reinava absolutamente.
Alguns confrontos eram rápidos. Até mesmos os mais experimentados tinham que tomar cuidado para não cair em alguma miniatura (partida concluída em poucos lances).
O mais gostoso é que todos se divertiam: os envolvidos na batalha e também os que aguardavam ansiosos por uma oportunidade.
Tínhamos o hábito de pedir bebidas, petiscos e lanches durante os jogos, o que tornava aquele dia da semana algo muito especial e aguardado por todos.
No calor da disputa, premido pelo tempo e sendo alvo de muitos olhares, ninguém queria fazer feio, por isso ficava focado 100%, não tendo tempo para beber ou petiscar. Os que estavam de fora davam pitacos, comiam e davam boas gargalhadas.
Eram sempre assim nossas noites enxadrísticas
No final de uma das brincadeiras, fomos interpelados por um curioso:
– Puxa, o carinha joga muito, ninguém consegue tirá-lo da mesa!
Dei uma gargalhada e respondi de imediato, contestando aquela falsa impressão:
– Ledo engano, meu amigo, ele é o que menos joga. O critério de permanecer à mesa jogando se aplica para o perdedor, porque, para nós, é visto como castigo, até o jogador conseguir vencer seu próximo adversário. Enquanto isso, os vencedores se aproveitam de tudo o que está sendo servido, para desespero do perdedor, que irá rachar a despesa de igual maneira.
O cliente deu uma boa gargalhada e retornou ao seu lugar.
Percebi que ele havia repassado a informação, e todos de sua mesa caíram na risada.
Quer melhor maneira de aproveitar o tempo de lazer?
Postei fotos do Central Park para ilustrar este conto, com o propósito de remeter os leitores do Bollog a um filme memorável.
Acho que muitos irão se lembrar da cena do filme LANCES INOCENTES, que narra o dilema de um pai tendo que se decidir entre reconduzir seu filho para uma vida “normal” ou permitir que ele substitua o ídolo americano Bobby Fischer.
Para os fãs do Xadrez, este filme é um dos favoritos.
O garoto, Josh, aparece, aos treze ou catorze anos, roendo as unhas, enquanto celebra uma sessão de partidas simultâneas no Manhattan Chess Club (onde jogava Capablanca).
Após isto, segue uma entrevista descontraída no Central Park.
Lá o garoto joga com o enorme enxadrista negro Vinnie. Tal cena é comum na vida real, repetindo-se no famoso parque nova-iorquino.
Recomendo o filme para quem ainda não viu.
Outros bons filmes do gênero:
O Sétimo Selo – O Último Lance – Fresh, Inocência Perdida – Face a Face com o Inimigo – Um Bom Ano – Os Cavaleiros do Bronx e muitos outros.
Conheci o Cavalcanti há duas décadas, logo que ele se transferiu de Natal para São José dos Campos.
O Xadrez foi o que nos aproximou, época em que eu realizava eventos enxadrísticos para as crianças no Tênis Clube. A partir de então, ele também passou a colaborador, trazendo junto com ele suas filhas para jogar nos torneios.
De lá para cá, muita água já rolou. Seguimos amigos e jogando nossas partidas, na minha casa ou na Faculdade de Odontologia. Disputamos partidas rápidas ou relâmpago (blitz para outros), que é o que mais gosto. Nosso placar é sempre muito equilibrado, por isso é que a disputa promete nunca acabar.
Gostei muito da história porque também é uma maneira de divulgarmos este apaixonante jogo, que é mais que arte.
Tenho em minha casa um placar com minhas disputas individuais com o meu amigo Cavalcanti. O gráfico aponta que obteve o maior número de vitórias até o momento, desde o primeiro torneio que nos vimos frente a frente no tabuleiro.
Ainda travamos ferrenhas batalhas em minha casa, o que faz movimentar as sextas-feiras noturnas, juntamente com outros amigos de Jacareí.
Uma felicidade participar do seu trabalho de escritor.
Grande abraço pra você.
Esse tipo de lazer deveria estar em mais destaque em diversos lugares, pois e um otimo lugar para fazermos verdadeiras amizades e tambem nao deixa de ser um excelente divertimento nos dias agitados de hoje.
Sei o quanto o escritor é apaixonado pelo xadrez, já o conheci assim, amante do tabuleiro com suas belas peças.
Compartilhei com ele várias vitórias em torneios.
Apoio sempre seus encontros com os amigos para disfrutar disso que tanto ama desde menino.
Fico em silêncio quando chego na sala do computador e sei que está em mais uma de suas partidas virtuais, nem pensar em interromper…ai,ai,ai, pois poderá perder uma disputa em fração de segundos.
Da sala já escuto a musiquinha inicial do site que utiliza para jogar e de lá digo, vai jogar xadrez.
Um jogo de paciência, raciocínio e que une muito as pessoas.
Linda homenagem no dia do seu aniversário para esse companheiro de tantos anos e que você tanto ama: o xadrez!
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Dia mundial do livro.
Dia dos direitos do autor.
Dia de São Jorge.
Dia do Zeca.
É normal que no “dia nosso” querermos nos cercar de coisas boas e nada mais gratificante do que uma bem disputada partida de xadrez.
Acho que esse texto veio da inspiração de duas de suas tantas paixões: escrita e xadrez. Sim, muitas paixões, pois até posso enumerar algumas: futebol, fotografia, relógios, leitura, ser pai, ser avô….
Ao ler o texto recordei do livro Danças dos Cavalos, no qual o autor entra numa verdadeira viagem no tempo e projeta nos seus escritos os maiores mestres mundial de xadrez.
Viva o livro!!!!
Viva os autores!!!
Salve Jorge!!!!!!!
Parabéns, Zeca!!!!!!!!!
Acho o ping-pong (blitz) muito legal e divertido.
Quando se está aprendendo as técnicas do jogo, pode prejudicar, pois você nunca se acostuma a pensar mais profundo, cometendo muitos erros com lances imprecisos.
Quando já domina os conceitos e técnicas, o blitz ajuda a pensar rápido e treinar algumas aberturas. Nisso ele pode ser muito útil.
Para juntar os amigos e dar boas risadas é ótimo.
Esse “critério de jogo” (muito interessante) ainda não conhecia. kkkk
Sorte de alguns que encontram parceiros para curtir bons momentos de xadrez rápido. Algumas cidades pequenas, nem pensar encontrar um jogador para fazer uns pegas individuais.
Ainda bem que na internet há muitos sites, assim matamos a vontade.
Antigamente era terrível.
É realmente um privilégio dispor de muitos amigos com esta mesma paixão.
Já participei desses encontros… desde a década de 70 em minha cidade natal, Jales, e até recentemente em São José dos Campos, num encontro de amigos do JOSÉ RENATO BRAGA VIEIRA, meu antigo colega enxadrístico postal, que nunca tinha conhecido pessoalmente desde o início da década de 80, quando jogávamos xadrez postal pelo CXEB – Clube de Xadrez Epistolar Brasileiro.
Posteriormente, o Nelson Lopes da Silva, secretario deste clube postal, reunia algumas pessoas de sampa, compondo o time da capital contra os postalistas do interior em alguma cidade qualquer escolhida previamente.
Estes encontros eram muito bons, as pessoas se conheciam ao vivo finalmente, pois antes só se encontravam nas partidas por correspondência que duravam anos pra terminar. Isso antes da era da Internet, que infelizmente exterminou com tudo isso, reduzindo bastante, quase extinguindo o CXEB.
Ontem mesmo aqui em Jacarei nos reunimos em 3 adversários: eu, o Dr. Fuad Mogames e o José Maria Cavalcanti, num encontro enxadrístico que promete se repetir por muitas vezes mais.
Não podemos deixar morrer este legado e temos que transmitir para as próximas gerações este fino prazer de jogar xadrez num grupo de amigos, tarefa e missão que me comprometo fazer no meu oficio profissional de professor de xadrez escolar, que estou desempenhando agora em minha nova cidade, Jacareí.
Obrigado, meu amigo, você é muito bem-vindo entre nós aqui no Vale do Paraíba.
Cheguei em São José dos Campos há 25 anos e, desde aquela época, procuro difundir este esporte da mente, que funciona para mim como um agregador de amigos.
Assim como Jacareí, São José dos Campos, Taubaté e outras cidades próximas possuem muitos jogadores de ótimo nível.
Depois de algumas partidas, percebi o porquê de você ser chamado de “professor”. Soube do seu emprenho de ensinar Xadrez para crianças e jovens, com o firme compromisso de formar novas gerações.
Além de jogar muito bem, você tem muito a nos ensinar.
Grande abraço e volte sempre!
Aproveito para divulgar seu trabalho.
Kucalegal – Malhação Cerebral:
https://sites.google.com/site/malhacaocerebralkucalegal/
Bumerangue de Papel
http://www.bumedepapel.blogspot.com
Quando fui a New York e à Rússia, não joguei Xadrez, o que seria bem natural.
Matei a vontade quando fui a Colônia, na Alemanha.
Diante da Catedral, com milhares de turistas por toda parte, havia um jogador que concedia o privilégio de jogar contra ele, mediante a módica quantia de 5 euros.
Depois de uma luta muito difícil e ainda apertado pelo tempo, faturei o jogador alemão, para minha alegria.
Ele quis devolver o dinheiro, mas recusei, pois ele ganhava a vida fazendo aquilo.
Da mesma forma, apresento o vídeo abaixo, demonstrando a atuação dos jogadores de parques que, na sua maioria, jogam por dinheiro.
Eles são muito bons e praticam o dia inteiro.
É muito interessante vê-los em ação.
Esta modalidade é eletrizante!
O texto me remete ao ano de 1980, tempo que eu costumava ir com os amigos à cidade de Redenção da Serra, pertinho de Taubaté/SP. O local era bem bom para pegar um peixão à beira da represa.
Assim como na sua reunião de amigos para jogar xadrez, fazíamos algo parecido na pescaria, tirando uma casquinha dos mais novos.
Na chegada ao local de nossa estada de final de semana, escutávamos sempre a ordem dada pelo pescador mais velho: o Luiz.
– Ninguém entra! Vou verificar o estado e as condições por aqui, afastar animais peçonhentos (cobras) ou outros transmissores de doenças (capivara, que é hospedeira do perigoso carrapato-estrela).
Depois da vistoria, vinha a segunda ordem:
– Tudo limpo, mãos à obra!
Todos entravam ansiosos com suas mochilas e material de pesca.
Aos marinheiros de primeira viagem cabia a cozinha, a arrumação e a limpeza do ambiente.
Tudo pronto, era hora de entrar no saveiro (embarcação).
Quem errasse o arremesso era obrigado a treinar fora da embarcação estaiada, indo para bem longe para não afastar os peixes.
Os que não sabiam dar o laço na linha do anzol era dada a tarefa de amarrar para todo mundo os seus anzóis e, de quebra, teria também que iscá-los.
Havia outras obrigações, tais como: limpar os peixes, aprontar o almoço e o jantar.
Caso passasse nos testes, podia levar para casa algum exemplar de presente.
Esta espécie de “batismo” dos iniciados não era muito animadora, mas fazia parte da brincadeira e, principalmente, do aprendizado. Afinal cada um ali já havia passado, algum dia, por todos os testes também.
Hoje, ao olhar o mesmo lago, fico sentado na cadeira só admirando e percebendo que aquelas águas, os peixes e a beleza do local exercem apenas o poder de aproximar as pessoas com a mãe natureza. Para mim, retirar o peixe daquela água já não tem a mesma importância.
Lembrei de um episódio ocorrido em Buenos Aires.
Estávamos passeando na Praça Rivadavia quando de repente vimos algumas pessoas jogando xadrez.
Cavalcanti, como amante desse esporte, logo se aproximou e ficou doido para jogar.
Após analisar a partida que estava acontecendo, ele gentilmente perguntou se poderia jogar e logo obteve um sim.
O adversário que ele iria enfrentar percebeu que iria jogar com um brasileiro.
Como é de costume, ao final de cada partida um dos jogadores sai para dar lugar a outro, e nesse dia não foi diferente. Quando a partida terminou, uma pessoa se aproximou e perguntou se poderia jogar. Para nossa surpresa, vimos uma cena que sempre será lembrada, o jogador Argentino rapidamente disse: “- Este é meu convidado brasileiro e ele irá jogar até quando quiser”.
Para quem sempre acha que existe a rixa entre Brasil e Argentina, aqui ficou um exemplo de que isso nem sempre é verdade.
Aprendi a jogar xadrez na minha turma do Bairro Candelária, Natal/RN. Tanto eu, Ronald, Evaldo, Enilton e George jogávamos nos finais de semana. Era necessário esse controle, pois de outro modo não largaríamos o tabuleiro. Lembro que nos dedicávamos aos estudos para ter notas altas e ficar livres no último bimestre, e assim, podermos desfrutar das mais diversas modalidades esportivas que praticávamos. Teve uma vez que resolvemos promover um torneio entre amigos e tive a felicidade de ficar em terceiro lugar, pois participaram trinta bons jogadores. O que me afasta da prática do xadrez são duas coisas: adversário e tempo. Quando tenho tempo não encontro adversário e quando aparece alguém disposto a jogar o meu tempo é escasso. Fico então esperando a sorte de coincidir as duas oportunidades. Certa vez estava deitado na varanda da minha casa quando apareceu uma pessoa pedindo uma informação e quando visualizou o xadrez montado em meu jardim ficou animado para jogar.Foi um domingo de muita diversão, pois desfrutamos do jogo pelo dia todo. O paraibano Andrade só teve problemas para explicar aos seus familiares a sua ausência na festividade que motivou o aluguel da casa de praia em que estavam. Possuo cinco jogos completos desse jogo e todos foram presentes de meu irmão, Zeca, que sempre me incentivou na prática do xadrez.
O jogo mais longo
O jogo o mais longo de xadrez de todos os tempos jogados por jogadores top do ranking teve 269 movimentos de Ivan Nikolic e Goran Arsovic em Belgrado em 1989. Durou mais de 20 horas, e resultou em um empate.
Bom dia.