Boneca de Pano Musical
PROVA DE AMIZADE
A pequena Aline estava muito preocupada, movida por uma ansiedade incontrolável. Buscava uma solução para aquilo que passou a roubar sua alegria naqueles dias da véspera do Natal.
Seu maior desejo seria dar um presente especial para sua amiga Talita na noite da ceia, mas não sabia para quem pedir, pois sua vida sempre fora de um ou de nenhum presente nas datas festivas.
Aline, que não ligava muito para presentes, queria tornar mais alegre a vida da amiguinha e gostaria de dar aquilo que o pai da Talita havia prometido: uma boneca de pano. Também por isso a amiga estava muito sentida e mais empobrecida, afinal havia perdido o pai dela, seu maior tesouro. Ela iria passar o primeiro final de ano sem ele.
Na vila dos mineradores, todos se conheciam. Talita era uma amiga muito especial. Mais ainda depois daquele acidente terrível. O pai dela não conseguira sair a tempo do soterramento que se seguiu após uma grande explosão, ficando preso com outros trabalhadores entre as pedras das galerias mais subterrâneas da Mineradora Eldorado.
O que tornaria aquele Natal diferente na pobre vila era que estariam mais tristes com as perdas sofridas.
Ali todos eram iguais nas poucas posses.
O pai de Aline continuava trabalhando muito nas minas e sua mãe vivia atarefada na cozinha, preparando os doces para a venda de porta em porta.
Mesmo que os pais não pudessem dar brinquedos de lojas, as duas amiguinhas sempre inventavam uma diversão. Brincavam juntas de passa a pedra, de amarelinha e viviam num mundo de faz de conta.
Mas o tempo corria, e Aline se viu sem saída. Naquela última noite, sabendo que tinha pouco tempo, resolveu se ajoelhar para elevar uma oração a Deus. Pediu para que Ele desse para a amiguinha uma boneca de pano, igual a que Talita vira pela vitrine da loja.
Terminou sua petição e foi dormir.
Lá pelas tantas, sentiu que alguém tocava uma espécie de sininho.
Ela foi despertada por aquele soar musical diferente.
Ao abrir os olhos, viu diante dela um bom velhinho. Mais parecia um alquimista, com longas barbas brancas e um chapéu engraçado. Seu olhar era doce e estava sorridente.
– Aline – pronunciou seu nome!
– Tudo que você quiser, posso te dar.
E, num passe de mágica, apontou sua varinha para as pedrinhas que com elas jogavam de passa a pedra. Logo as pedrinhas se transformaram em ouro.
– Viu, é só pedir!
Mesmo admirada com aquela espécie de mágica, Aline suplicou:
– Senhor, eu queria apenas uma boneca de pano para minha amiguinha!
O mago deu uma risada gostosa, admirado com o coração bondoso e sem ganância da menina.
– Seu pedido é uma ordem!
E após um pirlimpimpim, surgiu uma linda boneca de pano, que também era musical.
Aline deu tantos pulos de alegria e ficou tão contente que não se deu conta do sumiço do bom velhinho.
E ela voltou a dormir, abraçada ao presente da amiga.
No dia seguinte, acordou pensando ter se tratado de apenas um sonho, mas foi surpreendida pela presença da linda boneca ao seu lado. Toda contente, procurou a mãe para falar do seu sonho e pedir a ela um papel de presente para envolver a boneca.
Observou que a casa estava em festa. Sua mãe havia se deparado logo cedo com as pedrinhas de ouro e foi logo mostrando ao marido que, sem se preocupar de onde haviam surgido, começou a comemorar a sorte grande. Com a venda das pedras, sabia que muita coisa poderia fazer para dar um futuro melhor para a família.
E a noite da ceia foi a mais especial de todas. Tudo que foi possível comprar na padaria estava à mesa: leitoa assada, panetone, queijos e bebidas. Muitos mimos foram comprados, e as convidadas de honra para aquela ceia especial chegaram: Talita e sua mãe.
Depois do jantar, era a hora da troca de presentes.
Aline estava ansiosa para dar seu presente a Talita, mas foi surpreendida pela amiguinha que ofereceu para ela algo que trazia nas mãos. Aline não esperava nada e ficou contentíssima ao receber a mais linda boneca de pano, igualzinha a da loja do seu Manoel.
Talita também recebeu a sua, e ambas ficaram felicíssimas com os presentes trocados.
Talita confidenciou também para Aline o sonho que teve com um senhor de longas barbas brancas, o qual satisfez o desejo de ter aquela boneca da loja, que era uma promessa de seu pai, para dar de presente para sua melhor amiga.
Autor José Maria Cavalcanti
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Vídeo lindo – Boneca de pano musical
Que lindo, mesmo em meio a tantas dificuldades e até diante de uma perda tão grande, os laços da amizade das duas pequeninas permaneceram firmes.
Esse é o tempero da vida: o amor e a amizade que sentimos por outra pessoa são laços eternos.
Linda história!
Tudo posso naquele que me fortalece. Esse conto enaltece a crença e promove o ditado de que é dando que se recebe. Os esforços dos pais para atender os filhos, em momentos especiais, eram direcionados para a imagem do bom velhinho que atendia a seus pedidos se elas fossem bem comportadas e estudiosas. Nessa ilusão, as crianças passavam o ano todo aguardando sua recompensa de terem tido comportamento exemplar. Viva o bom velhinho! Viva Papai Noel! E que nesse natal não esqueçamos de convidar o Aniversariante para a festa Dele em nossa casa. Viva Jesus!
Um desejo quando sincero e intenso, somos capazes de mover montanhas até conseguir.
O ato de amor e doação aumentam muito nesta época do ano.
Demonstração de carinho, mesas repletas de guloseimas, famílias reunidas, caridades refletidas por asilos, creches, orfanatos, albergues e tantas outras coisas que deixam claro o calor do Natal.
A presença do bom velhinho barbudo que chegará em seu trenó todo reluzente.
Ah! Fez-me lembrar da Rena do Nariz vermelho que passava todo ano na TV.
Que gostoso aquilo. A fantasia na memória de quando somos crianças e de que realmente Papai Noel existe.
Tudo fica mágico, as dores se sessam, as magoas de apagam, a oportunidade de demonstrarmos amor se aquece.
Este é o espírito natalino e esta linda história das menininhas que se amavam tanto. A necessidade de fazer a alegria uma da outra, também existe.
Mas desejo que esta sintonia, esta magia do Natal possam nos contagiar e quebrar nossa correria, nossa rotina, nosso querer e querer pelas coisas externas.
Veja bem, não é um erro vivermos no querer e conseguir, a rotina que nos engole, sim pois faço parte deste cenário também.
Mas este espírito natalino nos faz repensar, parar e sair de dentro desta bolha que construímos a nós mesmo.
O bom velhinho está a caminho, e o aniversariante como disse bem nosso amigo João Cavalcanti, está presente.
Dois personagens chave para esta data.
O bom velhinho passa na noite de Natal e deixa sua magia e seus presentes.
O Grande aniversariante se faz presente o ano todo.
Então que recorramos a Ele com uma frequência maior e deixemos seu ensinamento refletir em cada pensamento, em cada gesto humanitário.
Quem é seu próximo? É aquele que está perto de você!
Então desejo a meu próximo, um Natal como o das bonequinhas. Cheio de amor puro e sincero.
Não se precisa muito, os esforços não são tão exigidos quando eu posso ser solidária dia a dia a quem está a meu lado. O sorriso já é capaz de quebrar muitas tristezas.
Um Feliz Natal a todos vocês aqui presente.
Parabéns Jesus por mais uma data festiva.
Obs:. A bonequinha postada eu conheço hein Cavalcanti! Que fofo de sua parte.
Minha irmã Márcia que fez. Uhuuuuu…!
Bauces!
Li
As bonecas de pano acompanharam toda a minha infância, não eram muitas, pois a prioridade de minha família era a comida na mesa. Gostava e curtia cada uma delas. Elas foram desprezadas, quando começou a aparecer, nas feiras livres, as bonecas de plásticos. A articulação na cabeça, pernas, braços e ficar de pé era o atrativo dessas bonecas industrializadas, mas nem de longe tinham a mesma meiguice das confeccionadas artesanalmente. Hoje, percebo a volta das bonecas de pano, claro, bem mais refinadas, porém resgatando um tempo de estímulo do imaginário infantil.
Olá, Cavalcanti!
Brinquei muito com boneca de pano e, na falta da boneca de pano, eu, minha irmã e primas brincávamos com boneca de espiga de milho verde, trançando os cabelos louros, ruivos.. etc
… vida na roça também é cultura!! rsrsrs
L I N D O !!!!!!
Denise
Como a Eliane falou: “Um desejo quando é intenso e sincero, é capaz de mover montanhas…”, isto é a mais pura realidade.
O que moveu os corações das meninas, sem dúvida, foi o amor grande que uma sentia pela outra.
Prova linda de uma amizade incondicional.
Sandra
Tive a felicidade de brincar de boneca até os quinze anos de idade (coisa rara hoje em dia). Eu adorava brincar com minhas amigas. Lembro, em especial, de uma boneca que ganhei que cantava, infelizmente não a tenho mais, apenas ficou comigo o disco que fazia que ela cantasse.
Não me lembro na infância de ter boneca de pano, mas lembro de um Natal, há 3 anos, que ganhei de minha amiga Ana uma linda boneca de pano feita por ela e que guardo com muito carinho.
Recentemente comprei a Minie de pano, e ela é muito linda, está enfeitando minha cama junto com outros bichinhos de pelúcia.
Boneca de pano é uma arte!
É uma forma simples e rudimentar de boneca, em que as partes são feitas em tecido.
É bem provável que a boneca de pano talvez seja de origem africana, as bonecas estiveram presentes em todas as civilizações.
A boneca de pano mais conhecida do Brasil é chamada “bruxinha de pano”.
Gostei muito da matéria!
Excelente texto!
Pena que não tive uma infância devidamente correta, mas são coisas da vida de cada um e mesmo sendo ruim temos que tirar algum proveito do que já foi vivido.
Boneca de pano! Por mais que seja a modernidade ela será eterna!
Mario Carlos Fernandez.
Este texto faz a gente acordar, justo numa época de consumismo, para uma época que os meninos brincavam de carros feitos de material descartado e as meninas se divertiam com bonecas de pano.
Tudo era muito simples e divertido.
Viva o amor e amizade entre as pessoas!
Tuca
Amigo é coisa prá se guardar do lado esquerdo do peito… Com essa linda história lembrei que na minha infância tive muitas bonecas de pano, lindas, de todos os tamanhos, com mão e dedinhos com unhas pintadas, que era mais difícil de encontrar. Meu pai comprava toda semana na feira livre da cidade, uma para mim e outra para minha irmã. Lembro que certo dia, enquanto nossos pais tiravam uma soneca depois do almoço, tivemos a ideia de dar banho em uma grande quantidade de bonecas, principalmente nas maiores, para a gente depois abrir e tirar os tecidos para fazermos roupas para as bonecas menores. Grande engano, cada vez que abríamos uma boneca, encontrávamos panos bem picotados e não desistíamos, até que ao final tínhamos uma bacia cheia de tecido picotado e, levamos, por isso, uma bela surra de nosso pai, que tinha o maior carinho de comprar as bonecas para brincarmos. Depois ganhamos de presente de Natal, bonecas de louça, de borracha (da Estrela), com membros articulados, cabelos louros e olhos azuis, lindas! Mas, nem por isso papai deixou de comprar bonecas de panos para nós, só que com menos frequência, até quando completamos 12 anos mais ou menos.
É engraçado como a gente vai exercitando a fé, desde cedo, e vai se relacionando com o divino de uma forma misteriosa. Deus é um deus que se encobre e tem seus caminhos e seu tempo para realizar nossas petições.
E quando nosso coração se esvazia da ganância própria para pedir pelo outro o valor da motivação é muitas vezes multiplicado.
A história das menininhas é uma prova disso.
Verdadeiras amizades devem ser cultivadas para sempre.
Maria Eugênia
Oi, José Maria!! Eu brincava muito de boneca quando criança. Adorei a história, a amizade é um bem que devemos preservar quando encontramos um amigo verdadeiro. Como dizem: “Amigos são como uma alma em dois corpos.”
Kelly
Quando era criança, não tive boneca de pano, mas sim o meu amado cachorro Pluto. Linda história como sempre, e gostaria também saber da fonte da bonequinha postada. Um grande abraço, e um beijo a Maria Marta, que sempre envia lindos posts; e um outro abraço a Mario Carlos, a quem gosto de encontrar sempre presente, con lindos comentários também. Parabéns a Maria Eugênia por seu belo comentário
Assim, se tem alguma peça de ouro em segunda mão que deseje transformar em dinheiro vivo, não hesite em contactar com a Ouropostal.
Quando criança, acreditava mesmo que era o velhinho de barba e cabelos brancos e de roupa vermelha que trazia os presentes para as pessoas no Natal. Era muito bom crer nessa magia e minha mami incentivava, pedia para colocar os sapatinhos na janela que o bom velhinho, chamado de Papai Noel, traria nosso presente. E, no primeiro natal sem papai, me lembro que ao acordarmos fui até a janela e lá estava o meu presente de natal, que o bom velhinho teria colocado junto ao meu chinelo. Almejava uma boneca, mas ele deixara uma sombrinha de presente, era que mami sabia que entraria o mês das águas, após o carnaval, e já comprara as sombrinhas para minha irmã e eu. Mesmo não sendo uma boneca ou outro brinquedo ficávamos felizes por saber que o Papai Noel nos visitara aquela noite. No entanto fui realmente ter uma boneca de pano feita por mim, mas agradeço a Deus, pois a mami, sempre com as dificuldades de sua vida, já sem papai do lado, nunca deixara de colocar um presente na janela para minha irmã e eu. Eram sempre itens de caráter necessário ao nosso dia a dia. E a boneca que tive aos meus 40 anos foi feita por mim, a qual vocês podem ver sua foto abaixo,
Cavalcanti, como sempre, com suas estórias me fazendo relembrar minha infância, grande Abraço!
J.M
Qual a menina que nunca quis ter uma boneca de pano?
Me lembro que uma tia da Alemanha (que eu não conhecia) veio ao brasil uma vez… e me trouxe uma boneca de porcelana… muito bem trajada e cheirosa… com lindos cachos de cabelo dourado e laço de fita rosa no vestido e na cabeça.
Agradeci o presente em seu idioma… tive que ficar dias treinando para falar… bem como outras frases simples…
E peguei a boneca….mas no fundo o que eu queria era uma boneca de pano. rsss..
abços… genial esse conto… me lembrou Emile Zola/Germinal …
Maravilhoso fim de semana ………
que linda historia
Obrigado, Anita, volte sempre e, se puder, divulgue o Bollog.
Um abração!
José Maria Cavalcanti
Muito linda mesmo!
A propósito adorei a boneca de pano, onde encontro?
Abs,
Sheila
Sheila, sinto muito, ficarei devendo essa. Abração, volte sempre!
Que lindo! Quero uma pra mim.💝
Amei! Está estória representa o quanto e bom ser criança, pela sua inocência e pelo afeto. E o quanto e bom ter um amigo de verdade.