Menor Conto
MACHADO E CAPITU
Capitu traz na alma entalhes do Machado.
MEDO DE SONHAR
Vivia numa ilha distante e deserta.
Tão só, feliz sonhava: comida e bebida.
Era tudo tão real que podia até se alimentar.
Certa feita, o medo bloqueou sua cabeça.
E a ilha afundou no meio do nada.
LIMITES DO PARAÍSO
Um dia, Bill Gates saiu do seu reino.
Aprouve a ele me conceder toda sua fortuna.
Com pena, dei pra ele a chave do portão do céu.
A grana me deu mil ideias, e me perdi, além do paraíso.
POBRE E CEGO
Por só comer pão seco e água, revoltava-se contra tudo.
E o vizinho se fartava com as coisas mais gostosas da vida.
Já bem gordinho, sorria da cara triste do magricela reclamão.
Um dia, o rico, já obeso, do coração morreu.
E o pobre seguiu vivendo a se lamentar.
AQUECENDO CORAÇÕES
O sol, de repente, sumiu.
Sentimentos e corpos, tudo esfriou.
E já não havia azeite para iluminar e aquecer.
Até que o intenso frio diminuiu distâncias, e todos se achegaram.
Um belo dia, o sol voltou, e ninguém foi capaz de se desgrudar.
LIVRES E LEVES
Crianças, ricas e pobres, brincavam alegremente no parque.
Até que seus pais pararam a diversão para mostrar suas diferenças sociais.
E os pequeninos, despidos daquelas vaidades, logo estavam de volta, lamentando-se do tempo perdido.
AUTOR DAS PEQUENAS HISTÓRIAS – JOSÉ MARIA CAVALCANTI
…uma meta existe para atingir algo, mas quando o poeta diz:meta, pode estar querendo atingir o inatingível… Gilberto Gil
…filosofia é poesia… Erasmo Carlos
Li recentemente na obra de Carlos Ruiz Zafon, Marina, que o poeta é o único ser que vive no passado ou no futuro, pode até transitar pelos dois, mas nunca para no presente. Cecília Meirelles declara: …não sou alegre e nem sou triste, sou poeta…
Por ti esperei a noite inteira
Uma escuridão sem fim
Nem a lua cheia me aquecia
Bom dia, sol.
O poeta segue colocando no papel seu pensamento, registrando o momento lembrado ou imaginado e eterniza seu sentimento.
Acredito que enquanto houver poetas o mundo será bem melhor. Viva a poesia!!! Viva os poetas!!!! Parabéns!!!!!!!
Nestes pequenos poemas, podemos ver o quão a humildade se faz presente em volta da humanidade. Também podemos ver algumas pessoas se achando rica sem sentimentos algum a não ser no sentido material.
As crianças têm a pureza nos seus corações, por isso são “livres e leves”.
O Reino de Deus pertence a pessoas que têm esse coração de ouro.
O apego a coisas materiais é que nos escraviza e nos torna pesados, impedindo-nos de levitar.
Havia um povoado que diziam ser sem graça pela falta de luz.
Um dia, filamentos luminosos e neons passaram a alegrar suas noites.
Logo não houve mais sossego, e todos desaprenderam a escutar o outro e de como era gostoso contar estrelas.
Propuseram ao famoso escritor Ernest Hemingway escrever um conto bem curto, e ele não fez por menos. “For sale: baby shoes, never worn.” Que traduzo assim: “Vendem-se: sapatos de bebê, sem uso.”
Seis palavrinhas apenas, parece pouco, mas contam uma triste história. Talvez contenha aí a história de um casal à espera de um filho que não veio. O que restou foi vender os sapatinhos, visto que poderiam ser úteis para outra criança.
Como sou otimista, preferi não pensar numa amiga que esperou a longa gestação e seu querido bebê não veio, então, enveredei noutra versão:
Ao invés de menino, veio uma menina, e o par de sapatinhos azuis não cairia bem numa bonequinha, por isso seus pais colocaram o calçado para venda.
Pronto, assim ficou menos sofrido.
É realmente muito difícil contar uma história com tão poucas palavras.
Fabiana, gostaria de produzir um conto bem curtinho como o do escritor Ernest Hemingway, mas não deu. Ao menos tentei algo que não fosse tão grande:
NO LUGAR DE UM BEIJO DOCE, MARIA SÓ PÔDE VERTER LÁGRIMAS NA ÚLTIMA FOLHA DO SEU DIÁRIO.
Obrigado pelo comentário.
José Maria Cavalcanti
Olha só alguns contos curtinhos de pessoas famosas:
“Fui me confessar ao mar. O que ele disse: Nada.”, de Lygia Fagundes Telles;
“Eu ainda faço café para dois.”, de Zak Nelson;
“Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.”, de Augusto Monterroso (considerado o mais curto do mundo);
“Conheceu a esposa em sua festa de despedida.”, de Eddie Matz;
“A gaiola saiu à procura de um pássaro.”, de Franz Kafka;
“Maria, quero caber todo em você.”, de Manoel de Barros;
“Pegou o chapéu, embrulhou o sol, então nunca mais amanheceu.”, de Menalton Braff.
Gostaram?
Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Charles Chaplin
São José do Egito/PE é celeiro de poetas. Em um documentário televisivo, o poeta Patriota que é orientador de novos poetas disse que um caminhoneiro chegou no centro da cidade e perguntou a um passante: – Como faço pra chegar a São José do Egito? Em todo lugar a resposta seria que ele já estava lá, mas o cidadão assim respondeu: – Se seguir mais dois quilômetros o senhor sai dela.
Houve um caso interessante em Campina Grande/PB onde o poeta e advogado Ronaldo Cunha Lima fez a defesa do cliente com poesia. O poema Habeas Pinus é uma pérola da poesia nordestina.
Mário Lago musicou o seu poema Fracasso, que retrata o sentimento do poeta frente a um amor não correspondido.
Fagner é mestre em musicar os grandes poetas: Ferreira Goulart, Cecília Meirelles, Flor Bela Espanca, Frei Beto…
Creio que a poesia, pra quem sabe apreciar, promove o bem estar e, sendo assim, quanto mais melhor.
O miniconto é uma produção literária que está associada ao minimalismo, ficando para o leitor a tarefa de preencher os espaços deixados por trás da história.
O miniconto é um retrato de um pedaço da vida, com subtexto, feito com concisão e ausência de descrição. A pequeníssima narração carrega totalidade, isto é, não é uma frase solta.
Não é Haicai, que é uma forma poética de origem japonesa.
Millôr Fernandes nos presenteou com muitos haicai. Eis um deles:
“Na poça da rua
Um vira-lata
Lambe a lua.”
Observe que é sempre composto por três versos. Há rima do primeiro com o último verso.
Conheça também Alice Ruiz:
“Rede ao vento
Se torce de saudade
Sem você dentro.”
Fazer um conto, um poema, escrever, seja o que for já é um dom maravilhoso.
Esses lindos contos curtos nos fazem viajar e nos deliciam com sua pureza.
Lindos, adorei.
Além de ler os contos e me deliciar com eles, adoro ler os comentários dos seguidores do blog e aprendo muito com eles também.
O blog do bollog enriquece a alma e o conhecimento.