Lavadeiras de Rio
LAVADEIRAS
Agachadas no beiral
Lavam ao sol ou relento
E roupas voam no varal
Como pipas ao vento
Na água bolas de sabão
Panos na pedra a quarar
Dor e bolhas na mão
Água nos olhos a minar
Quão sofrido esse penar
Um viver de servidão
Não se pode a alma lavar
Só espremer o coração
Autor José Maria Cavalcanti
Elza Soares
Lavadeiras do Rio Jequitinhonha
Não sei se todos sabem que, no final do século XVI, as várzeas do Tamanduateí e do Tietê reuniam inúmeras lavadeiras, geralmente escravas negras ou mamelucas de famílias pobres que cuidavam das roupas do paulistano. Dificilmente se via nessa tarefa uma mulher branca.
Apenas a contar do século XIX, com a chegada dos imigrantes, é que as várzeas e rios de São Paulo passaram a ter a presença de mulheres de diversos grupos sociais.
Alguns historiadores descrevem cenas do cotidiano paulista, ao amanhecer, quando romarias de lavadeiras percorriam a antiga Estrada da Penha, atual Rangel Pestana e as ladeiras da General Carneiro e do Carmo, com trouxas nas cabeças repletas de roupas sujas para serem lavadas nos afluentes do Tamanduateí.
Desde aquela época, no período de estiagem, já havia disputa pelas águas das várzeas e explodiam brigas entre o grande número de lavadeiras. Foi desse cenário que a expressão “briga de lavadeira” se originou.
Ainda hoje quando ouvimos dizer que uma discussão sem importância é “conversa de lavadeira”, não nos damos conta de que essa e outras expressões se originaram de fatos reais do passado.
Boa homenagem sobre as lavadeiras
Rotina das lavadeiras profissionais:
Longos varais são armados em torno das casas, de plásticos, de cordas, de arame farpado ou liso. Há períodos em que as lavadeiras precisam demais do sol para melhor produção, e seu labor aumenta quando se dá uma semana de chuva pois as roupas são penduradas para secar em varais internos dentro das próprias casas. A lavadeira utiliza-se em suas tarefas de materiais como, anil, sabão de diversas marcas com preferência com menos soda, goma, alvejantes, água sanitária. Se o barraco tem luz há os ferros elétricos, senão serão utilizados os tradicionais ferro de engomar alimentados com carvão vegetal.
Linda poesia que nos leva a pensar nessa árdua tarefa que é lavar a roupa com as mãos.
Hoje com a modernidade muitas mulheres nem sabem o que é lavar a roupa com o esforço próprio. Me lembro que a primeira coisa que comprei para minha casa quando me casei foi a máquina de lavar roupas, não podia nem imaginar ter que lavar lençóis, toalhas e calça jeans com as mãos.
Confesso que mesmo tendo a máquina reconheço que nada melhor que uma roupa lavada pelas mãos dessas mulheres que chamamos de lavadeiras.
Acho lindo quando viajo pelo interior de algumas cidades e vejo as lavadeiras fazendo o seu trabalho debaixo de um sol escaldante e usando a água do rio, que cena linda.
Tenho uma foto muito linda que tirei em uma das minhas idas a Pipa (Natal), onde no caminho vi algumas mulheres lavando roupas com sorriso no rosto, acompanhadas de seus filhos.
Bela poesia e uma justa homenagem.
“Lava roupa todo dia, que agonia…” – Luiz Melodia.
Esse cenário só me faz recordar a cidade de Santa Cruz do Inharé, onde era comum, diariamente, as lavadeiras ocuparem uma das margens do Rio Trairi e passarem todo o período da manhã esfregando, torcendo, batendo e pondo para quarar as roupas de seus clientes. Munidas de longas barras de sabão, embrulhadas em jornais e trouxas de roupas, elas ocupavam os locais com pedras. A cantoria logo era iniciada e em coro realizavam a árdua tarefa. As rodas de panos amenizavam o desconforto do contato das grandes bacias de alumínio que elas carregavam, sobre as cabeças, repletas de roupas prontas para ser estendidas nos varais de suas casas.
Imagino quantas bravas e guerreiras mulheres criaram seus filhos com o fruto do suor desse árduo trabalho.
Elas tinham que se deslocar de suas casas, esperar o bom tempo, lavar as roupas, vigiando para ninguém roubá-las, depois de secas, também teriam de passá-las e ainda levar na casa do cliente.
O pequeno valor pago por cada serviço representava muito para elas.
Parabéns por tamanha homenagem a essas verdadeiras heroínas que ajudaram também a contruir nossa sociedade.
Realmente esta é uma homenagem de peso, sim pois lavar roupas à beira do rio sem a modernidade de sabão em pó que tiram manchas, não se é preciso deixar quarando ao sol, amaciantes para facilitar o passar, enfim, essas mulheres guerreiras merecem mesmo esta homenagem. Por um tempo de minha vida, após a morte de meu pai, presenciei por muitas vezes minha mãe fazer como essas do poema lavar muitas roupas em bicas de águas e um quaradouro para quarar e uma pedra para bater as roupas ao enxaguar, facilitando assim a saída do sabão de cinzas, confeccionado por ela mesma, e ali ficara boa parte do dia e à noite aproveitava a brasa do fogão de lenha para abastecer o ferro de passar que, de vez em quando, balançava aquele ferro pesado de um lado para outro, fazendo assim a brasa se acender. Trabalho árduo e pesado, mas graças a Deus com a modernidade esse trabalho ficou mais leve de se elaborar pelas lavadeiras que até hoje existem por esses interiores para seu ganha pão do dia a dia.
Meu caro poeta, seus versos poéticos, bem trabalhados, me fizeram lembrar de outro poeta, Carlos Drummond de Andrade.
O tema por você abordado é o mesmo que o artista mineiro escreveu no conto “As Lavadeiras de Mossoró”, do livro “Contos Plausíveis”.
Vou citar aqui o exato momento ao qual quero me referir:
“As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra é uma herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como vão passando as águas do tempo… Na pobreza natural das lavadeiras, as pedras são uma fortuna, jóias que elas não precisam levar para casa. Ninguém as rouba, nem elas, de tão fiéis, se deixariam seduzir por estranhos”.
O interessante é que Drummond primeiro se dirige a todas lavadeiras e depois ele foca em uma personagem específica:
“Entre as lavadeiras de Mossoró, Luzia se destaca. Sua pele é de ébano polido, reluzente, e dizem que roupa lavada por suas mãos, não há brancura que a suplante em todo Norte.
A pedra que Luzia recebeu de sua mãe, e esta de sua avó, faria inveja às outras lavadeiras, de tão grande e listrada de veios de cor…”
Esta maneira particular de se dirigir a uma lavadeira específica gerou muita curiosidade nos leitores de Drummond.
Tal segredo só foi revelado ao Jornal O Mossoroense. Matéria intitulada: “Uma mossoroense aos olhos de Drummond”, na qual o contista demonstrava sua gratidão e o afeto que ele tia por Luzia Helena de Carvalho (1926-2002), nossa conterrânea, que trabalhou certo período como cozinheira na casa do Poeta.
E mais interessante ainda é que a mesma Luzia foi também homenageada no livro “A Bolsa e a Vida”, na pele de mais uma personagem de Drummond, quando escreveu uma das crônicas desse livro.
Estou de novo con muita felicidade, lavar roupas e tudo o que esteja sujo; nada melhor do que a agua para purificar nossas almas. Um grande abraço meu grande amigo, vou recorrer as tuas belas postagens anteriores con muito prazer
Antigamente tudo era difícil, pois o varal ficava distante da cozinha para que o cheiro da fumaça, vinda do fogão a lenha, não impregnasse as roupas. O ferro de engomar era bem pesado e o movimento de vai-e-vem, como pendulo, era usado para atiçar as brasas. Tinha que esperar um pouco para se certificar de que nenhuma faísca pudesse queimar o tecido. O linho só dava prega com o uso de goma, daí o nome engomar roupa, o resultado era de impecável caimento nas peças. Minha mãe lavava roupas no final do sítio, onde tinha uma cacimba com água franca. O sabão, em barras longas, era cortado em pedaços compatíveis com o tamanho de suas mãos pequenas. Não existia pegadores de roupa, então o uso do arame farpado era a solução. Apesar de não gostar, lavo e passo meu vestuário e sempre recuo nas reclamações, pois lembro desse tempo em que lavar roupas era um trabalho de arte a céu aberto. Lindo poema, bela homenagem!
Lindo poema!
Quantas profissões tão dignas e lindas são tão estranhamente mal reconhecidas.
E quantas categorias são criadas para “rotular” seres humanos…
E é muito bonito testemunhar dores que se transformam em novos começos!
“Não se pode a alma lavar
Só espremer o coração”
…Recorremos às lágrimas. E como disse Khalil Gibran: “Deve existir algo estranhamente sagrado no sal: está em nossas lágrimas e no mar…”
Ambos nos trazem alívio!
Obrigada Cavalcanti. Queria que todas as lavadeiras ouvissem seu poema. Com certeza elas iriam se emocionar!
Por não ser mais tão nova, me lembro muito bem da minha mãe e das minhas tias, que logo cedo começavam a trabalhar. Elas arrumavam a trouxa de roupa nas cabeças e se dirigiam à Lagoa do Abaeté.
Elas iniciaram na profissão de lavadeira ainda criança e lavavam roupa para manter a tradição familiar.
Todas elas, mulheres nascidas e criadas no Abaeté, que passaram a infância nos arredores da Lagoa, respeitando aquelas águas por ser ali o lugar da retirada do ganha pão.
Como eu resolvi estudar, graças ao apoio e luta da minha mãe, me tornei professora e fugi dessa difícil espécie de sina das mulheres de nossa família.
Cenas corriqueiras dos meus tempos dourados da minha Olegário. As senhoras lavadeiras ainda são recorridas pelas senhoras donas de casa e por solteiros sem tempo para deixar as roupas prontas pro uso.
Na beira do rio Sapucaí, elas se espalham, esticam os varais improvisados e fazem seu primoroso serviço.
Enquanto trabalham, é comum ver seus filhos aproveitando as corredeiras para as brincadeiras.
O que mais me surpreendeu, ao ler o poema, foi o fato do autor ter conseguido retratar com zelo esse digno trabalho realizado por muitas mulheres ribeirinhas. Sob o sol, agrupadas, entre bate-bocas e cantorias, olhos concentrados na tarefa e cientes do ganha pão, as lavadeiras compunham a maior classe de prestadores de serviços do país. Havia até sindicato. Como nada é para sempre, o surgimento da contratação das empregadas domésticas e a popularização das máquinas de lavar roupas culminaram para o quase desaparecimento dessa categoria de serviços essenciais.
Em Natal, havia uma colônia de lavadeiras, no Bairro das Quintas. Para modernizar o serviço, foi construído, pelo poder público, uma lavanderia coletiva. Um grande galpão foi erguido e mais de cem tanques de concretos foram perfilados, cada qual com sua torneira de água potável. A ideia era amenizar o trabalho árduo, pois ali elas trabalhavam protegidas do sol escaldante e em posição menos desconfortável para a coluna. Esqueceram do efeito colateral, já que elas também cuidavam do afluente do Rio Potengi e a saída delas das margens foi o grande responsável pela degradação total do córrego perene. Hoje restam águas poluída e uma construção em ruínas pelo desuso, devido o mau cheiro vindo dos detritos jogados no rio.
Música:
Lavadeira do Rio
Cantora:
Maria Rita
A lavadeira do rio
Muito lençol pra lavar
Fica faltando uma saia
Quando o sabão se acabar
Mas corra pra beira da praia
Veja a espuma brilhar
Ouça o barulho bravio
Das ondas que batem
Na beira do mar
Ê Ô! O vento soprou!
Ê Ô! A folha caiu!
Ê Ô! Cadê meu amor?
Que a noite chegou fazendo frio
Ô, Rita, tu sai da janela
Deixa esse moço passar
Quem não é rica e é bela
Não pode se descuidar
Mas, Rita, tu sai da janela
Que a moça desse lugar
Nem se demora donzela
Nem se destina a casar
Ê Ô! O vento soprou!
Ê Ô! A folha caiu!
Ê Ô! Cadê meu amor?
Que a noite chegou fazendo frio.
…
Vale a pena escutar na voz de Maria Rita
Parabéns pela matéria…
Agora com o Blog do Bollog podendo ser acessado no Google de qualquer parte do mundo.
Boa tarde.
Mario Carlos.
Filho de lavadeira
Lembro-me que, em 1970, um colega de turma da sétima série (terceiro ano ginasial), por nome de Canindé, era o cobra em matemática. Todos queriam estudar com ele, para tirar proveito no aprendizado daquela matéria de tão difícil compreensão, pois estava sendo introduzida aquela nova didática, no curso ginasial, a chamada “Matemática Moderna” e isto causava muita confusão na cabeça dos estudantes.
Naquela época, devido à localização do colégio Atheneu e sua tradição de bom colégio estadual, tínhamos que enfrentar um verdadeiro vestibular, que era o exame de admissão ao ginásio, para se conseguir uma vaga. Devido sua boa referência e ótima localização entre dois bairros nobres de Natal, Petrópolis e Tirol, a maioria da turma era filhos de abastados, chamados na época de filhinhos do papai. E Canindé que residia numa vila, próximo aos bairros nobres, se envergonhava de dizer onde morava e que fazia seus pais. Toda tardinha, sua tarefa era sair com sua mãe, nas casas dos clientes para levar e recolher as roupas sujas e carregá-las, em forma de trouxa, na cabeça para serem lavadas e passadas pela sua genitora que era lavadeira e passadeira no bairro do Tirol. Canindé, na hora de sua labuta, vivia escondendo seu rosto para não ser reconhecido por alguns dos colegas de classe que moravam no percurso. Porém, toda a turma já sabia do seu padrão de vida. Mas, para não perder aquele amigo tão solidário e talvez por gratidão, nunca se fez nenhum comentário na sua presença. Hoje, passados 42 anos, Canindé é professor de Matemática da UFRN.
Também tive passagens indo para a margem dio São Francisco – acompanhar a Prima Joanita lavar a roupa da casa.
Muito lindo o que você escreveu. Vou adiar a minha história das lavadeiras… Um dia a transcreverei… com a visão de quem era uma menina, e aproveitava esses momentos para conversar com o rio!
Abçs…
Divino…Parabéns pela poesia, e acho que elas lavavam a alma junto com a trouxa de roupa … abçs
Oi, Zeca!
“E o sol quarando nossas roupas no varal…” (Anunciação de Alceu Valença).
Ao ler a sua bela poesia, senti na memória o cheiro de roupa lavada que passa pelo quarador. Nenhuma máquina de lavar, nenhum produto químico é capaz de deixar nas roupas o cheirinho deixado na roupa pela exposição ao sol com sabão.
Lembrei de cara do conto “As Lavadeiras de Moçoró”, (escrita de época) do livro Contos Plausíveis, que também ressalta sobre o mesmo tema, como bem nos mostrou Haroldo Matos no seu comentário. Gosto quando Drummond fala da cumplicidade entre a pedra e a lavadeira: “A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e unifica ao sabor do trabalho”, bem como quando ele compara as duas numa descrição metafórica em que afirma que as lavadeiras são “espelho” das pedras: “Umas são arredondadas e cheias, aquelas magras e angulosas…”. Confesso que, morando em apartamento, sinto falta de um quintal com um bom quarador. Beijos,
Lena
Sinto que lavar a roupa suja já não é a mesma coisa que faziam essas senhoras ribeirinhas de ontem.
Com outro significado, as lavadeiras de agora são sinônimo de futriqueiras e enxeridas, que não escolhem mais
a beira do riacho para lavar toda roupa suja, preferindo sim o meio da rua cheia de ouvintes para fazê-lo.
Nos dias de hoje, na cidade grande, se diz que isto é coisa do passado de uma gente que não teve escolha e um
futuro incerto, que o negócio é viver o presente, mesmo com roupas muito sujas.
Por isso, devemos tomar cuidado para não sermos os próximos a ser pegos por essas lavadeiras de plantão, que adoram nos dar um esfregão.
Meu filho, obrigado pela homenagem. Quando comecei, no final da década de 1950, ninguém nem sonhava com máquina de lavar, as nossas mãos eram as ferramentas de trabalho para deixar as roupas da clientela limpinha.
No serviço, a gente usava o sabão de bola e, no tingimento, o anil e a tinga guarani.
A nossa luta era de matar. A gente tinha de acordar muito cedo, pois, quem chegava primeiro, pegava a pedra maior. Quem chegava por último, já não havia pedra, e o jeito era estender na grama, o que nunca ficava igual.
A passo rápido, a gente caminhava muito, carregando as trouxas de roupas grandes e pesadas para a beira do rio. Depois de tomar conta do espaço, era hora de começar na lida. Para lavar tudo direitinho, esfregávamos uma vez a peça, batíamos na pedra, colocávamos para quarar, esfregávamos de novo e depois a roupa ia para o sol secar.
Desse esforço de muitos anos, resultou mãos calejadas e alguns problemas na coluna. Mesmo assim consegui criar todos os meus cinco filhos com honestidade, graças ao meu trabalho.
Nice website. very cool content. thank you!!!
http://www.mybigg.com
Oi Pai, que linda homenagem realmente vc fez a estas mulheres que com bravura fizeram parte e ainda fazem da história. Bom também é ver lindos comentários neste blog e enfatizar quão grande é o seu talento, nos trazendo à memória tais fatos e que nem sempre nos lembramos, mas desse jeito e com a sua ajudinha fica mais fácil vivermos um pouquinho desta história. Valeu como sempre pela informação e emoção. Te amo, meu poeta e escritor favorito.
Por coincidência, dando uma carona, adentrei por caminhos antes desconhecidos e me deparei com as margens do Rio Doce, Praia da Redinha, Natal. Lá pude contemplar essa bela poesia em movimento. Era o lido refletido no real ou a real poesia sendo vivenciada. O cenário era de doze mulheres agachadas, cada qual na sua pedra, realizando os movimentos descritos no poema: bater da roupa na pedra, esfrega, roupas quarando e roupas secando sob o sol. Fiquei observando a cena e tudo que via era o colorido das roupas, como alegorias, formando uma grande aquarela de um concurso de pipas. Solidário me vi de novo dentro do poema quando diz: um viver de servidão, não se pode a alma lavar só espremer o coração.
thanks for the information…
http://www.notebok.org
Meu filho, e não é que também lembrei do inesquecível Lúcio Alves, cantando Chão de Estrelas: “… nossas roupas comuns dependuradas, nas cordas qual bandeiras agitadas, parecia um estranho festival…”.
Cantei muito esta música, depois de aprender de cor no meu radio de pilhas.
Sou desse tempo, de lavar as roupas na mão. Depois minha mãe me mandava vigiar o varal, esperando que os panos secassem. Finalmente vinha a outra parte trabalhosa que era o passar com ferro em brasa. Época boa, mas que tudo era mais rústico.
Quem nasceu lá no interior sabe bem o que é isso. A modernidade das cidades grandes demorou muito pra chegar nas cidades mais distantes.
Seus versos foram para mim verdadeira inspiração.
Fique com Deus.