Nossa Língua
PALAVRAS DE ORIGEM LATINA
Por acreditar que a sede de nossas emoções e até de nossa inteligência fosse o coração, os nossos antepassados criaram vários termos que nos fazer deduzir isto.
Por exemplo:
CORDIAL – palavra que vem do Latim “cordialis”, coisa relativa ao coração, por isso é que se diz:
Pessoa cordial – pessoa afável, sincero (que faz tudo com o que manda o coração).
CONCORDAR – do Latim “concordare”, isto é, estar de acordo, com os corações em entendimento.
Concordei com ele, isto é, alinhei meu coração ao dele.
DISCORDAR – do Latim “discordare”, que significa separação de corações.
Discordei dele significa que meu coração está em posição contrária em relação ao outro.
ACORDAR – do Latim “accordare”: com os corações em comum sentimento.
Nosso acordo é pra vida toda – nosso pacto, nosso sentimento.
RECORDAR – do Latim “recordare” significa trazer de novo ao coração (tenho que lembrar que eles achavam também que o coração era a sede das lembranças ou memórias).
Recordei-me da infância – trouxe ou resgatou as memórias dos primeiros anos de vida.
Observação: na Língua Inglesa e na Língua Francesa, vemos também essa influência:
Veja os exemplos respectivos:
By heart (de coração) – significa DE COR; e
Par coeur (de coração) – significa DE COR.
VERBO PERDOAR
É interessante também o que ocorre com o verbo PERDOAR – do Latim “perdonare”, isto é, PER – para e DONARE – dar.
Na Língua Inglesa ficou assim: FORGIVE (FOR – para e GIVE – dar);
Na Língua Espanhola ficou: PERDONAR (PER – para e DONAR – dar); e
Na Língua Francesa, PARDONNER (PAR – para e DONNER – dar).
Tiramos a conclusão que o ato de PERDOAR é algo que se oferece gratuitamente, isto é, um presente do ofendido ao ofensor.
PERDÃO = PRESENTE
“…Ai meu coração que não entende o compasso de meu pensamento. Se o pensamento foge dela, o coração a busca aflito…” – Conflito – Raimundo Fagner.
Alguns ensinamentos ficam enraizados na gente e demoram muito para serem substituídos. Desde quando me falaram que a sandália emborcada agourava a nossa mãe, me vejo desemborcando todas que encontro pelo caminho. Por isso, acho que vou morrer me expressando de que o cérebro remete a razão e o coração a emoção. Acho que ficaria estranho ver a imagem do cérebro na mensagem de feliz dia das mães.
Perdoar = “presente” do ofendido ao ofensor… e a gente termina tirando um peso da mente. Aprendemos também que não vale a pena guardar rancor, já que sentimentos negativos são como ácido que queima.
Meu coração
não sei porque
bate feliz
quando te ver… – Carinhoso – Pixinguinha.
O comando está no coração, prova disso é que há morte cerebral. Como órgão vital, o coração virou a expressão máxima do amor incontido. Lembro que o primeiro presente de namoro foi um chaveiro de um coração dividido em duas partes que se encaixavam ao se unir com o outro que ficou com a namorada. A bijuteria não resistiu ao primeiro banho de mar, mas ficou a mensagem simbólica das almas gêmeas unidas pela paixão.